Estudo sobre Daniel 9
UMA ORAÇÃO E UMA VISÃO (9.1-27)
1) A oração de Daniel pelo seu povo (9.1-19)
v. 1. Dario, filho
de Xerxes, a nota de rodapé da NVI traz “Assuero”; v. 6.1 e Introdução, ”Daniel
e a história: 4”; o nome Assuero aparece como Xerxes no grego, da linhagem
dos medos-, o destaque é dado aqui à data (v. 1,
2), pois ocorreu uma grande
mudança na história do mundo e nos destinos dos judeus quando Dario
[...] foi constituído governante do reino babilônico. Seja qual for
a solução aceita para a questão de Dario, a data pretendida
é claramente 539 a.C., a data do cap. 5. Daniel, consciente do
governo de Deus na história, pensou nas questões da época à luz da
profecia anterior e percebeu que Jr 25.11,12; 29.10, predizendo um período
de setenta anos na Babilônia, estava quase se cumprindo. (Como em
outras situações, não é necessário forçar a exatidão do número.) A
descoberta de Daniel o levou a orar para que Deus lembrasse da sua
promessa de restauração, uma oração penitente e determinada, envolvendo-o de
corpo e alma. Até esse ponto, e depois da oração, Deus é retratado
principalmente como o governante absoluto do Universo, mas aqui, na oração
de Daniel, ele com frequência recebe o seu nome, Senhor, i.e.,
Javé, peculiar à relação de aliança com Israel. Em toda a oração, o elo
entre Deus e o seu povo fundado no Sinai está em vista, assim como em
Jeremias. Com os termos da aliança como sua vara de medir, Daniel avaliou
ambos, Deus e Israel. Tanto quanto Deus estava à altura do padrão,
Israel estava abaixo dele, de forma que a oração teve de começar com
uma confissão de pecado e de castigo totalmente adequado (v. 4-14).
Em linguagem, a oração é semelhante às de Ed 9 e Ne 1 e 9, mas é
independente delas, compartilhando uma herança que vem desde Deuteronômio.
Assim, o v. 4 está enraizado em Dt 7.9,21; o v. 5 é semelhante à
oração de Salomão, em 1Rs 8.47; o v. 6 lembra Jr 26.5 etc.
Deus é justo; não se pode
apresentar acusação contra ele. Israel precisa baixar a cabeça por causa da sua
infidelidade. E Deus que se mostra misericordioso e perdoador.
Israel não tem nada para perdoar; só pode clamar por misericórdia, apesar
de termos sido rebeldes. v. 11-14. Esses versículos refletem as
maldições da aliança que ameaçavam com castigos crescentes as violações do
acordo, culminando com o exílio e a saída da terra prometida. A vida do
povo na Babilônia foi o castigo inevitável por causa do desprezo gritante
da aliança. Deus havia escolhido o seu povo para ser exemplo; agora,
em virtude do seu fracasso, o seu castigo também seria exemplar: jamais
se fez algo como o que foi feito. T udo isso estava previsto na Lei
de Moisés, v. 13. não temos buscado o favor do Senhor, nosso
Deus: a tradução de Montgomery é excelente, usando o termo “molificar”,
“mitigar”; o arrependimento e um novo início teriam causado o abrandamento
e um fim rápido dos seus sofrimentos (a ideia é ilustrada em Jr 26.19). Enquanto
o arrependimento não for real, a desgraça vai continuar; o Deus justo
não pode ser frouxo ou indiferente.
v. 15-19. Tendo admitido
completamente a profundidade a que ele e a sua nação tinham chegado (pois o
estado da maioria engloba e afeta o indivíduo, assim como o indivíduo
pode influenciar o todo), Daniel pôde apresentar o seu pedido de
restauração nacional. Em épocas antigas, a reputação de Deus, o seu nome,
tinha sido aumentada mundialmente por meio do êxodo, quando o poderoso Egito se
tornou impotente. Agora um povo que ficasse eternamente no exílio prejudicaria
essa reputação (cf. Js 7.9), como também o faria o estado do santuário
abandonado (v. 17) e da cidade que laja o teu nome (v.
