Templo de Jerusalém — Estudos Bíblicos
TEMPLO DE JERUSALÉM
I. Nome
e Terminologia
II.
Histórico do Templo de Salomão
III.
Local e Descrição
IV. O
Segundo Templo
V. O
Templo Ideal de Ezequiel
VI. O
Templo de Herodes
VII.
Significados e Propósitos dos Templos
Para informações
adicionais, ver o artigo separado sobre Templos. Este artigo é limitado
aos templos que foram construídos no mesmo local em Jerusalém.
I. Nome e
Terminologia
A palavra hebraica é hekal,
termo derivado de um vocábulo sumério que significa “casa grande”, que em uso
de modo geral significa “a casa de uma deidade”. Havia também o termo bayith,
que significa “casa”; godesh, que significa, estritamente,
“santuário", talvez em referência a templo que se tornou local sagrado de
louvor e culto a Deus ou a um deus. Em conexão com o yahwismo,
temos beth YHWH, “a casa de Yahweh”. A palavra grega naos é
usada comumente no Novo Testamento para “templo”. O termo oikos
(casa) é empregado uma vez (Luc. 11.51). leron, “o local sagrado”,
é ainda outro termo empregado para um templo como local sagrado.
Essa palavra é usada com muita freqüência no Novo Testamento. Ver Mat. 4.5
e I Cor. 9.13, a primeira e última das ocorrências. O monte do templo era
chamado de “a montanha da casa do Senhor” (Isa. 2.2) ou “a montanha da
casa” (Jer. 26.18; Miq. 3.12). Ver o artigo geral sobre Sião.
Ver o artigo geral sobre
o Tabernáculo, que por séculos serviu aos israelitas como um local
sagrado portátil. A idéia de que ele deveria ser substituído por uma
estrutura permanente, mais magnífica, foi de Davi, sem dúvida seguindo a
sugestão do Espirito, que moveu seu coração e sua mente para ser generoso
com os cultos de Yahweh, não meramente consigo mesmo. Ele havia construído
para si mesmo um local rico e tinha vergonha de sua negligência para
com o prédio da casa de Yahweh. Davi havia destruído ou
confinado todos os inimigos de Israel, algo que Josué e as gerações a
seguir não haviam sido capazes de fazer. Ele havia inaugurado um
período de paz e prosperidade, que era uma época ideal de desenvolver
os cultos religiosos sem interferência e invasão estrangeiras. Ver I
Crô. 28.12. 19; I Crô. 17.1-14; 28.1 ss. Mas Davi era um rei
guerreiro sangrento oue havia participado de vários assassinatos, muitos
dos quais totalmente desnecessários. Portanto não era a pessoa
certa para construir o temDlo. A tarefa foi deixada para o filho de Davi,
o "homem de paz”, significado do nome Salomão. Davi contribuiu
muito para o projeto com materiais de construção e objetos valiosos (I
Crô. 21.9 ss.). Salomão iniciou a época áurea de Israel e parte disso foi
a construção de um magnífico templo.
Os israelitas eram um
povo de grandes produções literárias, como o Antigo Testamento dos
hebreus-israelitas-judeus da Palestina e os livros pseudepígrafos e
apócrifos dos judeus da Diáspora. Mas eles nunca foram um povo de ciência
e não tinham conhecimento nem mão-de-obra especializada para construir um
templo. Salomão teve de contratar os fenícios para essa tarefa. Eles forneceram
o conhecimento e muitos materiais, além de, provavelmente, quase toda
a mão-de-obra especializada. Ver I Reis 5.1-6. O que Salomão
tinha era o dinheiro e a mão-de-obra escrava para fazer o “trabalho
sujo”. Além disso, dispunha da visão emprestada de seu pai e da
determinação de ver o trabalho terminado, o que ocorreu no 11° ano de seu
reino. O trabalho levou sete anos e meio para ser concluído (c. 949 A.
C.).
III.
