João 3 — Comentário Devocional

João 3

Título: Nicodemos e o Novo Nascimento.

Introdução:
O capítulo 3 de João é um capítulo central do Novo Testamento, apresentando uma conversa entre Jesus e Nicodemos, um fariseu e membro do conselho governante judaico. Este capítulo investiga temas de renascimento espiritual, salvação e o propósito da vinda de Jesus ao mundo.

Seção 1: A Visita de Nicodemos (João 3:1-2)
Nicodemos, um fariseu respeitado, vai até Jesus à noite, reconhecendo-o como um mestre vindo de Deus. Este encontro noturno representa a curiosidade de Nicodemos e talvez o seu desejo de discrição.

Seção 2: O Novo Nascimento (João 3:3-8)
Jesus diz a Nicodemos que para ver o reino de Deus é preciso “nascer de novo” ou “nascer do alto”. Este conceito deixa Nicodemos perplexo, que se pergunta como uma pessoa pode nascer de novo. Jesus explica que este é um renascimento espiritual, não físico. É uma transformação do coração através da fé Nele e da obra do Espírito Santo.

Seção 3: O Amor e a Salvação de Deus (João 3:9-21)
Jesus enfatiza o amor de Deus pelo mundo ao enviar Seu Filho, não para condená-lo, mas para salvá-lo. Esta seção inclui um dos versículos mais famosos da Bíblia, João 3:16, que sublinha a mensagem central da salvação através da fé em Jesus Cristo.

Seção 4: Testemunho de João (João 3:22-36)
Os discípulos de João Batista discutem os rituais de purificação e o ministério crescente de Jesus. João reitera o seu papel de precursor e enfatiza que Jesus deve crescer enquanto diminui.

João capítulo 3 é uma exploração profunda dos temas do renascimento espiritual, da salvação e do amor de Deus. Ensina-nos que a fé em Jesus Cristo é a chave para a vida eterna e que o desejo de Deus é salvar e não condenar. Desafia-nos a examinar os nossos próprios corações e a considerar se experimentámos o novo nascimento através da fé em Cristo e, se não, a procurar essa transformação e a abraçar a salvação oferecida através Dele.

Devocional

3.1ss Nicodemos foi a Jesus pessoalmente, apesar de poder enviar um de seus assistentes. Queria examinar Jesus por si próprio para separar os fatos dos rumores. Talvez tenha ido encontra-se com Jesus à noite, porque receasse a opinião de seus companheiros fariseus a respeito de sua visita. Mais tarde, quando entendeu que Jesus era verdadeiramente o Messias, falou corajosamente em defesa dEle (7.50.51). Como Nicodemos, devemos ter nossa experiência pessoal com Jesus: os outros não podem fazer isto por nós. Então, se crermos que Ele é quem diz ser, estaremos dispostos a talar a seu favor!

3.3 O que Nicodemos sabia a respeito do Reino? Que acordo com as Escrituras, ele sabia que este Remo era governado por Deus, seria restaurado na terra e abrangeria o povo de Deus. Jesus revelou para o devoto fariseu que o Reino viria para o mundo todo (3.16), não somente para os judeus, e que Nicodemos não poderia fazer parte dele a menos que nascesse de novo (3.5). Este era um conceito revolucionário: o Reino é pessoal, não nacional ou étnico; para entrar nele, são necessários arrependimento e renascimento espiritual. Jesus mais tarde ensinou que o Reino de Deus já estava presente no coração dos crentes (Lc 17.21). Este Remo será completamente manifestado quando Jesus voltar para julgar o mundo e abolir o mal para sempre (Ap 21; 22).

3.5-6 A expressão “da água e do Espírito” pode referir-se: (1) ao contraste entre o nascimento físico (representado pela água) e o nascimento espiritual (representado pelo Espírito), ou (2) à regeneração pelo Espírito, simbolizado pelo batismo cristão, visto que a água é usada como agente de purificação, obra realiza da pelo Espírito Santo de Deus (Tt 3.5). Nicodemos certamente estava familiarizado com a promessa de Deus registrada em Ezequiel 36.25,26. Jesus explicou a importância do renascimento espiritual, dizendo que o povo não entraria no Remo de Deus por viver uma vida melhor, mas se renascesse espiritualmente.

