João 4 — Exposição do Evangelho de João

Exposição do Evangelho de João 





João 4

4.7 MULHER DE SAMARIA. A conversa que Jesus teve com a mulher de Samaria revela sua dedicação ao propósito de seu Pai celeste, bem como seu próprio desejo de conduzir essa pessoa à vida eterna. A paixão consumidora de Jesus era salvar os perdidos (ver Lc 15; cf. Pv 11.30; Dn 12.3; Tg 5.20), alvo este que lhe era infinitamente mais importante que a comida e a bebida (v. 34). Devemos seguir o exemplo de Jesus. Ao nosso redor há pessoas dispostas a ouvir a Palavra de Deus. Devemos falar-lhes da sua necessidade espiritual e de Jesus, que pode satisfazer essa necessidade.
4.14 ÁGUA A JORRAR PARA A VIDA ETERNA. Em João 4.14, a “água” dada por Cristo significa a vida espiritual (Is 12.3). Para usufruir dessa água viva é necessário que a pessoa a “beba” (ver 7.37). Esse “beber” não é um ato único e momentâneo, mas sim um beber progressivo ou repetido. A palavra “beba” (gr. pineto, derivado de pino) está no presente do imperativo e representa uma ação progressiva ou repetida. Para beber da água da vida, necessário é estar junto à fonte da água viva que é o próprio Cristo. Ninguém pode continuar bebendo da água da vida, estando distanciado da fonte. Tal pessoa torna-se o que Pedro descreve como “fontes sem água” (2 Pe 2.17).
4.23 ADORARÃO... EM ESPÍRITO E EM VERDADE. Jesus ensina várias coisas neste versículo. (1) “Em espírito” indica o nível em que ocorre a adoração verdadeira. Devemos comparecer diante de Deus com total sinceridade e num espírito [ou disposição de ânimo] dirigido pela vida e atividade do Espírito Santo. (2) “Verdade” (gr. aletheia) é uma característica de Deus (Sl 31.5;  Rm 1.25; 3.7; 15.8 ), encarnada em Cristo (14.6; 2 Co 11.10; Ef 4.21), intrínseca no Espírito Santo (João 14.17; 15.26; 16.13). Por isso, a adoração deve ser prestada de conformidade com a verdade do Pai que se revela no Filho e se recebe mediante o Espírito. Aqueles que propõem um tipo de adoração que ignora a verdade e as doutrinas da Palavra de Deus desprezam no seu todo o único alicerce da verdadeira adoração.
4.24 VERDADE. Porque Cristo é a verdade (João 1.14; 5.31; 14.6; Lc 4.25; 9.27; 12.44), viver em união com Ele requer a verdade (1 Co 5.8; Ef 4.25). Alegar ter comunhão com Cristo e ter a salvação sem, porém, viver e falar de acordo com a verdade, é estar enganado (1 Jo 1.6). Quem não tem a verdade, revela a real condição do seu coração (João 8.44; At 5.3); os tais se opõem a Deus e permanecem fora do reino dos céus (Ap 21.8,27; 22.15; cf. Ap 14.5). O mentiroso pertence à “sinagoga de Satanás” (Ap 3.9).
4.35 VEDE AS TERRAS. Ver Mt 9.37 nota.
4.36 FRUTO PARA A VIDA ETERNA. Quem leva os outros à fé salvífica em Jesus Cristo está fazendo algo de relevância eterna. Um dia, virá a regozijar-se no céu por causa daqueles que foram salvos graças a seus esforços, orações e testemunho. Ao mesmo tempo, deve compreender que sua obra é muitas vezes fruto do trabalho de outros (v. 38). Tudo quanto fazemos na obra de Deus é em grande parte resultado do labor sacrificial anterior de Cristo e dos seus fiéis.
4.48 SINAIS E MILAGRES. Embora os sinais e milagres sejam uma obra autêntica do reino de Deus, nossa fé não deve concentrar-se neles, mas sim em Cristo, do qual eles dão testemunho (ver o estudo O REINO DE DEUS). Devemos crer em Jesus Cristo, porque Ele é o Filho de Deus, nosso Senhor e Salvador. Jesus precisa ser adorado e honrado por causa do seu amor, misericórdia, santidade e caráter justo, e não apenas por causa daquilo que Ele pode fazer em nosso favor no campo físico ou material. Sinais, milagres e maravilhas devem nos levar a uma dedicação profunda ao Senhor e a termos uma maior fé, assim como o milagre descrito aqui motivou essas coisas na vida daquele régulo (vv. 50-53)