18). Com frequência, no passado, Deus havia justificado ou vindicado o seu
nome por meio de seus atos justos em relação a seu povo; Daniel
possuía aqueles precedentes como base do seu apelo presente e tinha
esperança, apesar de a cidade santa e o povo santo terem se tornado objeto
de zombaria, alvo de ridicularização. “Muito se exige de quem
muito recebeu”, mas Israel estava na bancarrota. Não havia motivo
para que qualquer coisa da oração de Daniel pudesse contar como seu crédito;
ele só podia se apoiar no caráter de Deus, sua grande misericórdia,
que tinha sido demonstrada tantas vezes no passado quando o juízo final
parecia merecido. Com isso, ele podia terminar com os imperativos
na oração: ouve, perdoa, pré-requisitos necessários para as tarefas
seguintes: vê, age, não te demores, moderadas ainda com a ideia da
reputação de Deus. A oração de Daniel é resumida no v. 20: confissão de pecados
e pedido para que Deus aja a favor dos seus.
2) A resposta (9.20-23)
A resposta nos v. 20-27
interrompe a oração (a ser entendida como muito mais ampla do que as palavras
registradas) no final da tarde. Foi trazida pelo anjo já conhecido, vindo
com urgência. A impressão de que o anjo saiu assim que Daniel começou a
orar, deduzida por alguns dos v. 21,23, está errada. Assim que Daniel
começou a orar, essa resposta foi emitida, mas Daniel precisava poder descarregar
um pouco do seu peso antes que Gabriel viesse a ele. (Observe que
não há sinal algum de o anjo agir como intercessor a favor de Daniel como
o relatam a literatura apócrifa e os pseudepígrafos, e.g.,
Tobias 12.12ss). v. 22. Ele me instruiu e me disse, o hebraico
é difícil, mas pode ser compreendido como um termo introdutório. Visto
que ele entendeu as profecias de Jeremias, Daniel se sentiu inspirado
a orar pela restauração de Jerusalém. O conhecimento que havia
obtido das Escrituras e o uso que havia feito dele o capacitavam a
receber mais instrução nos caminhos de Deus. Daniel foi considerado muito
amado ou “muito precioso” (v. 23).
3) A visão das “setenta semanas” (9.24-27)
Setenta anos haviam estado
na mente de Daniel desde que lera Jeremias; agora ele recebeu uma visão
que se baseava nas palavras do velho profeta como resposta à oração que
tinham estimulado, v. 24. setenta semanas'. essa tradução é
interpretativa; algumas versões trazem “setenta setes”. O
hebraico diz literalmente “em setes, setenta”, e a palavra “em setes” está
no masculino como no v. 26, ao passo que o feminino
geralmente representa “semanas”. O masculino ocorre novamente em
10.2,3, mas é qualificado como “em setes, dias”. Entender “semanas” aqui
sem ressalvas não é justificado, e em concordância com isso o termo “setes”
é usado nestas observações. E improvável que o autor queira indicar
semanas literais com essa expressão, e, com Jeremias sendo citado
no início do capítulo, setenta “setes” ou semanas de anos são geralmente
entendidos. É preciso repetir que trata-se ainda de uma interpretação, e
alguns comentaristas, ultimamente Young, consideram os períodos
nesse versículo indefinidos. Com o tempo, Israel vai ser liberto de
três defeitos: a transgressão será terminada (VA, RV, RSV, BJ, NVI)
ou ”restringida” (Young) — o hebraico permite qualquer uma das duas;