Local e Descrição
O templo foi construído
no Monte Moríá (ver a respeito). Aquele já era um local sagrado por
causa dos acontecimentos importantes que ali ocorreram na história passada
de Israel. O monte era (é) localizado a leste de Sião (ver a
respeito), um morro que o próprio Davi havia selecionado para o propósito
quando construiu um altar ali depois de determinada praga destrutora ter
acabado (I Crô. 21.18 ss.; 22.1). O templo exigia uma área de pelo menos
400 cúbitos por 200 cúbitos (sendo que um cúbito mede cerca de 45 cm). O
cume do morro precisava ser nivelado para fornecer uma fundação plana.
A antiga eira de Aruna, também chamada de Orna, era a área
em questão (II Crô. 3.1). Presumivelmente, aquele foi o local onde ocorreu
o sacrifício (pretendido) de Abraão de Isaque (Gên. 22.2). Ver II Sam.
24.24, 25; I Crô. 22.1; 21.18, 26 para outras Escrituras que tratam da
área onde o templo foi construído.
‘‘O templo se situava no
morro leste, ao norte da cidade de Davi, onde é localizado hoje a Abóbada da
Rocha. Naquela época, o monte do templo era consideravelmente menor. Salomão
precisou aumentá-lo um tanto (Josefo, Guerras, 5.5. 185). Herodes
precisou ampliá-lo ainda mais para seu templo. Essa era a eira de Arauna (II Sam.
24.18), o Monte Moriá (II Crô. 3.1) e provavelmente o Sião dos salmos e
profetas (Sal. 110.2; 128.5; 134.3; Isa. 2.3; Joel 3.16; Amós 1.2; Zac.
8.3), embora o termo tenha pertencido especificamente à cidade de Davi
(I Reis 8.1)”. (William Sanford LaSor).
Descrição. O templo foi construído com pedras cortadas; media
cerca de 60 cúbitos de comprimento, 20 cúbitos de largura e 30 cúbitos de
altura. Tinha um telhado plano e coberto, composto de toras e tábuas de
cedro, sobrepostas com mármore. Josefo insiste em que houve outro andar
construído em cima dessa estrutura de fundação que dava à estrutura dimensões
duplas em altura, pois esse segundo andar, em dimensões, era uma duplicata
do andar de baixo (Ant. viii. 3,2). Se ele estiver certo, então a
altura da estrutura do templo era de 60 cúbitos de altura, 60 de
comprimento e 20 de profundidade. É difícil harmonizar essas dimensões
fantásticas com o relato do Antigo Testamento. O plano geral era
semelhante ao do tabernáculo substituído pelo templo, mas as dimensões
foram duplicadas. As partes que constituíam o prédio eram: uma estrutura
retangular que tinha uma varanda ou vestíbulo (Heb. Ulam, I Reis
6.3); depois havia a nave (no hebraico Hekaf), que ficava virada
para o leste (o local sagrado); além disso ficava o debir, ou o
local mais sagrado (I Reis 8.6). A varanda media 10 cúbitos
de profundidade e 120 cúbitos de altura (II Crô. 3.4), mas esse número, de
tão gigantesco, pode ter sofrido alguma corrupção textual no início. Duas
colunas, chamadas Jaquim e Boaz, feitas de bronze oco e 35 ou 40 cúbitos
de altura, ficavam em cada lado da entrada (II Crô. 3.15-17). As paredes
internas eram revestidas com cedro trazido do Líbano (I Reis 5.6-10; 6.15-16),
e sobre esse revestimento havia outro de ouro (vs. 22). O local mais sagrado
era revestido com ouro puro (vs. 20). Os hebreus tinham de depender
de trabalhadores habilidosos que o rei, Hirão da Fenícia, forneceu.
O supervisor do prédio era chamado de Hirão (7.13) ou, alternativamente,
Hurão-Abi (II Crô. 2.13).
