Estudo sobre Levítico 19
Levítico 19
Regras e regulamentações
(19.1-37)
Uma grande variedade de
atividades humanas recebe atenção nesse capítulo. Não há um elo óbvio de
ligação, a não ser o refrão: Eu sou o Senhor (o Deus de vocês)” (v.
3,4,10 etc.), v. 2. Cf. 11.44,45. v. 3,4. Diversos dos dez mandamentos
encontram os seus paralelos aqui; cf. Êx 20.3,4,8,12. respeite'.
Iit. “tema”; Êx 20.12 traz: “honra”, a sua mãe e o seu pai: a sequência
é incomum no AT, sendo encontrada somente nesses capítulos (Porter; v.
20.19; 21.2). deuses de metal: cf. Êx 34.17; Êx 20.4 traz: “imagem”,
i.e., de madeira ou pedra, e não de metal. Os v. 5ss tratam da
participação do ofertante na sua oferta de comunhão, v. 6. De acordo com
7.15-18, a estipulação
acerca de comer no dia seguinte aplicava-se a ofertas resultantes
de voto ou ofertas voluntárias, mas não a ofertas de gratidão. Os v.
9,10 ordenam a consideração pelo necessitado e pelo estrangeiro
na época da colheita; cf. 23.22; Dt 24.19-22; Rt 2.1-23. É possível
que a prática tenha se originado em épocas pré-israelitas e
tratasse dos direitos à colheita dos espíritos da fertilidade. Se for esse
o caso, a instituição estava sendo reformada agora para se tornar
irreconhecível. Os v. 11,12 correspondem, em parte, a Êx 20.7,15. v. 12.
falsamente: NEB: ”com intenção de enganar”, v. 13. O pagamento
do diarista tinha de ser feito no dia em que ele havia trabalhado
(cf. Dt 24.14,15; Mt 20.8). v. 14. “O surdo não pode ouvir
a maldição, e o cego não pode ver o obstáculo. Assim, os dois são
indefesos e desamparados e, por isso, recebem atenção especial de Deus (SL
10.14; 72.12)” (Snaith, NCentB). v. 15. Parcialidade em relação aos pobres
pode interferir no curso da justiça tanto quanto o agrado indevido aos grandes.
O v. 16b proíbe qualquer pessoa de dar falso testemunho contra um homem em
julgamento que envolva pena de morte; a NEB traz: “nem tome
partido contra o seu próximo numa acusação de pena capital”, v. 18. mas
ame cada um o seu próximo como a Sl mesmo: cf. ISm 18.1. Acerca das
citações neotestamentárias desse segundo dos ”grandes” mandamentos v. Mt
22.39 (e paralelos); Rm 13.9; G1 5.14; Tg 2.8. A versão da NEB, “como um
homem como você mesmo”, é um pouco diferente e tem a intenção de
representar o idioma hebraico com mais precisão, v. 19. As distinções da
natureza devem ser preservadas. Mas a origem exata dessas regras
contra esses cruzamentos não é conhecida. Milgrom sugere que, no caso
de roupas, a proibição surgiu do fato de que as cortinas do
tabernáculo e as vestes sacerdotais eram feitas dessa mistura; por isso a
mistura de materiais era proibida na esfera secular, v. 20. Se a mulher
fosse livre, Dt 22.23,24 seria executada. Nesse caso, a mulher
ainda é propriedade do seu senhor, e o noivo não pode exercer os seus
direitos normais de contrato de casamento, prometida é lit. “designada”,
de forma que a situação pode, ao contrário, ser que a mulher-escrava,
tendo sido designada ao concubinato, ainda não foi reivindicada
(assim Snaith, NCentB). v. 21,22. Em virtude de sua posição
modesta, a mulher-escrava não é considerada responsável (contraste com Dt
22.24), mas o homem deve trazer um carneiro como oferta pela culpa
(cf. 5.15). v. 23. considerem proibidas as suas frutas'. o hebraico
fala das árvores como se fossem “incircuncisas” durante três anos. v.
24. uma oferta de louvor traduz a mesma palavra que é
traduzida por “festa” no contexto da colheita em Jz 9.27. A versão
samaritana tem uma variante que é adotada pela NEB: “e isso a libera
para o uso”. Mas a NEB depende de uma pequena modificação na ordem
das palavras, e provavelmente seja mais sábio seguir a NVI. v. 25. A
bênção de Deus estaria sobre a colheita como resposta ao reconhecimento do povo
da prioridade que Deus tinha sobre as frutas das árvores. O v. 26a resume
7.10-14. A LXX traz: “sobre as montanhas”, em vez de com sangue (lit. “sobre
o sangue”) — uma diferença mais compreensível em termos de palavras
hebraicas do que de suas correspondentes em português. O grego
estaria se referindo a comer em santuários pagãos (cf. Ez 18.6,11,15). v.
27,28. Esses são rituais de luto e lamento pelos mortos (cf. Dt 14.1; Is
15.2; Jr 9.26; 25.23; 48.37). v. 28. Cortar o corpo era uma
característica da adoração a Melqart (Baal no AT); v. lRs 28.28.
Diversas explicações dessa automutilação têm sido propostas: prover sangue para um
espírito que partiu, tornar lamentadores irreconhecíveis aos espíritos que
partiram, afastar e expulsar os espíritos por meio da força da vida
presente no sangue, e outras mais. No Carmelo, no entanto, os
sacerdotes de Melqart não estavam realizando rituais de luto. O v. 29
incluiria também prostituição cultual como a que era comum entre os
cananeus. v. 31. médiuns-, necromantes como a médium de En-Dor
(ISm 28.7). Os v. 32,33 exigem respeito pelos idosos (e, pelo
mesmo princípio, por Deus) e pelo estrangeiro (cf. Ex 22.21;
23.9). v. 34. O princípio do v. 18 é ampliado para cobrir a atitude dos
israelitas para com os estrangeiros. O nosso Senhor deu a ele uma
aplicação ainda mais ampla (Lc 10.25-37). v. 35,36.
Cp. com Am 8.5 acerca dos abusos que tão facilmente surgiam numa sociedade
em que até o dinheiro, na ausência de uma cunhagem adequada, tinha de
ser pesado, efa honesto (nota de rodapé da NVI): o efa era uma
medida para secos; him honesto', o him era uma medida para
líquidos.
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