João 8 — Comentário Devocional

João 8

Título: A Mulher Apanhada em Adultério, Jesus a Luz do Mundo e a Controvérsia.

Introdução:
O capítulo 8 de João contém vários eventos e ensinamentos significativos, incluindo a história da mulher apanhada em adultério, a declaração de Jesus como a Luz do Mundo e as controvérsias contínuas com os líderes religiosos.

Seção 1: A Mulher Apanhada em Adultério (João 8:1-11)
O capítulo começa com os fariseus trazendo uma mulher pega em ato de adultério diante de Jesus, testando-O para ver se Ele cumpriria a Lei de Moisés, que prescrevia o apedrejamento. Jesus responde com as famosas palavras: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra”. Os acusadores vão embora e Jesus perdoa a mulher, instruindo-a a ir e não pecar mais.

Seção 2: Jesus, a Luz do Mundo (João 8:12-30)
Nesta seção, Jesus se declara como a Luz do Mundo. Ele enfatiza que quem O segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida. Esta declaração suscita debate e conflito com os fariseus, que desafiam o Seu testemunho e procuram prendê-Lo.

Seção 3: O Verdadeiro Discipulado e os Filhos de Abraão (João 8:31-59)
Jesus inicia um diálogo com os judeus que acreditavam Nele. Ele explica as condições do verdadeiro discipulado e a liberdade que advém do conhecimento da verdade. Esta conversa se transforma em uma discussão acalorada em que os líderes religiosos acusam Jesus de ter um demônio e afirmam ser descendentes de Abraão. Jesus responde afirmando Sua identidade divina, afirmando: “Antes que Abraão existisse, eu sou”.

O capítulo 8 de João mostra a compaixão e a misericórdia de Jesus na história da mulher apanhada em adultério, ao mesmo tempo que destaca as Suas ousadas reivindicações de divindade e a contínua controvérsia em torno do Seu ministério. Enfatiza os temas da verdade, da liberdade e do poder transformador do encontro com Cristo. A declaração de Jesus como a Luz do Mundo lembra-nos o Seu papel como fonte de iluminação e orientação espiritual. Este capítulo sublinha a importância do discipulado genuíno, da fé na identidade de Cristo e da verdade que nos liberta do pecado e das trevas.

Devocional

8.3-6 Os líderes judeus já haviam negligenciado a lei ao prenderem apenas a mulher adúltera. A lei determinava que as duas pessoas envolvidas no adultério fossem apedrejadas (Lv 20.10; Dt 22.22). Os líderes estavam usando a mulher como uma cilada, para enganar Jesus. Se Ele dissesse que a mulher não deveria ser apedrejada, acusariam-no de violar a lei de Moisés. Se os incentivasse a aplicar a pena, poderiam queixar-se aos romanos, que não permitiam que os judeus efetuassem execuções (18.31).

8.7 Essa é uma afirmação significativa a respeito de julgar as outras pessoas. Por Jesus ter confirmado a pena legal para o adultério, o apedrejamento, não poderia ser acusado de estar contra a lei. Mas ao dizer que somente uma pessoa sem pecado poderia atirar a primeira pedra. Ele mostrou a importância ria compaixão e do perdão. Quando outros são surpreendidos em pecado, você é rápido para julgar? Fazer isto ó agir como se você nunca tivesse pecado. Julgar é uma prerrogativa de Deus, não nossa, Nosso papel é mostrar o perdão e a compaixão!

8.8 Não sabemos se, ao escrever no chão, Jesus simplesmente ignorava os acusadores, se listava os pecados deles ou se escrevia algo como, por exemplo, os Dez Mandamentos.

8.9 Quando Jesus disse que somente aquele que não tinha pecado poderia atirar a primeira pedra, os líderes se retiraram rapidamente do mais idoso ao mais jovem. Evidentemente os mais velhos estavam mais conscientes de seus pecados do que os mais jovens. A idade e a experiência frequentemente reduzem o sentimento de justiça própria tão peculiar à juventude. Qual quer que seja a sua idade, examine honestamente sua vida! Re conheça sua natureza pecaminosa e procure maneiras de ajudar os outros em vez de feri-los!

