Mateus 13 — Comentário Devocional
Mateus 13
13.2, 3 Jesus se utilizava de muitas parábolas (13.34), quando falava às multidões. O que caracteriza essas narrativas são as comparações entre coisas familiares e coisas desconheci das, a fim de nos ajudar a compreender algo superior, verdades espirituais, por meio de realidades e relacionamentos cotidianos. As parábolas de Jesus levam os ouvintes a descobrir a verdade e, ao mesmo tempo, escondem-na daqueles que são demasiadamente preguiçosos ou obstinados para enxergá-la. Aos que, sinceramente, estão à procura de Deus, a verdade se torna completamente inteligível. Mas devemos ter cuidado para não interpretar mal as parábolas, atribuindo-lhes um sentido inadequado. Cada parábola tem o seu significado, a não ser que o próprio Senhor Jesus Cristo tenha especificado algum outro para cada uma delas.13.8 Essa parábola é para encorajar os “lavradores espirituais” — aqueles que ensinam, pregam e procuram conduzir outras pessoas ao Senhor. O lavrador planta boas sementes, mas nem todas brotam; até as plantas têm diferente destino. Não desanime caso você nem sempre veja os resultados, quando fielmente ensina a Palavra. A fé não pode obedecer a uma fórmula matemática (uma proporção fixa entre as sementes plantadas e as que brotam). Na verdade, o Espírito Santo faz um milagre ao usar suas palavras para fazer nascer a fé em Cristo no coração de outras pessoas.
13.9 Os ouvidos humanos escutam muitos sons, mas existe uma forma mais profunda de ouvir que resulta em entendimento espiritual. Se você procurar sinceramente conhecer a vontade de Deus, terá uma “audição espiritual” e essas histórias lhe trarão uma nova perspectiva.
13.10 Ao talar por meio de parábolas, Jesus não estava escondendo a verdade de seus sinceros seguidores, porque aqueles que eram receptivos à verdade espiritual entendiam as ilustrações dEle. Para os outros, eram apenas histórias sem qualquer significado prático. Isso permitia a Jesus distribuir alimento espiritual aos que ansiavam por Ele e, ao mesmo tempo, evitava que seus inimigos o expusessem a armadilhas.
13.12 Essa frase significa que somos responsáveis por utilizar corretamente aquilo que temos. Quando as pessoas rejeitam Jesus, sua insensibilidade sempre afasta ou torna inútil qualquer entendimento que possam ter, por menor que seja.
13.22 É fácil concordar com Cristo quando não temos intenção alguma de obedecer-lhe. É fácil denunciar os infortúnios dessa vida, o engodo das riquezas e, ainda assim, nada fazer para mudar nosso comportamento. À luz da vida eterna com Deus, será que suas atuais preocupações são justificadas? Se tivesse alcançado tudo o que deseja, mas estivesse privado da vida eterna com Ele, será que as coisas alcançadas seriam tão desejáveis?
13.23 Os quatro tipos de solo representam as diferentes respostas à mensagem de Deus. As pessoas respondem de forma diferente, porque estão em distintas condições. Algumas são insensíveis, ou trás descuidadas, muitas estão contaminadas por preocupações que lhes trazem distrações, o há as que são receptivas. Como a Palavra de Deus se enraizou em sua vida? Que espécie de solo é você?
13.24ss Jesus nos revela o significado dessa parábola nos versículos 36 a 43 Todas as parábolas no cap. 13 ensinam a respeito de Deus e de seu Reino. Explicam como este Reino realmente é. Ao contrário das nossas expectativas, o Reino não é um lugar, no sentido geográfico, mas um império espiritual, em que Deus reina e podemos compartilhar a vida eterna com Ele. Passamos a fazer parte deste Reino quando confiamos em Cristo como nosso Salvador.
13.30 As tenras hastes do trigo se parecem com as do joio (erva daninha), e não podem ser diferenciadas até que cresçam e estejam prontas para a colheita. O joio (os incrédulos) e o trigo (os crentes) devem crescer lado a lado no campo (o mundo). Deus permite que os incrédulos vivam perto dos crentes por algum tempo, da mesma maneira que o lavrador tolera as ervas daninhas em seu campo para que o trigo que as circunda não seja arrancado com elas. Entretanto, por ocasião da colheita (o Juízo), o joio será arrancado e lançado tora. O juízo de todos os povos se aproxima. Devemos estar prontos para esta ocasião, assegurando-nos de que nossa fé seja sincera.