3.6 Quem é o Espírito Santo? Deus é um só, mas subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus se tornou homem em Jesus, para que pudesse morrer por nossos pecados. Jesus ressuscitou para dar salvação a todo o povo por meio da renovação e do renascimento espiritual. Quando Jesus ascendeu ao céu, sua presença física deixou a terra: mas Ele prometeu enviar o Espírito Santo, a fim de que a sua presença espiritual permanecesse entre nós (ver Lc 24.49). O Espírito Santo se tornou imediatamente disponível a todos os crentes no Pentecostes (At 2). Enquanto na época do AT o Espírito Santo capacitava indivíduos específicos para objetivos específicos, agora o poder do Espírito Santo está disponível a todos os crentes. Para mais informações sobre o Espírito Santo, leia 14.16-28: Romanos 8.9; 1 Coríntios 12.13: 2 Coríntios 1.22.

3.8 Jesus explicou que não podemos controlar a obra do Espírito Santo. Ele opera de uma maneira que não podemos predizer ou entender. Assim como você não controlou o seu nascimento físico, também não pode controlar o seu nascimento espiritual. Este é um presente de Deus, concedido pelo Espirito Santo (Rm 8.16; 1 Co 2.10-12; 1 Ts 1.5,6).

3.10, 11 Esse mestre judeu conhecia todo o AT, mas não compreendia o significado dos textos a respeito do Messias. Conhecer a Bíblia não significa ter a salvação. Você deve conhecê-la, porém muito mais importante que isto é entender o Deus que a Bíblia revela e a salvação que Ele oferece.

3.14, 15 Quando os israelitas peregrinavam no deserto. Deus enviou uma praga de cobras para punir o povo por sua rebeldia. Aqueles que estavam condenados à morte pela picada das ser pentes eram curados se obedecessem ao mandamento de Deus, que consistia em olhar para a serpente de bronze que fora levantada e crer que Deus os curaria (ver Nm 21.8,9). Igualmente, a nossa salvação acontece quando olhamos para Jesus, crendo que Ele irá salvar-nos. Deus nos tem dado este precioso Caminho, a fim de que possamos ser curados da ferida fatal, infligida pelo pecado!

3.16 As Boas Novas são o foco deste versículo. O amor de Deus não é estático ou egoísta: alcança e atrai os outros. Aqui, percebemos que Deus estabeleceu o exemplo do verdadeiro amor, a base para todos os relacionamentos amorosos: quem ama alguém carinhosamente está disposto a dar-se gratuita mente, a ponto de sacrificar a si mesmo. O amor de Deus o levou a pagar o preço da redenção do homem: a vida de seu Filho; o mais alto preço que Ele poderia pagar. Jesus aceitou nossa punição. pagou o preço por nossos pecados, e nos ofereceu uma nova vida, que comprou para nós. Quando partilhamos as Boas Novas com os outros, nosso amor deve ser como o de Jesus; devemos prontamente desistir de nosso conforto e segurança, caso seja necessário, para que outros possam unir-se a nós e receber o amor de Deus!

Algumas pessoas rejeitam a ideia da vida eterna, porque a atual é miserável. Mas a vida eterna não é uma extensão da vida terrena, miserável e mortal; a vida eterna, ó a vida de Deus, personificada em Cristo, que foi dada a todos os crentes como uma garantia de que viverão para sempre. Na vida eterna, não há morte, doença, inimigos, mal ou pecado. Quando não conhecemos a Cristo, fazemos escolhas como se esta vida fosse tudo o que temos, mas, na verdade, esta vida é somente uma ponte para a eternidade. Receba esta nova vida pela fé, e comece a avaliar todos os acontecimentos a partir de uma perspectiva eterna!

‘Crer” é muito é mais do que chegar a um entendimento intelectual de que Jesus é Deus. Significa colocar a nossa confiança e segurança nEle, o único que nos pode salvar. É confiar nossa vida presente e nosso destino eterno a Cristo. Crer é ter a certeza de que as palavras dEle são fidedignas e que Jesus tem o poder de transformar-nos em alguém muito melhor. Se você nunca confiou em Cristo, receba esta promessa da vida eterna e creia.

