Significado de Mateus 25
Mateus 25
Mateus 25 começa com a parábola das dez virgens, na qual cinco são sábias e têm azeite suficiente para suas lâmpadas, e cinco são tolas e não têm. Quando o noivo chega, as virgens sábias podem entrar na festa de casamento, mas as tolas são excluídas.
Jesus então conta a parábola dos talentos, na qual um mestre dá a três servos diferentes quantias de dinheiro para investir. Dois dos servos investem sabiamente e são recompensados, mas o terceiro servo esconde seu dinheiro e é punido.
Finalmente, Jesus descreve o julgamento das nações, no qual o Filho do Homem separa as ovelhas dos cabritos com base no tratamento dado aos "menores destes", seus irmãos e irmãs. Os justos são recebidos na vida eterna, enquanto os ímpios são enviados para o castigo eterno.
Mateus 25 enfatiza a importância da prontidão e fidelidade na expectativa da volta do Senhor. Também destaca a importância de usar os dons e recursos que Deus nos deu para seus propósitos, e a necessidade de amar e servir aos outros como amaríamos e serviríamos ao próprio Cristo.
I. Intertextualidade com o Antigo e Novo Testamento
Mateus 25 prolonga o discurso escatológico com três quadros que entrelaçam a linguagem nupcial, a mordomia e o juízo régio, costurando Lei, Profetas, Salmos e a esperança apostólica. A parábola das dez virgens situa-se no imaginário das bodas do Reino: o Noivo é figura messiânica já evocada por Jesus (Mateus 9:15) e pela tradição profética em que Deus desposa o seu povo (Oseias 2:19–20; Isaías 62:4–5; Salmos 45). O “clamor à meia-noite” dramatiza o kairós divino que surpreende como nos dias de Noé, quando a porta se fechou (Gênesis 7:16; cf. Mateus 24:37–39), e a resposta “não vos conheço” retoma o veredito contra a religiosidade sem obediência (Mateus 7:23; Isaías 29:13). O motivo das lâmpadas e do óleo remete ao culto que devia manter a luz acesa “continuamente” com azeite puro (Êxodo 27:20–21) e ao símbolo profético do Espírito que alimenta o candelabro da comunidade de Deus, “não por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito” (Zacarias 4:1–6), associação que o Novo Testamento expande ao mostrar a igreja como castiçais portadores da luz (Apocalipse 1:12–13, 20) e a vida prudente como vida cheia do Espírito (Efésios 5:15–18). A antítese prudentes/tolas ecoa a dialética sapiencial (Provérbios 10:5; 13:16; 22:3): vigilância perseverante versus imprevidência. O “demorar-se” do noivo dialoga com a parábola anterior do servo que diz “meu senhor demora” (Mateus 24:48) e com a paciência do Senhor que não retarda a promessa, mas oferece tempo para arrependimento (2 Pedro 3:9), e o “vigiai” final mantém o eixo ético do capítulo precedente (Mateus 24:42–44). A porta fechada, enfim, sela o ensino de que nem pedigree nem proximidade externa substituem prontidão interior, tema que perpassa os profetas e o próprio Jesus (Amós 5:18–24; Lucas 13:25–27).
