Rute 4 — Explicação das Escrituras

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Rute 4


4.1 À porta da cidade. A porta da cidade era o centro de atividades. Servia de local para assembleias; o rei, às vezes, colocava seu trono à entrada da cidade (1 Rs 22.10; Jr 38.7). Servia como tribunal para tratar de casos legais (cf. Am 5.10, 12, 15), como se depara aqui. O padrão seguido se encontra em Dt 25.7. O resgatador, cf. 2.20n. Havia um parente de Elimeleque mais chegado do que Boaz.
4.2 Anciãos do cidade. Eles desempenhavam o papel de júri, num caso judiciário. Sua decisão era reconhecida como imutável.
4.3 Noemi... tem para venda. Algumas autoridades opinam que a viúva não podia herdar (Nm 27.8-11). Fica claro, aqui, que Noemi podia, pelo menos, vender a terra.
4.5 Também a tomarás da mão de Rute. A redenção da terra não podia ser separada da observância da lei do levirato. Parece que Boaz apresentou os dois assuntos juntos, sabendo que seu parente não poderia aceitá-los.
4.7 Tirava o calçado. Deparamo-nos com um processo legal de transferência de direitos, na presença de testemunhas (cf. Sl 60.8; 108.9, onde lançar a sandália significa tomar posse).
4.9 Todo o povo. Além dos anciãos, o povo testemunha a decisão, reforçando sua imutabilidade. Nesses tempos, pouco se dependia da escrita. Quiliom. Não tendo eles filhos suscitados em seu nome, sua parte da herança passara para Malom, falecido esposo de Rute.
4.10 Rute, a moabita. • N. Hom. “O Cuidado Divino para os Alienados”: 1) Este livro prova que a benevolência de Boaz era apenas a prova da compaixão de Deus pelos estrangeiros moabitas, babilônios ou quem quer que fosse; 2) O Deus da redenção deseja e tem poder para resgatar a todo homem desterrado espiritualmente (Cl 1.13, 14); 3) Ele também escolhe Sua noiva (a Igreja) dentre os gentios, criando uma perfeita comunhão com os pecadores purificados (cf. Ef 2.11-13 com 5.25-32).
4.11 Raquel... Lia. Raquel foi sepultada em Belém, enquanto Lia foi mãe de Judá (Gn 29.35) e avó de Perez, ascendente de Boaz e provavelmente dos habitantes de Belém. Nome afamado. No conceito semita, isto significaria ter muitos descendentes renomados.
4.15 Restaurador. No conceito hebraico, o morto continua a viver através dos filhos e netos, nas gerações seguintes. Consolador. Obede, filho de Boaz e Rute, foi legítimo ancestral de Jesus. Consolando a Noemi, fez aquilo que Cristo faz a todos quantos confiam nele (Jo 14.18-23).
4.17 Obede quer dizer “servo” (do Senhor). Sua fama reside no fato de ter sido avô do maior rei de Israel, Davi.
4.18 As gerações de Perez. Entre Judá (c. 1700 a.C.) e Davi (1010 a.C.) decorreram cerca de 700 anos. Evidentemente, as dez gerações aqui mencionadas não preencheram todo o tempo decorrido. Salmom (21). Se for aquele mencionado em Mt 1.5, que era marido de Raabe, deve ter-se passado mais de 100 anos entre ele e Boaz.

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