Estudo sobre Êxodo 34
Êxodo 34
A teofania é concedida
(34.1-9) v. 1. talhe: de acordo com 32.16, o primeiro par de tábuas era “obra
de Deus”, e nelas escreverei: v. comentário de 31.18. v. 3. Ninguém
poderá ir. as restrições são ainda mais rigorosas do que na ocasião da
primeira subida de Moisés (cf. 19.24; 24.1). Arão tinha se desqualificado
para participar na renovação da aliança, mesmo que fosse somente para
acompanhar o seu irmão em parte do caminho, ovelhas e bois: 19.13;
Hb 12.20. v. 5. permaneceu ali com ele e proclamou o seu nome: o Senhor: o fato de que a segunda frase concorda, mutatis
mutandis, com 33.19 (“proclamarei...”) sugere que Deus é o objeto dos dois
verbos. Driver e Hyatt preferem a construção da RVmg (“e ele [Moisés]
permaneceu com ele ali, e chamou...”). Em apoio à
primeira alternativa, Cassuto destaca que permaneceu representa
o mesmo verbo de “ficar” em 33.21 e de “apresente-se”
do v. 2 desse capítulo, mas em conjugação diferente. Como no caso do
decálogo original (20.2), e em concordância com os costumes do Oriente Médio, a
aliança renovada (cf. v. 10) é prefaciada por uma autoproclamação do
suserano. v. 6,7. Aqui estão os “Treze Atributos”, como
são conhecidos na tradição judaica. Neles se revela a natureza de Deus. “E
o mais próximo que o AT chega de uma definição confessional de Deus. De
forma característica, ela trata da atitude dele com o homem” (Clements;
cf. 20.5,6; Dt 5.9,10; Na 1.3 etc.), v. 7. a milhares: e “por mil
gerações” segundo Dt 7.9. não deixa de punir o culpado-, há alguma
ambigui-dade acerca do significado do verbo hebraico em questão, v. 9. a
nossa maldade e o nosso pecado-, Moisés associa-se com o seu rebanho desobediente
(cf. Dn 9.3-19).
A renovação da aliança
(34.10-28) v. 10. Primeiro Deus anuncia o que ele pretende fazer a favor
de Israel — maravilhas que vão ofuscar os sinais que acompanharam o
êxodo (e.g., Js 6.1-27; 10.12ss). No final do v. 10, a NVI omite a
expressão ”por você” que está nas outras versões (“contigo”, BJ; “com
vocês”, NTLH). Isso certamente se refere a Moisés e concorda com
a condição especial de Moisés em toda a questão da aliança (cf. v.
27, “aliança com você e com Israel”). Ê na expulsão dos povos
que estão em Canaã (v. 11) que Deus vai realizar a obra maravilhosa,
v. 12. Cf. 23.32. v. 13. Cf. 23.24; Dt 12.3. postes sagrados
eram objetos de culto feitos de madeira (se eram postes ou árvores,
não se sabe) que eram sagrados para Aserá, a deusa cananeia da fertilidade. v.
14. Acerca dos v. 14-26 como um “decálogo ritual” mais antigo do que
o ”decálogo ético” de 20.3-17, v. a discussão em Cole. v. 15. quando
eles se prostituírem-. uma metáfora das práticas imorais em
geral e certamente não sem significado literal com relação aos cultos
da fertilidade, convidarão vocês-, ICo 10.27-30 mostra como o
mesmo tipo de situação poderia apresentar problemas ao cristão
individual na cidade de Corinto do século I. Quanto os israelitas eram
vulneráveis diante desse tipo de tentações ficou demonstrado de forma
convincente no caso do bezerro de ouro. v. 17. ídolos de metal-,
correspondente à proibição de imagens esculpidas em 20.4. Talvez o uso do
termo “bezerro fundido” em associação com o pecado de Israel (cf. 32.4)
explique a diferença de ênfase, v. 18. Cf. 23.15. v. 19,20. Cf. 13.1 lss.
A lei do primeiro a nascer é introduzida no cap. 13 seguindo o
relato do êxodo; aqui, ele vem depois da regulamentação da festa dos pães sem
fermento (v. 18) que havia se ligado estreitamente com a tradição do êxodo. v.