3.18 Muitas vezes, as pessoas tentam proteger-se de seus temores, colocando sua fé em algo que elas mesmas fazem ou têm: boas obras, habilidades, inteligência, dinheiro ou bens materiais. Mas somente Deus pode salvar-nos de algo que verdadeiramente precisamos temer: a condenação eterna. Devemos crer em Deus, reconhecer a insuficiência de nossos esforços para obter a salvação, e pedir a Ele que faça a sua obra em nós. Quando Jesus talou a respeito dos incrédulos, referiu-se àqueles que o rejeitam ou que o ignoram completamente, não aos que têm dúvidas eventualmente.

3.19-21 Muitas pessoas não querem ter sua vida exposta diante de Deus, porque temem o que será revelado. Não querem ser transformadas. Não fique surpreso quando estas mesmas pessoas se sentirem ameaçadas por nosso desejo de obedecer a Deus e de fazer o que é certo, porque temem que a luz de Deus que existe em nós exponha alguma perversidade na vida delas. Em vez de darmos lugar ao desânimo, permaneçamos orando, para que tais pessoas sintam que é muito melhor viver na luz do que nas trevas.

3.25ss Algumas pessoas procuram pontos de divergência, pois assim podem semear sementes de discórdia, descontenta mento e dúvida. João Batista finalizou essa discussão teológica focando sua fé e devoção a Cristo. Tentar forçar outros a crerem à nossa maneira causa dissensão. Em vez disso, devemos testemunhar sobre o que Cristo tem feito por nós. Como alguém poderá argumentar conosco a este respeito?

3.26 Os discípulos de João Batista ficaram preocupados por que as pessoas estavam seguindo Jesus em vez de seguirem João. F fácil ficar com ciúme da popularidade do ministério de outra pessoa, porém devemos lembrar que a nossa verdadeira missão é influenciar as pessoas a seguirem Cristo, não a nós.

3.27 Por que João Batista continuou a batizar depois que Jesus se manifestou? Por que ele também não se tornou um discípulo? João explicou que, polo fato de Deus ter lhe dado uma tarefa, deveria continuar a executá-la até que Ele determinasse. O principal propósito de João era conduzir as pessoas a Cristo. Por isso, mesmo após o início do ministério de Jesus, João continuou a conduzir as pessoas a Ele.

3.30 A prontidão de João em diminuir sua importância de monstra uma humildade incomum. Pastores e outros líderes cristãos podem ser tentados a enfocar mais o sucesso de seu ministério do que Cristo. Tome cuidado com aqueles que enfatizam mais as suas realizações do que o Reino de Deus.

3.31-35 O testemunho de Jesus era digno de confiança por que Ele veio do céu e falou do que há ali. Suas palavras eram as palavras do próprio Deus. Isso indica que toda a nossa vida espiritual depende de nossa resposta a uma questão: quem é Jesus Cristo para nós? Aquele que aceitar Jesus apenas como um profeta ou mestre estará rejeitando os ensinamentos dEle, pois afirmou ser o Filho e o próprio Deus. A mola mestra do Evangelho de João é a verdade dinâmica de que Jesus Cristo ó o Filho de Deus, o Messias, o Salvador, que existe desde a eternidade e continuará a existir para sempre. Este mesmo Jesus nos convida a aceitá-lo e a viver com Ele eternamente. Quando entendemos quem é Jesus, somos compelidos a crer no que Ele disse.

3.34 O Espírito de Deus estava sobre Jesus sem medida ou limite. Assim, Jesus foi a maior revelação de Deus para a humanidade (Hb 1.2).

3.36 Jesus disse que aqueles que creem nele (no presente e não apenas no futuro) a vida eterna. Receber esta vida é unir-se a Deus, cuja natureza é eterna. Assim, a vida eterna tem início no momento do novo nascimento espiritual.

João, o autor deste Evangelho, enfatizou que Jesus é o verdadeiro Filho de Deus. Jesus colocou diante de nós a maior escolha que um mortal deve fazer na vida. Somos responsáveis por decidir hoje a quem obedeceremos (Js 24.15); Deus quer que escolhamos Ele e a vida (Dt 30.15-20). A ira de Deus se manifestara no julgamento final, quando Ele rejeitará para sempre o pecador. Protelar a escolha é optar por não seguir a Cristo. A indecisão é uma decisão fatal!

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