Deuteronômio 32 — Estudo Devocional

Deuteronômio 32 apresenta o Cântico de Moisés, um cântico poético e profético que serve de testemunho e advertência aos israelitas. A música relata a fidelidade de Deus ao Seu povo, Sua orientação e Sua libertação. Também destaca a rebeldia, a infidelidade dos israelitas e as consequências que enfrentaram devido às suas ações. A música adverte contra o retorno aos ídolos e enfatiza a justiça e a retidão de Deus. Deuteronômio 32 nos leva a refletir sobre as consequências de nossas escolhas, a importância de permanecermos fiéis a Deus e o significado de reconhecer Sua soberania e justiça. Isso nos lembra que nossas ações têm implicações espirituais e nos chama a escolher os caminhos de Deus em vez das atividades mundanas. Por fim, o capítulo destaca o amor inabalável de Deus, Seu desejo pela lealdade de Seu povo e o chamado para viver de acordo com Sua vontade.

32.1-43 Escutem, ó céu e terra. A canção inicia com a convocação de céu e terra como testemunhas, declamando as virtudes dos atos de amor de Deus por seu povo. meu ensino. Os temas abordados nessa canção são muito variados e sem qualquer preocupação de sequência lógica ou cronológica. O texto é profundamente devocional, confessional e interpretativo, chegando por vezes a ser poético e até passional. O autor analisa, no seu todo, a situação e a história da fé israelita em toda a sua dramaticidade. Mas o personagem central e supremo em tudo é Deus, o Senhor. Quer olhassem para o futuro ou para o passado, assim como para o presente, lá está Ele, soberano, confiável e amoroso. O cântico reflete o sentido e o contexto do pacto de Deus com o povo (Lv 26.12), comentado aqui livremente por Moisés. O Senhor é a nossa rocha. Há muitas passagens teologicamente significativas e belas neste cântico, especialmente as que louvam a retidão do caráter de Deus e seu cuidado providente. Muitas figuras de linguagem de grande beleza são tiradas da natureza (v. 4, 11, 15, 18, 31).

32.15 ficou rico, mas se revoltou contra Deus. É feita uma grave acusação de infidelidade e de ingratidão do povo a Deus, por adorar outros deuses.

31.23 Farei cair sobre eles desgraças sem fim. Segue a condenação divina e a sentença que se expressa na humilhação e escravização do povo por nações estrangeiras, além de aflições por calamidades naturais.

32.36 Deus terá pena do seu povo. O texto também é rico em sinais de esperança: Deus não entregará o povo à destruição total. Os inimigos que atacaram Israel serão dessa mesma forma punidos. O Deus soberano mostrará seu poder de livramento pela destruição dos seus inimigos. Seu poder soberano é dirigido para a purificação do seu povo e o seu estabelecimento na terra, não tolerando a infidelidade. Só ele é Deus!

32.43 Que todas as nações louvem. O cântico termina chamando as nações a louvarem o povo de Deus a quem Ele libertou e vingou, e de quem Ele perdoa os pecados.

32.44 Moisés e Josué… recitaram essa canção. A parte final do livro de Deuteronômio forma uma ligação histórica com o livro de Josué. Moisés, o velho líder, está saindo de cena, e esta agora passará a ser ocupada por Josué, o sucessor escolhido. O relato detalhado da escolha de Josué pode ser encontrado em Nm 27.15-23. A liderança “Deus-Moisés” passa a ser “Deus-Josué”. O segundo nome sempre falará em nome do primeiro e em consonância com aquele, sempre visando o bem do povo, oferecendo o melhor aconselhamento ético, social e espiritual.

As últimas ordens de Moisés
32.45-47 obedeçam a tudo. Em sua exortação final, Moisés insiste com o povo para uma absoluta obediência à lei com o coração. Os fariseus se esqueceram exatamente deste detalhe: o coração! Para eles a formalidade bastava. Mas Jesus os exortou com severidade sobre isto em muitíssimas ocasiões. Somos hoje lembrados a seguir o exemplo de Moisés e de Jesus, e não o dos fariseus.

32.48-52 Você vai morrer ali no monte. Moisés e Arão, mesmo sendo agentes especiais de Deus junto ao povo, perderam o privilégio de atravessarem o Jordão e pisarem em Canaã. Deus parece agir com Moisés de forma bastante dura, numa situação que, de certo modo, lembra a história de Jó, em atitudes que para nós trazem mistério e sofrimento. Afinal, quem somos nós para arguir a Deus? Por vezes ele nos faz chorar, mas é assim mesmo, e também isto faz parte de nossa fé. É possível que a não-entrada de Moisés tenha como principal objetivo sinalizar que somente pela fé em Jesus nós finalmente podemos entrar no descanso prometido (veja Hb 11, notas). Mas vemos que Deus convidou Moisés a subir uma montanha, do outro lado do Jordão, de onde ele pôde ver toda a Terra Prometida (32.48-52). Talvez numa espécie de compensação a seu amigo, Deus permitiu a Moisés fazer todos os preparativos do povo, dirigir as primeiras batalhas e conquistas, orientar o processo de distribuição da terra e detalhes da sua ocupação e escolher o seu sucessor, de certa forma semelhante ao processo que aconteceria com Davi e a construção do Templo, séculos mais tarde.

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