8.11 Jesus não condenou a mulher acusada de adultério, porém não ignorou nem foi complacente em relação ao pecado dela. Disse à mulher para abandonar sua prática pecaminosa. Jesus está pronto a perdoar qualquer pecado em nossa vida, mas a confissão e o arrependimento demonstram uma mudança de coração! Com a ajuda de Deus podemos aceitar o perdão de Cristo c deixar os maus procedimentos.

8.12 Para compreender o que Jesus quis dizer com a expressão “luz do mundo”, veja a nota 1.4,5.

Jesus estava em uma parte do Templo onde as ofertas eram depositadas (8.20), onde as lâmpadas eram mantidas acesas para simbolizar a coluna de fogo que conduziu o povo de Israel pelo deserto (Êx 13.21.22). Neste contexto, Jesus declarou ser a luz do mundo. A coluna de fogo representava a presença, a proteção e a direção de Deus. Jesus traz a presença, a proteção e a direção de Deus. Ele é a luz do seu mundo?

8.12 O que significa seguir a Cristo? Como um soldado segue o seu capitão, assim devemos seguir a Cristo, o nosso comandante. Como um escravo segue o seu dono, assim devemos seguir a Cristo, o nosso Senhor. Como seguimos um conselho de confiança, assim devemos seguir os mandamentos que Jesus nos deixou nas Escrituras. Assim como seguimos as leis de nossa nação, devemos seguir as leis do Reino dos céus.

8.13, 14 Os fariseus provavelmente pensavam que Jesus fosse um lunático ou um mentiroso. Jesus deu-lhes uma terceira alternativa: Ele dizia a verdade. Pelo fato de a maioria dos fariseus recusar-se a considerar a terceira alternativa, nunca o reconheceu como Messias e Senhor. Se você procura conhecer Jesus, não feche a porta antes de examiná-lo honestamente. Somente com uma mente aberta será possível reconhecer a verdade: Ele é o Messias; o Senhor.

8.13-18 Os fariseus argumentaram que a afirmação de Jesus era legalmente inválida, porque Ele não tinha outras testemunhas. Jesus respondeu que seu testemunho era confirmado pelo próprio Deus. Jesus e o Pai somam duas testemunhas, o número exigido pela lei (Dt 19.15).

8.20 O lugar do tesouro (o gazofilácio) ficava no átrio das mulheres. Nesta área, eram colocadas 13 caixas para receber o dinheiro das ofertas. Sete destas caixas eram destinadas ao imposto do templo; as outras seis eram dedicadas as ofertas voluntárias. Em outra ocasião, uma pobre viúva lançou duas pequenas moedas em uma destas caixas, e Jesus ensinou uma importante lição com base na atitude dela (Lc 21.1 -4).

8.24 As pessoas morrerão em seus pecados se rejeitarem a Cristo, porque estarão rejeitando o único caminho para serem libertas do pecado. Lamentavelmente, muitos estão tão envolvi dos com os valores deste mundo, que ficam cegos diante do presente de valor inestimável que Cristo oferece. Para onde você está olhando? Não priorize os valores deste mundo, perdendo o que é mais valioso: a vida eterna com Deus!

8.32 O próprio Senhor Jesus é a verdade que nos liberta (8.36). Ele é a fonte da verdade, o padrão perfeito daquilo que é correto. Ele nos liberta das consequências do pecado, do enga no que infligimos a nós mesmos e do erro a que nos induz Satanás. Jesus nos mostra claramente o caminho da vida eterna com Deus. Por isso, Elo não nos dá liberdade para fazermos o que quisermos, mas para seguirmos a Deus. À medida que procuramos servir a Deus, a verdade perfeita de Jesus nos liberta para que sejamos tudo aquilo que Deus deseja que sejamos!

8.34, 35 O pecado nos escraviza, controla, domina e dita nossas atitudes. Jesus pode libertar-nos desta escravidão que nos impede de tornarmo-nos a pessoa que Ele planejou que fôssemos. Se o pecado o restringe, controla ou escraviza. Jesus pode vencer este poder exercido sobre a sua vida.