21. A lei do sábado precisava ser observada em todas as épocas (cf.
31.13), inclusive na época de arar e na colheita, quando a
tentação de desconsiderá-la seria mais forte. v. 22. A festa das
semanas é a festa da colheita de 23.16; ocorria sete semanas depois da
festa dos pães sem fermento (v. 18). A festa do encerramento da
colheita é outro nome da festa dos tabernáculos (cf. 23.16). v. 23. Cf.
23.17. O calendário religioso de Israel é apresentado na sua forma
completa em Lv 23. v. 24. ninguém cobiçará a sua terra-,
uma palavra para o adorador ansioso em paralelo com o que está em lRs
17.13 e Mt 6.33. Cole comenta acerca da facilidade com que um agricultor
poderia mudar a marca divisória de terras para prejudicar o seu vizinho
mais piedoso. Os que viviam em lugares mais distantes e isolados estariam
temerosos de que na sua ausência algum estranho tentasse estabelecer, ou
até restabelecer, a reivindicação por uma porção de terra. v. 25. Cf.
23.18. O sacrifício da festa da Páscoa corresponde à “gordura das
ofertas de minhas festas” em 23.18, mas essa lei está especificamente
relacionada à Páscoa em 12.10. v. 26. Cf. 23.19. A generosidade
de Deus é reconhecida tanto positiva quanto negativamente — positivamente,
na apresentação dos primeiros frutos; negativamente, na rejeição
dos rituais de fertilidade dos cana-neus. O paralelo antigamente
pressuposto entre o cozimento de um cordeiro no leite de sua mãe e a
referência num texto ugarítico de Ras Shamra está sendo seriamente
questionado atualmente, v. 27. Escreva essas palavras-. cf. 24.4,7.
Essas são as condições da aliança esboçadas nos v. 12.26. com
você: Moisés era o mediador da aliança; cf. comentário do v. 10. v.
28. E escreveu-, a implicação mais natural é que foi Moisés quem
escreveu, visto que é o sujeito dos verbos anteriores. Mas o v. 1 opõe-se a
isso, e pode bem ser que o sujeito original (ou até mesmo o sujeito
pretendido agora) de escreveu seja Deus. A questão depende em parte
do significado exato das frases discutidas no comentário de 31.18;
32.16.
O rosto resplandecente de
Moisés (34.29-35)
v. 29. resplandecia-,
cf. Mc 9.2,3 e paralelos. O verbo está relacionado com a palavra hebraica para “chifre”
(cf. Hyatt, “emitia raios parecidos com chifres”) e foi mal compreendido
desde tempos antigos do cristianismo (já na Vulgata), daí o retrato
comum de Moisés com um par de chifres na arte medieval, v. 33. véu-,
ocorre somente nesse trecho, e seu significado exato é incerto. Muitos
estudiosos vêem aqui uma alusão a um tipo de máscara usada pelos
sacerdotes em algumas religiões primitivas, mas isso não pode ser
aprofundado sem especulação. Paulo retoma o tema do rosto
resplandecente de Moisés e do véu para expor a superioridade da
“dispensação do Espírito” sobre a “dispensação da morte” (2Co 3.7-18). v.
34,35. Parece que, como na primeira ocasião (v. 33), Moisés não colocava
normalmente um véu sobre a sua face até que tivesse transmitido a
mensagem do Senhor ao povo. A lacuna entre a explanação “rabínica” de Paulo do
véu (“para que os israelitas não contemplassem o resplendor que se
desvanecia”, 2Co 3.13) e as circunstâncias originais pode assim
ser facilmente exagerada. Além disso, Paulo mostra que está
consciente das circunstâncias originais em que Moisés sentiu necessidade de
fazer uso do véu (v. 2Co 3.7).Índice: Êxodo 1 Êxodo 2 Êxodo 3 Êxodo 4 Êxodo 5 Êxodo 6 Êxodo 7 Êxodo 8 Êxodo 9 Êxodo 10 Êxodo 11 Êxodo 12 Êxodo 13 Êxodo 14 Êxodo 15 Êxodo 16 Êxodo 17 Êxodo 18 Êxodo 19 Êxodo 20 Êxodo 21 Êxodo 22 Êxodo 23 Êxodo 24 Êxodo 25 Êxodo 26 Êxodo 27 Êxodo 28 Êxodo 29 Êxodo 30 Êxodo 31 Êxodo 32 Êxodo 33 Êxodo 34 Êxodo 35 Êxodo 36 Êxodo 37 Êxodo 38 Êxodo 39 Êxodo 40