Estudo sobre Êxodo 29
Êxodo 29
b) Orientações acerca da
consagração dos sacerdotes (29.1-46)
Purificação, vestimentas e
unção (29.1-9)
v. lss. Primeiramente, são
apresentados os detalhes do que vai ser exigido para os diferentes
sacrifícios, v. 2. São três tipos de ofertas de cereais (cf. comentário de
Lv 2.10). v. 4. Enquanto Arão e seus filhos não tiverem sido lavados e não
se tiver feito um sacrifício por eles, não podem entrar na Tenda do
Encontro. As instruções acerca da bacia são dadas somente em
30.17-21. Nesse texto (v. 20,21), é ordenado que sejam lavados
regularmente mãos e pés antes do serviço no tabernáculo ou no pátio.
Provavelmente devemos entender que o corpo inteiro deve ser lavado nessa
ocasião (cf. Hb 10.22). Os v. 5,6 parecem mencionar a ordem em que os
diversos elementos deveriam ser vestidos (cf. Lv 8.7ss). v. 6. A coroa
sagrada é a placa de ouro puro descrita em 28.36ss. A NEB
diz: ”o símbolo da santa dedicação”, v. 7. Aqui, só Arão foi ungido,
mas v. 28.41; 30.30; 40.15. v. 9. Depois de cinturões, falta
a expressão ”em Arão e em seus filhos” na LXX (embora esteja em Lv
8.7); as palavras talvez tenham sido incluídas no hebraico para compensar
a omissão nos versículos anteriores, dedicará: como em
28.41, a expressão hebraica é literalmente “encher a mão”. Essa
expressão ocorre nos textos acadianos de Mari (segundo milênio a.C.) com
referência ao pagamento de taxas por serviços prestados (cf. Noth). No AT,
a expressão pode significar ou a colocação de um objeto sagrado nas mãos
dos sacerdotes como um símbolo da sua função (Stalker) ou o
preenchimento das mãos dos sacerdotes com o seu primeiro
sacrifício (Driver, comparando com o v. 24). Mas é possível também que
as palavras tivessem perdido o seu significado original nessa época e
simplesmente significassem “consagrar”.
Sacrifícios pelos
sacerdotes (29.10-28)
v. 10. O novilho
era sacrificado como “oferta pelo pecado” (v. 14). Ao colocar as suas mãos
sobre a cabeça do novilho, Arão e seus filhos se
identificavam com o animal, v. 12. Em Lv 4.7, fazendo menção dos pecados
cometidos por um sacerdote no cumprimento da sua tarefa, o sangue da oferta
pelo pecado é colocado nas pontas do altar do incenso. Aqui a referência é
ao altar de holocaustos; “os sacerdotes, antes de se completar a sua
consagração, são tratados como leigos” (Driver), v. 13. V. comentário de
Lv 3.3,4. v. 14. Esse era o procedimento normal para a oferta pelo
pecado de um sacerdote (cf. Lv 4.11,12). v. 15. O segundo
sacrifício era um cordeiro como oferta queimada (cf. v.
18). Diferentemente do novilho usado como oferta pelo pecado, este era
queimado totalmente, de acordo com Lv 1.10-13. v. 18. A versão ”oferta de
alimentos” da NEB pressupõe que a palavra traduzida por preparada no
fogo tem ligação com um homônimo que significa “alimento”. O v. 19
introduz o cordeiro da oferta da ordenação (cf. v. 22). v. 20. Na
aplicação do sangue na orelha, polegar e pé
direitos dos sacerdotes, era simbolizada a sua total consagração a Deus. A
existência de um ritual semelhante em conjunção com a purificação dos
leprosos (Lv 14.14-17) não excluiria esse significado no caso dos
sacerdotes no dia da sua consagração. O elo sagrado entre o sacerdote e o altar
era representado pelo derramar do resto do sangue nas paredes do
altar, v. 22. Para fazer provisão correta para a ocasião, o cordeiro
da oferta de ordenação era de fato uma oferta de comunhão (cf. Lv
3.3ss). coxa está correto, e não “ombro”, como
em algumas versões, v. 24. e apresente-os como oferta ritualmente
movida perante o Senhor: a explanação tradicional é apresentada
por Stalker: ”A cerimônia da oferta ‘movida’ significava que algumas
partes do sacrifício eram movidas ou alçadas para o altar, dando o sentido
de que eram dadas a Deus, e depois movidas de volta novamente,
indicando que estavam sendo devolvidas por Deus aos sacerdotes para
que estes as comessem”. Uma explicação totalmente diferente foi proposta por sir Godfrey
Driver em JSS (I, 1956, p. 97-105); ela está claramente
representada na versão da NTLH: “e faça com que eles os separem para
mim como oferta especial”. Assim, a chamada “oferta movida” é considerada
uma porção especial do animal do sacrifício que foi removida para ser
apresentada a Deus, e qualquer ideia de movimento ritual está excluída. Em
apoio a essa nova teoria, tem sido destacado que a ideia de movimento
ritual não se encaixa bem com a descrição dos levitas como “oferta movida”
em Nm 8.11. v. 26. Moisés estava agindo como sacerdote nessa ocasião
e, por isso, estava autorizado a compartilhar do sacrifício animal, em
concordância com as regras da oferta de comunhão (Lv 7.31). v. 27,28. De
acordo com os v. 2225, a coxa era queimada no altar. A
entrega tanto do peito quanto da coxa aos
sacerdotes é uma característica das ofertas de comunhão regulares
(v. 28; Lv 7.31,32). Essas partes sempre serão dadas...', é
preferível pensar aqui em ”contribuições” (NEB) regulares a “ofertas alçadas”
(VA). A ideia de movimento ritual certamente deveria ser abandonada
nesse caso (cf. comentário acerca de “ofertas movidas” no v. 24.).
Regulamentações diversas
(29.29-46).
v. 29. As vestes
sagradas de Arão deveriam ser passadas a seus sucessores, e, assim
como a sua consagração deveria durar sete dias (v. 30;
cf. v. 35), também os seus sucessores deveriam ter o mesmo período de
iniciação, v. 31ss. A carne restante do cordeiro da
ordenação deveria ser cozida e então comida junto com o pão que
ainda restava na cesta (cf. v. 2,3,23); somente os sacerdotes podiam
participar dessa refeição (v. 33). v. 36. Feito por mãos humanas e, por
isso, impuro, o altar foi dedicado para o uso sagrado por
meio de uma oferta pelo pecado (propiciação). v. 37.
Em cada um dos sete dias da ordenação, deveria ser feita uma
oferta pelo pecado. Depois de o altar se tomar santíssimo,
a sua santidade seria transmissível; tudo o que (“todo
aquele que” seria melhor; v. NTLH: “qualquer pessoa ou coisa...”) nele
tocar passa ao domínio do sagrado e está à disposição de Deus. v. 38.
As instruções agora se aplicam aos sacrifícios regulares diários (cf.
Nm 28.3-8). A palavra tãmid é traduzida por regularmente
e se tornou a forma aceita para “oferta contínua (i.e., ‘diária’)”,
v. 39. ao entardecer, lit. “entre os dois anoiteceres” (v.
comentário de Lv 23.5). v. 40. Ofertas de cereais (cf. v. 41)
podiam ser sacrifícios independentes ou, como aqui, suplementares, v.
43. será consagrado pela minha glória', o tabernáculo será
santificado pela presença divina (cf. 40.34).
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