A parábola dos talentos passa da vigilância à fidelidade fecunda. O “homem que, ausentando-se, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens” supõe a teologia da criação e do senhorio: “do SENHOR é a terra” (Salmos 24:1), e os humanos são mordomos de dons e oportunidades (Gênesis 1:26–28; 2:15). O termo “talento” designa grande soma, mas a ênfase recai na responsabilidade “conforme a capacidade de cada um” (Mateus 25:15), em harmonia com o princípio da aliança: mais luz, mais encargo (Amós 3:2; Lucas 12:48). Os servos fiéis “negociam” e multiplicam, como a mulher virtuosa que “percebe que é boa a sua mercadoria” e faz frutificar o que recebeu (Provérbios 31:16–18), enquanto o servo que enterra o talento encarna a preguiça que a sabedoria ridiculariza (Provérbios 26:13–16) e a omissão que o profeta amaldiçoa quando se trata da causa do Senhor (Jeremias 48:10). A sentença “foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mateus 25:21, 23) entrelaça a máxima de Jesus sobre fidelidade no pouco e no muito (Lucas 16:10–12) com o horizonte régio-escatológico em que os santos recebem participação no governo do Filho do Homem (Daniel 7:13–14, 27) e com o banquete jubiloso prometido por Isaías (Isaías 25:6–8). O “servo mau e negligente”, por sua vez, projeta no senhor uma caricatura (“és homem severo”) que o exonera de agir e termina nas trevas exteriores com “choro e ranger de dentes” (Mateus 25:24–30), fórmula de juízo recorrente em Mateus (Mateus 8:12; 22:13) e solidária com a separação final da colheita (Mateus 13:41–42). O princípio subjacente — “a todo o que tem, dar-se-lhe-á” — ressoa o ensino anterior sobre quem acolhe a palavra e frutifica (Mateus 13:12, 23) e prepara o ensino apostólico de que cada um administrará, “como bons despenseiros, a multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4:10; 1 Coríntios 4:1–2).
O juízo das nações encerra o capítulo com uma teofania régia: “quando o Filho do Homem vier em sua glória… assentará no trono da sua glória… e todas as nações serão reunidas diante dele” (Mateus 25:31–32). A cena é uma colagem deliberada de Daniel 7:13–14 (o Filho do Homem recebendo domínio universal), de Salmos 72 (o Rei que governa com justiça e socorre o necessitado) e de Joel 3:2 (ajuntamento das nações para juízo no vale de Josafá). A separação de “ovelhas” e “cabritos” recupera tanto a prática pastoral do Oriente quanto a profecia de Ezequiel 34:17, onde o próprio Deus julga “entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes”, e, sobretudo, o contraste entre pastores que exploram e o Pastor verdadeiro que cuida dos fracos (Ezequiel 34:1–16). O critério surpreende: obras de misericórdia — dar de comer, de beber, acolher, vestir, visitar — em favor dos “pequeninos irmãos” do Rei (Mateus 25:35–40), condensando a ética da Torá e dos Profetas (Deuteronômio 10:18–19; Isaías 58:6–10; Provérbios 19:17) e o mandamento-regra do amor ao próximo (Levítico 19:18), que o Novo Testamento declara ser “o cumprimento da Lei” (Romanos 13:8–10; Tiago 2:8). A identificação do Rei com os pequenos (“a mim o fizestes”) radicaliza o Emanuel de Mateus (Mateus 1:23; 18:5) e ressoa a cristologia do corpo: tocar o irmão é tocar Cristo (Atos 9:4; 1 João 3:16–18). A surpresa de justos e injustos — ambos perguntam “quando te vimos?” — mostra que a misericórdia verdadeira não é cálculo meritório, mas fruto de um coração transformado (Jeremias 31:33; Ezequiel 36:26–27; Gálatas 5:22–23). O veredito encerra a história com linguagem de Daniel 12:2: “irão estes para o castigo eterno, porém os justos para a vida eterna” (Mateus 25:46), enquanto o “fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25:41) conversa com a derrota final do Maligno (Apocalipse 20:10) e com a seriedade do Dia do SENHOR nos profetas (Malaquias 4:1).
Assim, Mateus 25 recompõe, à luz de toda a Escritura, o que significa vigiar, frutificar e amar até o fim: as virgens prudentes encarnam a sabedoria que vela com óleo do Espírito na expectativa do Noivo (Êxodo 27:20–21; Zacarias 4:1–6; Apocalipse 19:7–8), os servos fiéis mostram a mordomia que trabalha com o que o Senhor confiou até partilhar o seu gozo e reino (Lucas 16:10–12; Daniel 7:27), e as ovelhas justificadas revelam que o juízo final reconhecerá, como marca do povo do Rei, a misericórdia concreta que a Lei e os Profetas sempre exigiram e que o evangelho capacita (Isaías 58:6–10; Romanos 13:8–10; Tiago 2:14–17). No conjunto, o capítulo fecha o discurso escatológico sem sensacionalismo: não se trata de decifrar datas, mas de permanecer com as lâmpadas acesas, negociar os talentos recebidos e cuidar de Cristo nos seus irmãos, porque o Filho do Homem — o Noivo, o Senhor e o Rei — vem.
