Mateus 18 — Comentário Devocional

Mateus 18

18.1 Ao lermos o Evangelho de Marcos, aprendemos que Jesus antecipou essa conversa quando perguntou aos discípulos o que discutiam entre eles (Mc 9.33, 34).

18.1-4 Jesus usou uma criança para ajudar seus egocêntricos discípulos a entenderem o assunto. Não devemos ser imaturos (como os discípulos, fazendo perguntas sobre assuntos sem importância), mas ter a humildade e a sinceridade de um coração de criança. Será que estamos sendo imaturos ou infantis?

18.3, 4 Os discípulos ficaram tão preocupados com a organização de um reino terreno para Jesus que perderam de vista o divino propósito. Ao invés de procurarem servir, queriam ocupar posições de prestígio. É muito fácil perdermos nossa perspectiva eterna e competirmos para alcançar promoções ou posições na igreja. Mas é difícil nos identificarmos com as “crianças”, pessoas fracas e dependentes sem qualquer status ou influência.

18.6 As crianças são crédulas por natureza. Por confiarem nos adultos, são facilmente levadas a crer em Cristo. Deus diz que os pais e os demais adultos são responsáveis pela influência que exercem sobre elas; Jesus advertiu que se alguém afastar os pequeninos da fé receberá um severo castigo.

18.7ss Jesus preveniu os discípulos sobre duas maneiras de fazer os outros cometerem pecados: por meio da tentação (18.7-9) e da negligência ou depreciação (18.10-14). Como líderes, devemos ajudar os jovens, ou os novos crentes, a evitar qualquer coisa ou pessoa que possa fazê-los tropeçar na fé e levá-los ao pecado. Nunca devemos nos descuidar da educação espiritual ou da proteção para com aqueles que são jovens em idade, ou novos na fé.

18.8, 9 Devemos remover as pedras de tropeço que nos fazem pecar. Isso não quer dizer que devamos mutilar nosso corpo. Para a Igreja, isso significa que qualquer pessoa, programa ou ensino que seja uma ameaça ao crescimento espiritual do Corpo deve ser eliminado. Para o cristão, significa que qual quer relacionamento, prática ou atividade que o leve a pecar deve ser imediatamente interrompido. Jesus disse que é melhor ir para o céu com uma só mão do que para o inferno com as duas. O pecado afeta mais do que nossas mãos. abala nossa mente e nosso coração.

18.14 Assim como o pastor fica muito preocupado com uma ovelha perdida, e vai procurá-la nas montanhas. Deus também está preocupado com cada ser humano que criou - “não que rendo que alguns se percam, senão que todos venham a arre pender-se” (2 Pe 3.9). Se você estiver em contato com crianças de sua vizinhança que precisem de Cristo, conduza-as a Ele com seu exemplo, suas palavras e seus atos de bondade.

18.15-17 Essas são as diretrizes de Jesus para lidarmos com aqueles que pecam contra nós. Elias dizem respeito; (1) aos cristãos, não aos incrédulos; (2) aos pecados cometidos contra você, e não contra outras pessoas; (3) à resolução de conflitos no contexto da Igreja, e não à comunidade em geral. As palavras de Jesus não dão permissão para um ataque frontal a cada um que nos ofenda ou despreze. Não autorizam o início de uma destruidora campanha de difamação ou a intimação para um julgamento por parte da Igreja. Foram destinadas a reconciliar aqueles que estão em desacordo, para que todos os cristãos possam viver em harmonia. Quando alguém nos ofende ou nos causa algum agravo, geral mente fazemos o oposto do que Jesus recomenda. Afastamo-nos com ódio ou ressentimento, procuramos a vingança ou envolvemo-nos em mexericos. No entanto, primeiro devemos procurar tal pessoa, por mais difícil que isso possa parecer. Depois, devemos perdoá-la tantas vezes quanto forem necessárias (18.21.22). Esta atitude criará uma melhor oportunidade para a restauração do relacionamento.

18.18 Esta autoridade poro ligar o desligar se refere às decisões da igreja quanto aos conflitos com seus membros. Entre os cristãos, não existe um tribunal de apelação, além da igreja. Assim, o ideal é que as decisões congregacionais sejam guiadas por Deus e baseadas no discernimento de sua Palavra, pois os cristãos devem levar seus problemas ao conhecimento da igreja e esta tem a responsabilidade de usar a orientação divina, para procurar a solução dos conflitos. Resolver os problemas conforme a vontade de Deus causará um impacto agora e por toda a eternidade.

18.19, 20 Jesus aguardava um novo dia em que estaria presente com os seus seguidores, não fisicamente, mas por intermédio de seu Espírito. No corpo espiritual dos crentes (a Igreja), um acordo sincero entre duas pessoas em oração é mais poderoso que o acordo superficial de milhares, porque o Espirito Santo está com elas. Dois ou mais cristãos, cheios do Espírito, oram, pedindo que tudo seja realizado de acordo com a vontade de Deus, e seus pedidos são atendidos.

18.22 Os rabinos ensinavam que era necessário perdoar os ofensores, mas somente três vezes. Pedro, tentando ser especial- mente generoso, perguntou a Jesus se deveríamos perdoar sete vezes (o número da perfeição). Mas Jesus respondeu: “Setenta vezes sete”. Isso indica que não devemos nem lembrar-nos de quantas vezes perdoamos alguém. Devemos sempre perdoar aqueles que verdadeiramente se arrependem, a despeito de quantas vezes nos tenham pedido perdão.

18.30 Naquela época, havia sérias consequências para os que não podiam pagar suas dividas. Um credor podia apoderar-se do devedor e de sua família, forçá-los a trabalhar para ele até que a dívida fosse paga. O devedor também podia ser enviado para a prisão, seus familiares podiam ser vendidos como escravos, para ajudar a pagar o débito. Esperava-se que, enquanto estivesse na prisão, as terras do devedor fossem vendidas ou que seus parentes pagassem a divida em seu lugar. Caso contrário, o devedor permaneceria na prisão por toda a vida.

18.35 Pelo fato de Deus perdoar todos os pecados que cometemos, não devemos negar perdão a nossos semelhantes. À medida que entendemos o completo perdão de Cristo em nossa vida, de vemos demonstrar uma atitude de perdão em relação aos outros. Se não o fizermos, colocamo-nos acima da lei do amor de Cristo.

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