Estudo sobre Deuteronômio 30

Estudo sobre Deuteronômio 30

Estudo sobre Deuteronômio 30 




4) A promessa do arrependimento e do perdão (30.1-10)
E notável que essa seção, ao contrário do restante do livro, consista em profecia sem exortações. A linguagem e as idéias são extraordinariamente semelhantes nos profetas posteriores (cf., e.g., Jr 32), e mais ainda nos profetas do exílio. Enquanto a maioria dos eruditos enxerga nisso uma prova da origem e influência exílicas, estudiosos conservadores sugerem que autores posteriores foram influenciados por Moisés.
v. 1. Ocorreu o juízo de 29.21-28. v. 2. A primeira condição para a bênção é o arrependimento, uma “volta” (heb. Sub) correspondendo ao voltar-se para longe de Javé que havia originado o castigo, v. 3,4. Essa atividade de reunir novamente o povo é algo típico de sua salvação nas duas alianças, v. 5. Esse retorno do exílio com obediência e confiança parece ter pouco em comum com o movimento sionista do século XX. v. 6. Enquanto em 10.16 o israelita precisa ele mesmo circuncidar o seu coração como um ato de obediência, aqui o processo é visto como um ato da graça de Deus, intimamente associado aos conceitos em Ez 36.26; Jr 31.33 e os seus paralelos no NT. v. 7. Cf. Lm 4.21,22. v. 9. Cf. Jr 32.41.

5) O apelo ao compromisso (30.11-20)
O que Deus requer não é nem incompreensível nem inatingível (v. 11-14). Mas somente o ouvinte pode decidir entre obedecer e desobedecer, uma decisão crucial (v. 15-20). Como se tornou cada vez mais claro (com o exílio e a nova aliança) que é com indivíduos que Deus está tratando, esse desafio ganhou relevância. Como Kline destaca em WBC (in loco), somos todos exilados do Éden aguardando o nosso “retorno” alegre e festivo para a nova Jerusalém.
v. 11-14. É natural destacar a distância que existe entre a verdade e a sabedoria e a vida cotidiana e a dificuldade de alcançá-las (Jó 28.12ss). Mas a lei de Deus era acessível a todo israelita (SL 19.7-11). Em Rm 10.6-8, Paulo usa essas palavras para ilustrar a natureza da nova aliança, com base na encarnação do nosso Senhor e na oferta gratuita do evangelho, no poder do Espírito, tudo isso tornando a palavra bem próxima, v. 15-20. O desafio para a escolha é repetido em toda a Bíblia. Implica não um mero impulso momentâneo, mas o compromisso para toda a vida (v. 16). As questões em jogo não poderiam ser mais sérias: a vida e a morte, a bênção e a maldição (v. 19).