o pecado será “lacrado” (BJ) (Ihtm) ou terá um fim (NVI, VA,
RV, RSV, NEB, NVI e Young seguem uma variante muito antiga que poderia ser
superior, lhtm) as culpas (“iniquidade”, ARA) serão expiadas
por Deus. No seu lugar, serão introduzidas três vantagens: (a) a justiça
eterna, nunca escondida por parte de Deus (cf. v. 7ss), será
manifesta a todos e compartilhada por todos com o fim da transgressão; (b)
a visão profética já não será necessária; assim como o pecado
foi terminado, ela será selada, entendendo “selar” no seu sentido principal
no ATOS; por outro lado, será ratificada, o outro sentido da palavra;
(c) a última expressão, e ungir o santíssimo, corresponde à
expiação da iniquidade, a purificação essencial para a consagração (e.g., Lv
8), mas o objeto aqui não é declarado; o “santo dos santos” (BJ)
poderia ser o templo ou seu santuário, seus utensílios, altares ou
ofertas, como em outros textos do ATOS, e assim a maioria das
versões modernas, como a RSV, imaginam o altar ou o templo, mas as
referências a um Ungido nos versículos seguintes e o uso de uma
palavra aramaica relacionada em 7.18 etc. podem permitir a aplicação
pessoal (como sugere a NVI) ao Messias, comum à tradição judaica e cristã.
O v. 25 começa uma análise
progressiva dos setenta setes que resiste a uma solução definitiva. A
partir do tempo em que a decisão foi tomada de restaurar [...] Jerusalém
até a época do Ungido passaria um tempo de ou ”sete setes”,
como colocado pelo texto tradicional hebraico, RSV etc., a cidade
então seria afligida durante sessenta e dois “setes”, ou passaria um
tempo de “sete setes e sessenta e dois setes”, como se compreendeu o texto
com base nos tradutores gregos; cf. NIV, Young. Uma decisão a favor de uma
ou outra opção depende em parte da interpretação do trecho todo, embora a
sintaxe favoreça a primeira, “trincheiras” (nota de rodapé, NVI), ou “canais/condutores
de água”, é um bom exemplo do conhecimento crescente do hebraico
dando um significado mais preciso a uma palavra do que a VA poderia dar {muros
). o Ungido, o líder pode ser uma personagem secular ou sagrada, v. 26.
Como sinal do fim da existência atribulada da cidade, virá a morte
violenta do Ungido (“será cortado”, ACF). Ele pode ou não ser
idêntico à personagem do v. 25. e já não haverá lugar para ele\ é
uma tentativa de tradução de uma frase difícil do hebraico. A NIV (em
inglês) traz ”e não terá nada” (“já não estará”, ARA). É uma
afirmação vaga, deixando que o leitor complemente com “do que lhe era
devido” e sugere justiça, auxiliares, seguidores ou descendentes (cp.
Is 53.8), ou reinado, governo, domínio. A destruição violenta da cidade
e do templo (Lugar Santo, lit. “o santo”), à qual está associado o fim,
vai seguir nas mãos de homens que estarão sob um governante que virá,
continuando a guerra até que a devastação esteja completa, pois as desolações
foram decretadas por Deus. inundação: lit. um “transbordamento”,
descreve a ira divina em Na 1.8; Is 10.22; 54.8.
v. 27. Dois atores estão no
palco, mas nenhum deles é identificado, ele fará... seria esse o “governante”
mencionado indiretamente no v. 26 ou o “Ungido” morto ali? E Deus o
sujeito, ou a expressão se refere a alguém indefinido? Ele é bom ou mau?