O lugar mais santo
continha a arca da aliança (ver a respeito), I Reis 6.19, e o querubim,
cujas asas cobriam a arca (vs. 23). Esses anjos eram muito grandes, e suas
asas iam de uma parede à outra. Uma porta de madeira de oliveira,
revestida de ouro, separava o lugar mais sagrado da nave (o santuário
externo também chamado de local sagrado), vs. 31. Uma porta semelhante
separava a nave da varanda (vs. 33). A nave continha um altar dourado
(7.48) que era distinto do de bronze que ficava no pátio. Esse era feito
de cedro (revestido de bronze), 6.20. O altar de incenso (ver a
respeito) ficava na frente do lugar mais sagrado, centralizado entre as
paredes. E havia a mesa de ouro do pão da proposição no muro do
sul, além de lamparinas no muro norte.
O próprio templo era
cercado por dois pátios, um interno para os sacerdotes (II Crô. 4.9), e um
externo, chamado de o Grande Pátio, onde os israelitas podiam circular e
que provavelmente continha diversos prédios reais. As dimensões do pátio
interno não são fornecidas, mas, se dobrarmos as do tabernáculo, a área
deve ter medido 200 cúbitos por 100 cúbitos. O pátio interno continha o
altar de bronze (II Crô. 4.1), onde eram oferecidos sacrifícios; as dez
bacias de bronze em dez suportes especiais, cinco de cada lado da casa; e
o grande derretido, ou mar de bronze, um local de lavagens rituais
localizado no canto sudeste da casa. Esse “mar” tinha um diâmetro de 10 cúbitos
e 5 cúbitos de altura, podendo conter cerca de 40 mil litros de água. Essa
era a fonte de água para as lavagens rituais dos sacerdotes para limpar parles
dos animais sacrificiais (II Crô. 4.6).
Minhas descrições
excluíram as ornamentações elaboradas que o templo todo recebeu, nos quais
metais preciosos, tapeçarias complexas e trabalhos de escultura foram
empregados. Para uma descrição completa, algo verdadeiramente
impressionante, ver I Reis 5.6-7.51.
Arqueologia. O templo de Salomão foi estilizado de acordo com os
templos fenícios, como demonstram claramente as descobertas arqueológicas.
Isso poderiamos ter suposto sem o trabalho dos arqueólogos, já que foram os
fenícios que forneceram as habilidades para sua construção (I Reis 7.13-15).
Templos semelhantes do mesmo período geral foram escavados no norte da Síria,
como o templo de Tell Tainat. Esse é menor, mas de projeto
semelhante. Tanto esse quanto o templo de Salomão eram de construção
pré-grega, um item que autentica sua antigüidade. Outras descobertas
autenticaram vários itens de construção como a capital proto-aeólia nos
pilares, que era um projeto usado extensivamente no templo de Salomão.
Exemplos desse tipo foram desenterrados em Megido, Samaria e Siquém. As
decorações de lírios gravados e palmas, além dos querubins, também foram
encontradas em outras estruturas. As duas colunas na extremidade da
varanda foram ilustradas por escavações feitas em Tell Tainat. Pilares,
para guardar a entrada dos templos, eram um item comum nas antigas
construções de templos.
O tabernáculo e o templo
claramente ilustram acesso limitado, cada divisão admitindo apenas
certas pessoas: Israel na corte externa; a corte externa para os
sacerdotes; o local sagrado; o lugar mais sagrado, onde finalmente, podemos
encontrar a Presença, a teofania de Yahweh. Em Cristo, temos acesso direto
ao trono de Deus, como demonstra o livro de Hebreus (Heb. 4.6, por
exemplo). Ver o artigo sobre o Acesso para mais ilustrações.
O Primeiro Templo (o de
Salomão) foi atacado diversas vezes e então destruído por Nabucodonosor, rei da
Babilônia, em 587-586 A. C. Ver II Reis 25.8-17; Jer. 52.12-23.
O estudante que deseja
detalhes sobre o templo de Salomão deve ver o Antigo Testamento
Interpretado, que fornece uma exposição versículo a versículo sobre todos
os capítulos e versículos que nos falam dessa estrutura.