II. Comentário de Mateus 25
Mateus 25:1 As dez virgens dessa parábola estavam esperando o cortejo nupcial que ia da casa da noiva à casa do noivo. Como o cortejo era feito à noite, eram necessárias lamparinas para iluminar o caminho, pois as cidades antigas não tinham luz elétrica.
Mateus 25:2 O servo bom de Mateus 24.45 é descrito como fiel e prudente. A parábola das dez virgens nos mostra a importância da sabedoria e da unção (Mt 25:1-13). A parábola dos talentos, que vem a seguir (Mt 25:14-29), fala da importância da fidelidade. A palavra traduzida por prudente aqui e em Mateus 24.45 significa sábio.
Mateus 25:3-9 Levar consigo azeite reforça o conceito de que é preciso estar preparado. A falta de azeite significa não estar preparado, revestido de fé e de poder espiritual para a volta de Cristo.
Mateus 25:10 Fechou-se a porta. Remete ao fato de ser impedido de entrar no Reino de Deus. As virgens imprudentes não estavam preparadas para a volta de Cristo. Compare com as bodas em Mateus 22.1-14 e Apocalipse 19.7, 8.
Mateus 25:11 Senhor, senhor é um clamor igual ao em Mateus 7.21-23, em que a mesma situação é retratada. A repetição de Senhor indica grande emoção.
Mateus 25:12, 13 Assim como Jesus disse antes: Nunca vos conheci, em Mateus 7.23, Ele diz novamente aqui: Em verdade vos digo que vos não conheço (compare com Mateus 10.32, 33; 2 Timóteo 2.11-13).
Mateus 25:14 A parábola dos talentos retrata a fidelidade que Deus quer de Seus servos. O fato de o Senhor ter viajado para fora da terra nos mostra que haverá muito tempo para que a fé de Seus servos seja provada.
Mateus 25:15-17 Um talento era uma grande soma de dinheiro, o equivalente a seis mil denários. Um denário era o pagamento de um dia de salário de um trabalhador comum (Mt 20.2).
Mateus 25:18, 19 As pessoas acreditavam que era seguro guardar dinheiro debaixo da terra.
Mateus 25:20, 21 Sobre muito te colocarei aqui diz respeito à recompensa que será dada no Milênio (compare com Mateus 24-45).
Mateus 25:22, 23 O primeiro dos dois servos recebeu a mesma recompensa, embora a quantidade de dinheiro que receberam tenha sido diferente. A recompensa é baseada na fidelidade, não no tamanho da responsabilidade. A menor tarefa na obra de Deus pode levar-nos a receber uma grande recompensa se formos fiéis ao realizá-la (Mt 10.42).
Mateus 25:24-28 Os servos maus eram infiéis e preguiçosos, pois, se realmente temessem a seu senhor, no mínimo, teriam dado o dinheiro aos banqueiros. Desse modo, o senhor receberia o dinheiro de volta com os juros.
Mateus 25:29 Esse provérbio nos mostra que, se não usarmos o que Deus nos deu, perderemos tudo (Hb 5.11, 12). Isso inclui habilidades e dons espirituais, assim como bens materiais (1 Pe 4.10).
Mateus 25:30 O servo inútil é aquele que não é fiel às tarefas que seu senhor lhe confiou. Esse servo não receberá recompensa alguma (Mt 8.12; 13.42, 50; 22.13).
Mateus 25:31 A parte final desse discurso fala sobre o juízo. Mateus tem sido chamado de o evangelho do juízo, porque esse assunto ocorre com frequência (3.12; 6.2, 5, 16; 7.24-27; 13.30, 48, 49; 18.23-34; 20.1-16; 21.33-41; 22.1-14; 24.45-51; 25:1-12, 14-46). Mas isso já era de se esperar, pois Mateus dá muita ênfase à vinda do Reino e, consequentemente, ao juízo que virá em seguida. Nas duas parábolas anteriores, Jesus fala do juízo que viria sobre os israelitas que não estavam preparados para a chegada do Messias. Contudo, na última parábola desse discurso, Ele volta a atenção para todas as nações da terra. E quando o Filho do Homem vier em sua glória relembra as palavras de Daniel 7.13, 14, 27 e nos dá uma visão do Reino futuro de Cristo (Ap 5.9, 10; 19.11-18; 20.4-6).