Novamente precisamos repetir que nenhuma resposta pode ser dada como
definitiva. ele fará uma aliança tenta representar
uma expressão única, o peso estando na execução, e não na origem, muitos:
significa a maioria como em Is 53.11,12, etc. No meio do ”sete”
(heb.) pode significar também “no meio da semana” (NVI). A mesma
personagem dará fim ao sacrifício e à oferta naquele tempo, ou
durante aquele tempo, então haverá um “desolador no limite das abominações” até
que o seu tempo esteja maduro. ala (heb. “asa”, “borda”): pode
descrever um ponto alto de um prédio como o templo, de acordo com
Montgomery e Young, seguindo um tradutor antigo, embora não se use
como prova nenhum outro exemplo. Visto que “asa” muitas vezes traduz “extremidade”,
o sentido metafórico, “o limite extremo”, pode estar presente aqui. Quando
se alcança esse ”pináculo”, literal ou figuradamente, o fim que
está decretado (fazendo eco de Is 10.23; 28.32) vai tragar o
desolador. Como no caso do chifre no cap. 7, assim também no caso
dessa figura Deus conhece e controla tudo.
4) O significado
A interpretação desse texto
é dificultada pelas incertezas de significado do texto hebraico esboçadas nas
observações anteriores. Só isso já mostra que nenhuma
interpretação pode ser definitiva. Além disso, todos os pontos de vista enfrentam
algum tipo de obstáculo na sua aplicação. Basicamente, há duas escolas de
pensamento: uma que vê referência somente ao tempo de Antíoco Epifânio, e
outra que vê a referência principal na encarnação e crucificação de
Cristo. Há variantes em ambas as escolas; os da primeira podem
até fazer concessões no sentido de que “a consumação” foi “efetuada em sua
plenitude somente por” Cristo (S. R. Driver, Introduction to the Literature of the Old Testament, 9. ed., 1913, p. 495-6), e alguns defensores da
segunda perspectiva vêem o fim último da profecia como estando ainda no futuro,
e outros inserem um “intervalo” entre o sexagésimo nono e o
septuagésimo “sete”.
O calendário apresenta um
obstáculo enorme para todos os pontos de vista: setenta “setes” divididos em
sete, sessenta e dois, e um. Se cada “sete” significa sete anos,
então um ponto de partida exato precisa ser fixado, mas nenhum
fornece um esquema satisfatório para o todo. A escola de Antíoco
entende que os sessenta e dois “setes” vão desde o decreto de Ciro em
538 a.C. (Ciro então seria um “ungido” em Is 45.1) até a morte do
sumo sacerdote ungido Onias III em 172 a.C., mas o intervalo é de 366
anos, e não de 434 (62 X 7). Se o édito de Ciro marca ou a “emissão da palavra”
ou “a vinda de um ungido” (o próprio Ciro ou o sumo sacerdote Josué), os
intervalos seguintes, de sessenta e nove “setes” e sessenta e dois “setes”
respectivamente, não chegam a nenhum momento significativo que se
encaixe com esses versículos. A escola de Antíoco, portanto, pressupõe um erro
de cálculo cronológico. Erros semelhantes são conhecidos em outros
textos antigos, mas o leitor deveria perguntar se é justificável pressupor
um erro no texto que estudamos aqui para torná-lo compatível com uma
interpretação desejada. Para a escola messiânica, os decretos de
Artaxerxes para Esdras (Ed 7 — 458 a.C.) ou para Neemias (Ne 2 — 445
a.C.) são pontos de partida alternativos para os sessenta e nove “setes”,
o último atingindo a crucificação em 32-33 d.C., o primeiro tolerando uma
pequena diferença de aproximadamente dez anos. Nenhum desses dois
dá significado especial para os sete “setes” (v. comentário do v.
25), e ambos pressupõem que Giro estava fora do escopo do trecho.
Não importa como os “setes” sejam considerados ou calculados, não resulta
nenhum padrão plausível.