13.31, 32 A semente da mostarda era a menor semente usada pelo lavrador. Jesus empregou essa parábola para mostrar que o Reino tem um início modesto, mas crescerá e produzirá grandes resultados.
13.33 Em outras passagens da Bíblia, o fermento é usado como símbolo do mal, do pecado e da impureza. Mas aqui é um símbolo positivo do crescimento. Embora o fermento pareça ser um ingrediente sem importância, permeia todo o pão. Embora o Reino tenha um começo muito pequeno, quase imperceptível, logo crescerá e causará um grande impacto no mundo.
13.40-43 No fim do mundo, os anjos separarão os bons dos maus. Hoje em dia, podem existir os cristãos falsos e os verdadeiros nas igrejas, mas devemos ter muito cuidado com nossos julgamentos, porque somente Cristo está qualificado para fazer a separação final entre eles. Se você começar a julgar as pessoas poderá causar algum dano ao “trigo”. É mais importante julgar nossas atitudes do que analisar as dos outros.
13.42 Muitas vezes, Jesus empregou esses termos quando se referiu ao Juízo futuro. O pranto indica tristeza ou remorso e o ranger de dentes mostra extrema dor e/ou ansiedade. Aqueles que afirmam não se importar com o que acontecerá depois da morte não avaliam o que estão dizendo. Serão castigados por terem vivido com egoísmo e indiferença a Deus.
13.43 No Reino de Deus, aqueles que irão brilhar como o sol contrastam com os que receberam castigo. Uma ilustração semelhante foi usada em Daniel 12.3.
13.44-46 O Reino dos céus é mais valioso do que qualquer outra coisa que possamos ter, e devemos estar dispostos a desistir de tudo para alcançá-lo. O homem que descobriu o tesouro no campo havia tropeçado nele acidentalmente, mas conhecia muito bem o seu valor, e o mercador estava muito empenhado em encontrar uma pérola de grande valor e, quando a encontrou, vendeu tudo o que tinha para comprá-la.
13.47-49 A Parábola da Rede tem um ensinamento semelhante ao da Parábola do Joio. Devemos obedecer a Deus e falar aos outros sobre sua graça e bondade, mas não podemos decretar quem merece ou não o Reino dos céus. Essa determinação será feita no Juízo final por aquele que é infinitamente mais qualificado do que nós.
13.52 Todos aqueles que compreendem o verdadeiro propósito de Deus, tal como foi revelado no AT, possuem um grande tesouro. O AT indica o caminho para o Messias. Jesus sempre confirmou a autoridade e relevância das Escrituras, mas existe um benefício duplo para os que compreendem os ensinamentos dEle sobre o Reino dos céus. Esse era o novo tesouro que Jesus estava revelando. Tanto os ensinamentos antigos como os novos fornecem diretrizes práticas para desenvolvermos a fé e vivermos no mundo. Os mestres da lei, entretanto, mostraram-se presos aos antigos ensinamentos e cegos em relação aos novos. Buscavam um reino futuro, precedido pelo Juízo, no entanto, Jesus ensinou que o Reino estava presente e que o juízo aconteceria no futuro. Os líderes religiosos esperavam um reino terreno e temporal (que se estabeleceria mediante uma rebelião militar, liderada pelo Messias), mas não viam a importância espiritual do Reino apresentado por Cristo.
13.55 Os habitantes da terra natal de Jesus conheciam-no desde sua tenra infância e a sua família, mas não podiam crer em sua mensagem. Estavam muito próximos, Jesus tinha ido a eles como profeta, como aquele que os desafiava a responder a uma verdade espiritual incomum. Não deram ouvidos a mensagem eterna, porque não conseguiam enxergar além do homem.
13.57 Jesus não foi o primeiro profeta a ser rejeitado no próprio país. Jeremias também experimentou esta rejeição em sua terra natal, até mesmo por membros de sua própria família (Jr 12.5,6).
13.58 Jesus realizou poucos milagres em sua terra “por causa da incredulidade deles”. A descrença cega as pessoas quanto à verdade e rouba-lhes a esperança. Essas pessoas perdem o Messias. Qual é a medida de sua fé? Se não pode reconhecer a obra de Deus, talvez o motivo seja a sua incredulidade. Creia e peça a Deus que realize uma poderosa obra em sua vida e espere que Ele aja. Olhe com os olhos da fé.
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