8.41 Jesus fez uma distinção entre o filho hereditário e o filho verdadeiro. Os líderes religiosos eram filhos hereditários de Abraão (o fundador da nação judaica) e, portanto, afirmavam ser filhos de Deus. Mas os seus atos mostraram que na realidade eram filhos de Satanás, porque viviam sob a orientação de Satanás. Os verdadeiros filhos de Abraão (os fiéis seguidores de Deus) não poderiam agir como eles agiram. Os membros de sua igreja e seus familiares não farão de você um verdadeiro filho de Deus. O seu Pai verdadeiro é o único a quem você deve imitar e obedecer.

8.43 Os líderes religiosos eram incapazes de entender, porque se recusavam a ouvir. Satanás usou a rebeldia, o orgulho e o preconceito para que não cressem em Jesus.

8.44, 45 As atitudes desses líderes os identificavam claramente como seguidores de Satanás. Não podiam ter consciência disto, mas o seu ódio em relação à verdade, as suas mentiras e as suas intenções assassinas indicavam o controle que o maligno tinha sobre eles. Foram instrumentos do maligno para levar a cabo os seus planos; falavam a mesma linguagem dos mentirosos. Satanás ainda usa pessoas para obstruir a obra de Deus (Gn 4.8; Rm 5.12; 1 Jo 3.12).

8.46 Ninguém podia acusar Jesus de um único pecado. As pessoas que o odiavam e queriam que morresse examinaram o comportamento dEle, mas não puderam encontrar nenhuma falta. Por meio de sua vida sem pecado, Jesus provou que era o Deus encarnado. Ele e o único exemplo perfeito a ser seguido.

8.46, 47 Diversas vezes, Jesus intencionalmente desafiou os seus ouvintes a colocarem-no ã prova e recebeu bem os que questionavam as afirmações e o caráter dEle. por estarem dispostos a aprofundar suas descobertas. Mas, nesta passagem, o desafio de Jesus esclarece os dois erros mais frequentes das pessoas que o encontravam: (I) nunca aceitavam o desafio de Jesus para que o pusessem à prova, ou (2) testavam-no, mas não estavam dispostas a crer no que descobriam. Você já cometeu algum destes erros?

8.51 Quando Jesus disse que aqueles que lhe obedecem não morrerão, referia-se ã morte espiritual, não à física. Entretanto, mesmo a morte física será superada. Aqueles que seguem a Cristo ressuscitarão para viver eternamente com Ele.

8.56 Deus disse a Abraão, o pai da nação judaica, que por intermédio dele todas as nações seriam abençoadas (Gn 12.1-7; 15.1-21). Abraão foi capaz de contemplar esta promessa pelos olhos da fé. Jesus, um descendente de Abraão, abençoou todos os povos por meio de sua morte expiatória. sua ressurreição e sua oferta de salvação.

8.58 Essa foi uma das afirmações mais poderosas proferidas por Jesus. Ao dizer que existiu antes de Abraão, Jesus inquestionavelmente proclamou a sua divindade. Jesus não apenas declarou que existia antes de Abraão também usou o nome santo de Deus, Eu Sou, (Êx 3.14) aplicando-o a si mesmo. Esta afirmação demandou uma resposta. Não poderia ser ignorada. Os líderes judeus tentaram apedrejar Jesus, acusando-o de cometer blasfêmia, por afirmar ser igual a Deus. Mas Jesus é Deus. Qual tem sido a sua atitude em relação a Jesus, o Filho de Deus?

8.59 De acordo com a lei registrada em Levítico 24.16. Os líderes religiosos estavam prontos para apedrejar Jesus, por Ele afirmar ser Deus. Entenderam perfeitamente o que Jesus disse, mas por não crerem que Ele era Deus, acusaram-no de blasfêmia. É irônico observar que, na realidade, eles eram de fato os blasfemos, pois amaldiçoaram e atacaram o Deus a quem afirmavam servir!

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