Em concordância com isso,
intérpretes tentam encaixar eventos históricos nessa passagem. A escola de
Antíoco considera Giro o ”ungido” do v. 25, Onias III o intitulado
de forma semelhante no v. 26 — ele foi deposto em 175 a.C. e morto em
172 a.C. —, “o povo” do v. 26 os judeus que apoiaram Antíoco IV desde
a sua ascensão em 175 a.C., sendo ele o “príncipe que virá” e o sujeito do
v. 27, profanando o templo em 167 a.C., morrendo em 164 a.C. Por
outro lado, os ungidos podem ser Josué e Onias, o primeiro e o último sumo
sacerdotes zadoquitas legítimos depois do exílio. O v. 24 então alude à
subsequente reconquista triunfal do templo pelos judeus em 164 a.C., “para
ungir o santíssimo”, ocorrendo a reconsagração de três anos e alguns dias
(“metade da semana”) depois de ter sido profanado (a ocasião para a festa
de Hanucá celebrada no judaísmo desde então). Além de alguns detalhes
de exegese difíceis nessa perspectiva (v. comentário anterior), deveríamos
observar a ausência de Antíoco e de seus auxiliares nos ataques de uma
devastação tão abrangente como a retratada no v. 26, e de qualquer ação
que concorde com a cláusula concernente ao “desolador”, se a “ala” (“asa”)
significa o pináculo do templo (como a considera, por exemplo, Montgomery).
As interpretações
messiânicas cristãs encontram dificuldades com o último “sete”. Ao considerar
paralelos os v. 26 e 27, “o Ungido” deve ser “cortado” depois de “sessenta e
dois setes”, isto é no septuagésimo quando “ele fizer uma aliança com
muitos” etc., pressupondo que “um Ungido” é o sujeito. O “povo do
governante que virá” está associado com o “desolador”, talvez o próprio
príncipe. Cristo, o ungido par excellence, cumpre perfeitamente os
v. 24-27, exceto pela expressão “uma semana” ou “sete” e sua “metade”
ou “meio”, pois o seu ministério durou menos do que sete anos, e, se a sua
morte ocorreu na metade, os restantes três anos e meio não conduziriam a
um momento histórico que satisfizesse os dados. Para superar esse
obstáculo, os números ”sete” são tratados por alguns (e.g.,
Young) como períodos simbólicos, não necessariamente anos, desde os
oráculos de Jeremias a Ciro, depois passando para a Encarnação, ou de
Ciro para Esdras e Neemias, depois para a Encarnação (colocando os sete “setes”
junto com os sessenta e dois), depois o “um sete” culminando com a
destruição do templo efetuada por Tito em 70 a.C. O que
permanece inexplicado é a razão dos números evidentemente exatos. Muitos
consideram o último ”sete” como estando ainda no futuro, provavelmente
descrevendo um período em que o anticristo vai perseguir a igreja,
encerrado com a segunda vinda de Cristo (v. NBD, ”Daniel, O livro de”).
Um sistema detalhado que segue essa linha é o “dispensacionalista”. Segundo
esse esquema, o 69- “sete” termina com a entrada de Cristo em Jerusalém,
sendo os eventos do v. 26 seguidos no início por um intervalo que continua
até o ressurgimento do Império Romano culminando no anticristo, que
primeiro se mostra amigo de Israel (“ele fará uma aliança”), depois se
vira contra Israel (“durante metade do ‘sete’ ele dará fim ao sacrifício e
à oferta”), que só é interrompido na segunda vinda quando o v. 24 se
cumprirá. Qualquer ponto de vista que interpõe um “intervalo” entre o
69 e o “sete”, ou estende o último durante vários séculos,
tem pontos muito fracos. A sequência de “setes” aparece aqui como uma
unidade; não encontramos nenhuma analogia de uma quebra do tipo imaginado em
nenhuma sequência em outro texto do ATOS, um “intervalo” muitas
vezes mais extenso do que as sessenta e duas “semanas” claramente
especificadas. O ponto de vista “dispensacionalista” inclui
ainda outras pressuposições, como a restauração da adoração no templo
(v. 27), que parece incongruente com outros textos (v.
críticas detalhadas em O. T. Allis, Prophecy and the Church,
1945, 1972, p. 111-23, e em Young).
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