IV. O Segundo Templo
Esse templo é chamado de segundo
por ter sido o que substituiu o de Salomão, que havia sido destruído. É também
chamado de Templo de Zorobabel. Quando os judeus retornaram do
Cativeiro Babilônico, encontraram uma cidade arruinada e não muito mais
do que a fundação do templo de Salomão ainda existia. Foi feito
um esforço para reconstruir o templo, em termos muito humildes, é claro, pois
aquelas poucas pobres pessoas não tinham o dinheiro de Salomão nem os
trabalhadores especializados que ele havia importado da Fenícia. O trabalho foi
iniciado, como registrado em Esdras 3, mas não foi levado adiante. Como
resultado do encorajamento dos profetas Ageu e Zacarias, o trabalho foi
reiniciado em 520 A. C. O templo foi finalmente terminado no sexto ano de
Dario, o rei persa, isto é, no dia 12 de março de 515 A. C. Ver Esd. 6.15.0
resultado foi uma pobre substituição do primeiro templo, mas respeitava o
mesmo plano geral (Esd. 6.3), mesmo não tendo as ricas decorações
do primeiro. Josefo, fornecendo informações dadas por Hecato,
declara que a corte externa tinha aproximadamente 150 m por 45 m e
continha um altar de rochas não polidas que media 20 cúbitos por 10 cúbitos
de altura (Ag. Ap. 1.198). O Talmude (Yoma, 21b) fala-nos
de cinco omissões tristes, isto é, coisas que o segundo templo
não tinha: a arca da aliança, o fogo sagrado, o Skekinah (a Presença
de Yahweh, manifestando-se em formas especiais como na teofania);
o Espírito Santo, e o Urim e Tumim (ver a respeito).
V. O Templo Ideal de Ezequiel
Ezequiel, nos capítulos
40 a 48, descreve em grande detalhe esse templo “ideal”. Alguns supõe que esse
templo deva tornar-se uma realidade no Milênio, portanto chamam-no de Templo
do Milênio. Os dispensacionalistas favorecem essa idéia, mas a maioria
dos intérpretes supõe que Ezequiel apresenta um templo ideal, do
qual podemos extrair lições morais e espirituais sem tentar construir
uma estrutura física de fato. Aqueles que retomaram do Cativeiro
Babilônico e construíram o Segundo Templo, não utilizaram o plano de
Ezequiel. Em primeiro lugar, eles não tinham dinheiro, materiais nem
conhecimento para uma realização tão gigantesca. O templo ideal foi dado
a Ezequiel em uma visão, e talvez seja melhor considerá-lo um auxílio visionário
à fé e não um plano arquitetônico que deveria ser seguido “algum dia”. De
modo geral, o plano segue o de Salomão, mas há diferenças significativas.
Alguns de seus arranjos foram incorporados no plano do templo de Herodes.
VI. O Templo de Herodes
Informações sobre esse
templo derivam principalmente dos escritos de Josefo. Há algumas informações no
Talmude. A arqueologia adiciona um pouco mais, porém não temos descrições
detalhadas, como acontece no caso do templo de Salomão. Rigorosamente
falando, o templo de Herodes foi o Terceiro Templo, tendo essencialmente
substituído o segundo sem derrubá-lo (obviamente). Um templo de Deus não
poderia ser derrubado, mas poderia ser substituído, se tal substituição
fosse feita por meio de adição ou alteração. Herodes, o Grande, tinha um
ego enorme e não havia como deixar o Segundo Templo humilde como era. De
fato, ele ultrapassou a glória até mesmo do Templo de Salomão. O trabalho
começou no 18° ano do reino de Herodes (em torno de 20 ou 21 A. C.). Levou
apenas cerca de um ano e meio para terminar o próprio templo, mas para
terminar as cortes foram necessários outros oito anos. Prédios
subsidiários foram então adicionados e o trabalho estendeu-se pelos reinos
dos sucessores de Herodes. A tarefa toda foi completada na época de Agripa
II, quando Albino era o procurador (64 D. C.), totalizando 46 anos
de trabalho. Josefo conta-nos que as cortes do templo de Herodes ocupava
500 cúbitos. A área do templo era construída em terraços, uma corte sobre
a outra, com o templo localizado no nível superior. Isso deixava o templo
facilmente visível de Jerusalém e suas redondezas. A aparência era, assim,
bastante impressionante, como podemos inferir também em Mar. 13.2, 3. Esse
templo ocupava mais espaço do que os outros, assim era necessário fazer
mais plataformas para a fundação. Para realizar isso, o Vale de Cedrom
teve de ser parcialmente aterrado, o que também ocorreu em parte com o vale
central (chamado de Tiropaeon). O monte do templo foi estendido,
assim, a uma largura de 280 m. Enormes rochas foram empregadas
para fazer os muros do leste e do oeste, muitas delas com 1,5 m de
altura e de 1 a 3 m de comprimento. Uma delas media 12 m por 4 m!