Mateus 25:32, 33 O termo nações aqui diz respeito ao gentios. Bodes e ovelhas não eram animais impuros segundo a lei levítica; no entanto, eram muito diferentes. Os pastores geralmente apascentavam os bodes e as ovelhas juntos, mas chegava uma hora que os dois grupos tinham de ser separados.
Mateus 25:34-39 O Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo indica que esse Reino sempre foi o objetivo de Deus para o ser humano.
Mateus 25:40-45 Mateus 25:31-46 se refere a três grupos: bodes, ovelhas e meus pequeninos irmãos. Certamente esses irmãos são crentes em Jesus Cristo.
Mateus 25:46 Eterno é usado para descrever tanto o sofrimento quanto a vida, mostrando que ambos terão a mesma duração. Eterno também é usado para Deus em Romanos 16.26.
Mateus 25:1-13 (Devocional)
Parábola das Dez Virgens
A parábola das virgens não pretende mostrar que somente aqueles que esperam diligentemente no Senhor vão às bodas com Ele. Toda a companhia é composta por confessores, são todas pessoas que saíram ao encontro do esposo. O que importa é mostrar a diferença entre os confessores. Existem confessores reais e falsos.
Nesta parábola, o Senhor não é o Noivo da igreja. A noiva não é mencionada nesta parábola. Trata-se de responsabilidade pessoal durante a ausência de Cristo. É uma parábola do reino dos céus que é comparada a dez virgens. O número dez fala de responsabilidade. A palavra “virgens” fala de devoção, de ter apenas um amado. Todos eles têm lâmpadas, ou seja, luz. Eles conhecem o futuro. Todas saem ao encontro do noivo.
Então o Senhor faz uma distinção nas dez virgens. Ele chama cinco de tolas e cinco de prudentes. A diferença não está em sair, porque todos saem. Eles também todos têm lâmpadas. A distinção está em ter ou não óleo em suas lâmpadas. O que torna as virgens tolas tolas é que elas não têm azeite. O óleo fala do Espírito Santo. No Antigo Testamento, reis, sacerdotes e, em alguns casos, profetas eram ungidos com óleo. O crente do Novo Testamento é ungido com o Espírito Santo desta forma (1 João 2:20; 1 João 2:27; 2 Coríntios 1:21-22). Os frascos falam do corpo (2Co 4:7).
Quando o noivo demora, todas as dez adormecem. A posse do Espírito Santo não impede que as virgens prudentes adormeçam. Isso indica que toda a igreja confessante, mesmo aqueles que têm o Espírito, perdem de vista a volta do Senhor. Nos primeiros dias da igreja, os crentes estavam ansiosos pela vinda do Senhor. Mas por causa da demora de Sua vinda, a expectativa diminuiu.
Então, quando é meia-noite, quando a noite está mais escura, ouve-se um grito. O noivo está se aproximando! O chamado do Espírito Santo é: “Eis o noivo!” A pessoa do noivo desperta os adormecidos de seu sono. Além disso, a exclamação “eis o esposo” não serve apenas para despertar para encontrá-lo. Também implica um apelo para ver no exame das Escrituras as características magníficas de Sua Pessoa.
Além de acordar, a atividade também é esperada. É por isso que soa assim: “Saia, para conhecê-lo”. Em Mateus 25:1 eles já saíram uma vez. Agora o clamor é fazer isso de novo. Sair significa separação do mundo, também na sua forma cristã. Mas isso não é tudo. Segue-se: ‘Para encontrá-lo.’ É sobre Cristo.
