Estudo sobre Deuteronômio 26

Estudo sobre Deuteronômio 26

Estudo sobre Deuteronômio 26 


Deuteronômio 26

14) Liturgias da aliança e a ratificação (26.1-19)
As cláusulas legais da aliança são concluídas com duas liturgias cultuais (v. 1-11 e v. 12-15) e uma declaração da ratificação da aliança (v. 16-19).
a) A liturgia dos primeiros frutos (26.1-11)
Não é fácil reconstruir a lei dos dízimos e dos primeiros frutos. Uma oferta de primeiros frutos é associada a cada uma das festas de peregrinação (Lv 23.9-11; Nm 28.26 e Lv 23.15-17; e os primeiros frutos da vinha não podiam ser oferecidos antes da festa das cabanas, no outono). Cf. Dt 16.16,17. Talvez o ritual dos v. 1-11 fosse para uma oferta simbólica no outono. Além disso, há uma dificuldade acerca do v. 11, que parece sugerir a participação numa festa de primeiros frutos, embora estes sejam reservados para os sacerdotes em Nm 18.13,14. Mas a grande fartura de Canaã pode ter ocasionado a mudança da lei; de qualquer forma, não é declarado que a festa deveria ser feita com os primeiros frutos.
A característica mais extraordinária da liturgia é a forma em que associa as bênçãos do solo não a forças cíclicas da natureza (como eram associadas a Baal — v. a declaração surpreendente em Os 2.8), mas aos atos salvíficos de Deus na História e, em particular, ao êxodo e à conquista de Canaã. Além disso, ao focalizar a narração objetiva do que Deus havia feito por todo o seu povo, questiona toda e qualquer tendência de reduzir a adoração a mera expressão de sentimentos subjetivos.
Alguns eruditos acharam importante o fato de que os v. 5-10 e alguns resumos semelhantes (Js 24.2b-13; ISm 12.8; SL 136) não fazem menção alguma do Sinai. Mas não precisamos postular a existência de tradições tribais independentes, uma das quais não sabia nada do Sinai, e que foram fundidas somente após a fixação em Canaã. Essa narração solene não deve ser considerada necessariamente uma declaração completa de fé; ela está focalizada acima de tudo no presente da terra que foi dado a nômades sem pátria.
v. 3. sacerdote, i.e., o sacerdote principal do santuário central, v. 4. Ou a ação do sacerdote nesse momento é imitada mais tarde pelos adoradores (v. 10) ou a ordem do v. 10 é considerada cumprida pelo procedimento do v. 4. v. 5. aramew. a referência provavelmente é a Jacó, que, como Abraão, viveu durante um período em Harã-Naaraim, de onde vinha a tribo de Terá (Gn 11.31). errante-, a palavra pode significar “perdido” ou “moribundo”, v. 6-11. O padrão da gratidão e da adoração transcende o ritual antigo. O adorador lembra a condição deplorável da qual Deus libertou o seu povo, a sua reação ao pedido de socorro do povo, o seu poder na libertação e as bênçãos que ele concede. Tudo estimula o adorador a retribuir e a se alegrar com outros que Deus tem abençoado.
b) A liturgia dos dízimos do terceiro ano (26.12-15)
Embora esse dízimo esteja demarcado (v. 12), o adorador mesmo assim deve fazer uma declaração formal, provavelmente enquanto visita o santuário central pira uma festa (v. 13a), afirmando que o dízimo não havia sido contaminado. O diálogo em Ag 2.10-13 (v. também Os 9.4) explica o v. 14. Essa confissão (ao contrário da dos v. 5-10) termina com uma oração que pede a continuação das bênçãos (v. 15).
c) A ratificação da aliança (26.16-19)
O v. 16 se refere diretamente ou a 12.1, que inicia as condições detalhadas da aliança. ou a 5.1, que abre toda a seção relativa aos princípios gerais. Os v. 17-19 sugerem que uma cerimônia de renovação da aliança ocorreu, da qual não sabemos detalhes. Israel declarou solenemente que aceita certas obrigações (v. 17), e Javé declarou o seu propósito ao povo. Na sua graça, ele reconhece os israelitas como seu povo e lhes garante as bênçãos da aliança (v. 18,19). v. 19. santo: tanto um fato — que Israel pertence a Javé — quanto um projeto — viver em pureza e equidade.

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