No canto sudeste foi construído um muro gigante que subiu 48 m
acima do Vale de Cedrom. Um pórtico ou varanda foi construído ao
redor de todos os quatro lados. Ele tinha colunas de mármore de 25
cúbitos de altura. O pórtico real, na extremidade sul, possuía quatro fileiras de
colunas. Josefo (Ant. 20.9.221) conta-nos que o pórtico ao longo do
lado leste foi construído por Salomão. Cf. João 10.23 e Atos 3.11 e 5.12.
O próprio templo era cercado por um muro de 3 cúbitos de altura que
separava o local sagrado da corte dos gentios. Era nesse muro que havia
advertências que proibiam a entrada dos gentios em qualquer área além de
sua corte, tendo como penalidade a morte. A corte dos gentios ficava, por
assim dizer, na extremidade do templo; depois havia a corte das mulheres e
então a corte de Israel laberta a homens judeus apenas), a corte dos
sacerdotes e finalmente o naos, o próprio templo com o lugar
sagrado e com o santo dos santos. Esse naos ficava em uma plataforma ainda
mais alta. Apenas os sacerdotes podiam entrar no local sagrado e no santo
dos santos e, ainda assim apenas no Dia da Expiação. Oito portões levavam
ao monte do templo (Josefo, Ant. 15,11.38). O Misna estabelece o
número de portões em cinco (Mid. 1.3) O magnífico templo de
Herodes foi destruído em 70 D. C. como resultado da contínua agressão
aos judeus por Roma, tendo por principal objetivo a independência.
Tito comissionou Josefo para convencer os judeus a render-se para
que o templo fosse preservado, mas ninguém deu ouvidos. Ampla agressão e
massacre daí resultaram e tudo dentro do templo e ao redor dele que
pudesse ser queimado, o foi. Curiosamente, isso ocorreu no décimo dia do
15° mês (AB), o mesmo dia no qual o rei da Babilônia destruiu o templo de
Salomão.
Jesus, o Cristo, havia
sido crucificado, e a glória do Senhor havia partido de Jerusalém e de seu
templo. A justiça foi feita em 70 D. C. O sistema sacrificial nunca foi
reativado, sendo que o Grande Sacrifício, o Cordeiro do Senhor, havia cumprido
Sua missão de sofrimento e trazido o perdão para os pecados do povo.
VII.
Significados e Propósitos dos Templos
1. Uma
das principais lições dos templos judeus foi essas estruturas tinham o
propósito de ser os locais dos cultos de Yahweh e onde sua Presença
poderia ser revelada. De fato, os tempos incluíam em sua própria estrutura o acesso
ilimitado. Em Jesus, o Cristo, os limites foram removidos, e um homem
tornou-se o templo de Deus (I Cor. 3.16). O mesmo é dito sobre a igreja (Efé.
2.20). Ver Acesso e Templo (Átrios), artigos que ilustram
esse primeiro ponto.
2. Louvor
era a palavra-chave para todos os templos, judeus ou pagãos, embora
algumas formas de louvor fossem idólatras e até imorais.
3. Sacrifício
era outro fator comum dos antigos templos, que demonstraram a consciência
dos homens de que precisavam fazer algo com relação aos seus pecados para
satisfazer ou apaziguar seus deuses ou Deus. Ver o artigo Expiação.