Na história do cristianismo vemos isso acontecer quando, por ação do Espírito de Deus no século XIX, surge um renovado interesse pela vinda de Cristo. Através do exame das Escrituras, especialmente da profecia, redescobre-se também a esperança da Igreja, como nos tempos de Paulo. Por causa de Cristo, as más associações foram abandonadas e as pessoas começaram a viver de acordo com a verdadeira vocação do cristão. O que vemos na história do cristianismo também se aplica à vida do crente individual. Quem vive com e na expectativa da iminente vinda de Cristo, não vive para a terra, mas para o céu.
Todas as virgens acordam. Tanto os verdadeiros quanto os falsos cristãos estão se preparando para encontrar o noivo. Todos eles ajustam suas lâmpadas. Eles deixam a luz que eles têm brilhar novamente. Esse também é o momento em que os tolos descobrem que não têm óleo. Eles veem que suas lâmpadas estão se apagando. Eles apenas acenderam o pavio, mas não se abasteceram de óleo. A lâmpada sem óleo representa um homem que não possui o Espírito Santo. A lâmpada de uma pessoa física às vezes pode deixar a luz brilhar por um tempo, dando a impressão de que há óleo, mas na realidade essa lâmpada se apaga rapidamente.
Há tempo suficiente entre a chamada e a vinda para esclarecer a condição de todos. Agora as tolas descobrem que não têm óleo. Eles perdem a essência da luz. A luz que possuíam era apenas uma aparência. Eles reconhecem que os prudentes têm petróleo. Eles veem que o prudente tem um relacionamento real com o noivo. A pergunta deles ao prudente é se eles podem ter um pouco de seu óleo. Mas os prudentes sabem que não podem fornecer petróleo. Eles encaminham os tolos para os traficantes.
Quando as tolas saem para comprar óleo, o noivo vem. Os prudentes, os que estão preparados, entram com ele nas bodas. Então a porta está fechada. Quando as outras virgens vêm, elas também querem entrar. O óleo não é mencionado. Eles querem entrar e implorar ao Senhor que abra para eles. Mas para as virgens tolas é tarde demais. Eles deveriam estar prontos quando o noivo se apresentou.
O senhor os repreende com palavras indicando que não há conexão entre ele e eles. Ele não os conhece. Ele não finge não conhecê-los, mas realmente não os conhece. Eles nunca se renderam a ele. Nunca houve amor por ele em seus corações. Eles o acharam interessante, mas nunca se curvaram diante dele.
O Senhor Jesus termina a parábola com um alerta para estarmos alertas. Este é o propósito da parábola. Deve mover o prudente a manter os olhos bem abertos e não adormecer. Deve levar os tolos a se tornarem prudentes agora, comprando petróleo antes que seja tarde demais.
Mateus 25:14-23 (Devocional)
Parábola dos Talentos
O Senhor acrescenta outra parábola sobre o reino dos céus. Ele vai da condição do coração – esse é o tema da parábola anterior – para o serviço. As posses que este homem confia a seus escravos não são uma imagem dos dons que Deus dá em Sua providência, como as posses terrenas. O Senhor não deu a Seus servos quaisquer bens terrenos quando partiu. “Suas posses” que Ele confia são os dons que os tornam competentes para trabalhar em Seu serviço durante Sua ausência.
Esta parábola assemelha-se à parábola das minas do Evangelho segundo Lucas (Lc 19,12-27). No entanto, eles são diferentes. No Evangelho segundo Lucas, cada um recebe uma libra. Lá, a ênfase está na responsabilidade pessoal. Não há diferença aí. No zelo aplicado há uma diferença, que se expressa no lucro e na recompensa. Aquele que ganhou dez libras obtém autoridade sobre dez cidades e aquele que ganhou cinco libras obtém autoridade sobre cinco cidades. Aqui no Evangelho segundo Mateus trata-se da soberania e sabedoria de Deus. Aqui cada um recebe um número diferente de talentos, de acordo com a soberania e sabedoria de Deus. Mas aqui a recompensa é igual para aqueles que demonstraram fidelidade no uso dos talentos.
