Estudo sobre Isaías 54
Isaías 54
A prosperidade futura de Jerusalém (54.1-17)
A prosperidade futura de Jerusalém (54.1-17)
Nos v. 1-10, a atenção se
volta da glória futura do Servo para a presente desolação dos judeus,
personificada como uma mulher estéril (v. 1) e abandonada (v. 6).
Os temas são semelhantes aos de 49.14-26; mais uma vez, temos uma
profecia que claramente responde às lamentações expressas pelos
exilados. A mensagem não é somente de esperança e consolo, mas, mais
do que isso, é um chamado ao louvor (v. 1). As promessas feitas são
duplas: primeiramente, a nação dizimada vai se recuperar completamente dos
desastres do século VI a.C., recuperando todo o seu território perdido e
experimentando um repovoamento rápido; e, em segundo lugar, o
desastre que havia sido o exílio babilónico nunca mais ocorreria. Os
exilados deveriam olhar para as décadas passadas como um mero instante
no tempo (v. 8), e olhar adiante para a bondade eterna do seu Deus
no vínculo do relacionamento de aliança (tão inviolável quanto o
vínculo do casamento; cf. v. 5). (V. as versões para uma leitura mais
clara do v. 6.) Os v. 9,10 garantem essas promessas com um juramento
divino, lembrando a promessa de Deus muito antiga de nunca mais permitir
um segundo dilúvio (cf. Gn 9.8-17).
O destaque desse trecho
está totalmente nas promessas de Deus; mas o tema do relacionamento
casamento—aliança em Sl mesmo já implica um chamado à
fidelidade. Existe assim um elemento condicional nas promessas, um
elemento que se torna mais explícito no cap. 55.
Nos v. 11-17, a
glória e a segurança futuras de Jerusalém são o tema. A cidade será inviolável,
pois estará debaixo da proteção do Deus que controla toda a história (v. 15ss). Protegida
dos ataques inimigos, ela pode ser ornamentada com jóias preciosas
deslumbrantes (v. 11,12) — uma cidade que ultrapassa em esplendor até mesmo a
Babilônia no seu auge. Os seus “pedreiros” (NEB — provavelmente uma
formulação preferível a filhos) serão ensinados pelo Senhor
(v. 13), como Bezalel antigamente (Êx 31.1-5). No entanto, o aspecto
espiritual não é menos importante do que o material; essa herança pertence
aos servos do Senhor (v. 17), os que foram ensinados por ele
(v. 13) e estabelecidos novamente em retidão (v. 14). Assim, nesse
oráculo também encontramos o paradoxo dos propósitos inalteráveis de Deus
lado a lado com as suas promessas condicionais. A Jerusalém restaurada
dos tempos pós-exílicos estava deficiente de ornamentos e esplendor e de forma
nenhuma era inviolável; assim, a promessa divina esperava cumprimento numa
época diferente; cf. Ap 21. A mensagem para os exilados, contudo, era
que dependia deles reivindicar o cumprimento de todas as promessas.Índice: Isaías 1 Isaías 2 Isaías 3 Isaías 4 Isaías 5 Isaías 6 Isaías 7 Isaías 8 Isaías 9 Isaías 10 Isaías 11 Isaías 12 Isaías 13 Isaías 14 Isaías 15 Isaías 16 Isaías 17 Isaías 18 Isaías 19 Isaías 20 Isaías 21 Isaías 22 Isaías 23 Isaías 24 Isaías 25 Isaías 26 Isaías 27 Isaías 28 Isaías 29 Isaías 30 Isaías 31 Isaías 32 Isaías 33 Isaías 34 Isaías 35 Isaías 36 Isaías 37 Isaías 38 Isaías 39 Isaías 40 Isaías 41 Isaías 42 Isaías 43 Isaías 44 Isaías 45 Isaías 46 Isaías 47 Isaías 48 Isaías 49 Isaías 50 Isaías 51 Isaías 52 Isaías 53 Isaías 54 Isaías 55 Isaías 56 Isaías 57 Isaías 58 Isaías 59 Isaías 60 Isaías 61 Isaías 62 Isaías 63 Isaías 64 Isaías 65 Isaías 66