4. Liderança
espiritual. Certas pessoas levam sua fé religiosa mais seriamente e
tornam-se os líderes do povo, sacerdotes dos templos.
5. Santuários.
Alguns tocais são mais significativos do que outros como locais de
louvor e busca espiritual.
6. A
necessidade de louvor corporativo é claramente retratada pelo
templo. Algumas pessoas ainda chamam suas igrejas de templos. A fé religiosa
progride melhor quando há um esforço grupai na espiritualidade.
7. Os
templos hebraicos demonstraram que o louvor deveria ficar livre de
idolatria por causa de um conceito mais alto de Deus que estava
sendo desenvolvido. Algo do mistério e da transcendência de Deus
transformaram seus templos em locais distintos em contraste com os templos
pagãos.
8. Os
templos hebraicos (o naos, santuários internos, local sagrado e santo
dos santos) não tinham fonte de luz externa. A luz vinha de lamparinas por
dentro. 0 conceito de iluminação e da luz que vem de Deus em si era
enfatizado. Ver o artigo Luz, a Metáfora da.
9. Misticismo.
É possível para os homens terem contato direto oom o divino. Esse contato
ilumina e espiritualiza o povo que o alcança. Há mais na vida do que o mundo
físico, mundano, que nos aflige.
10. Teísmo.
O Criador não abandonou Sua criação, mas continua presente nela. Deus
emana, não apenas transcende. O Poder Divino interfere na vida humana,
seja individual seja corporativa, recompensando os bons, punindo os maus,
orientando e liderando, fazendo uma diferença. Contraste essa idéia com o deísmo,
que ensina que o Poder Criativo (pessoal ou impessoal) abandonou Sua
criação, deixando à lei natural o governo das coisas. O teismc bíblico vê
Deus como uma Pessoa, não meramente como um grande poder. A observação
ilustra o poder e a inteligência dessa Pessoa.
11. A confirmação
dos pactos era um conceito importante que os templos enfatizaram e
ilustraram. Yahweh era c Deus dos Pactos (ver o artigo com esse
nome).
12. Os
templos são forças unificadoras que ligam as pessoas que os
utilizam, o que é bom para a comunidade espiritual. As
pessoas compartilham de uma identidade espiritual comum.
13. Os
templos são um auxílio para limitar facções e heresias. Um dos
principais propósitos do templo em Jerusalém foi o de unificar o yahwismo,
possivelmente ao anular os muitos oráculos que existiam na região. Esse
propósito nunca foi realizado por completo. Os antigos oráculos
persistiram apesar dos esforços unifioadores.
14. A glória
Shekinah recebeu a oportunidade de transformar a vida dos homens, pois
era possível para tal glória manifestar-se no local mais santo e ser um
fator iluminador. Ver o artigo Shekinah.
15. A
necess aae de salvação e um meio para conseguir isso eram motivos importantes
para a existência dos templos. A expiação era a doutrina central do
templo-salvação.
16. Embora a Deidade tivesse um lugar especial pata fazer
contato com os homens, e embora houvesse um valor prático no
louvor corporativo, não devemos pensar que os templos antigos limitavam
o contato com o divino a apenas um lugar. Um templo era um
local conveniente e abençoado de contato do divino com o homem,
mas não um local exclusivo. A iminência não anulava a
transcendência, nem a possibilidade de que a Presença pudesse ter muitos
encontros com o homem fora de um local especifico. O Novo
Testamento, claro, traz tal contato com a alma humana, pois um homem
torna-se o templo do espírito (I Cor. 3.16).
Mas, de fato,
habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem
conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei! (I Reis 8.27)
17. Milagres
e fortalecimento da fé. As pessoas entram em situações nas quais apenas
milagres podem solucionar seus problemas ou ocasionar as coisas necessárias
para a continuação de sua vida e trabalho. Elas vão a santuários e locais
sagrados para buscar tais eventos transformadores, e alguns desses locais
tornam-se centros de intervenções incomuns e miraculosas. Eles fortalecem
a fé das pessoas e confirmam o valor da atividade espiritual. Ver o
artigo sobre Milagres.