Todo mundo tem sua própria habilidade, um dom natural. Essa habilidade torna cada pessoa adequada para o serviço em que será usada. Além disso, há um dom, talentos ou dons espirituais, necessários para realizar o serviço que foi comissionado. A fidelidade na execução do serviço é a única coisa que importa. O que distingue os fiéis dos infiéis é a fé no Mestre.
O escravo com cinco talentos usa bem seus talentos. Ele ganha cem por cento a mais. O escravo com dois talentos também usa bem seus talentos. Ele também ganha cem por cento. O escravo com um talento também faz algo com ele. Mas o que ele faz não é o que seu mestre lhe disse. Ele cava o chão e esconde o dinheiro de “seu mestre”. Não é o seu próprio dinheiro. Ele não quer usar. Ele é desobediente e preguiçoso.
“Depois de muito tempo” o mestre retorna. Esse ‘longo tempo’ é necessário para testar a perseverança e a lealdade dos escravos. Quando o mestre volta, ele acerta contas com eles. O escravo com cinco talentos vem até ele, leva o lucro consigo e mostra ao seu senhor. A recompensa do mestre é uma apreciação especial por todo o seu serviço. Ele recebe um “muito bem” e assim prova que é um escravo “bom e fiel”. Ele é bom porque fez a coisa certa. Ele é fiel porque fez o que seu mestre disse.
Ele tem sido fiel em algumas coisas, mesmo que pareça grande aos olhos dos outros. Devemos contar de acordo com a riqueza do mestre e não de acordo com o que os outros têm. A recompensa é que o mestre o encarregará de “muitas coisas”. O que são essas ‘muitas coisas’, ele encontrará na ‘alegria de seu mestre’, na qual ele pode entrar.
Aquele que recebeu os dois talentos também vai ao seu senhor e traz consigo o lucro para o seu senhor. Visto que o escravo com dois talentos se saiu tão bem e, assim, provou que é um escravo tão “bom e fiel” quanto o escravo com cinco talentos, ele recebe a mesma recompensa. Aquele que recebeu os cinco talentos e aquele que recebeu os dois talentos, entram igualmente na alegria do Mestre a quem serviram. Eles O conheceram em Sua verdadeira qualidade de bom Mestre e entraram em Sua plena alegria.
Mateus 25:24-30 (Devocional)
O Escravo Perverso e Preguiçoso
Há um grande contraste entre o escravo com um talento e os outros dois escravos. O escravo com um talento também vai ao seu mestre, mas sua história é diferente. Ele fala com o mestre como um mestre duro. Ele observou coisas sobre seu mestre e formulou sua própria conclusão completamente equivocada. Ele julgou seu mestre por uma atitude desobediente e preguiçosa. Então você vai ficar com medo. Por medo, ele desprezou o talento de seu mestre. Ele não quis quando conseguiu e ainda não quer. Ele o leva ao seu mestre para devolvê-lo como um talento inútil e até desprezível.
O mestre designa o escravo como perverso e preguiçoso. Ele é um escravo “perverso” porque não fez o que seu mestre disse. Ele é um escravo “preguiçoso” porque não fez nenhum esforço. Ele colocou seu próprio interesse acima do de seu mestre. O mestre diz a ele que o conhecimento que ele acreditava possuir sobre seu mestre deveria tê-lo levado a agir com sabedoria. Então ele não teria colocado aquele dinheiro no chão, mas, pelo menos, trazido para o banco. Pelo menos assim ainda teria gerado interesse. Mas as pessoas perversas e preguiçosas chegam a conclusões erradas e essas conclusões as encorajam a agir de forma errada.
O mestre determina que um talento seja dado a quem tem dez. O patrão deixa que ele fique com os lucros dos cinco e ele fica com mais um. Esse talento é melhor gasto com ele. O Senhor sempre age de acordo com esse princípio. Aquele que o tem e age fielmente com ele, obtém mais e chega à abundância. Quem não tem, tem o que pensa ter tirado dele. O que ele tem, ele possui erroneamente. Não é sua propriedade, porque é de seu mestre que a deu a ele para agir com ela.
O escravo é lançado nas trevas exteriores por causa de sua inutilidade. Como é ruim ser inútil. Às vezes podemos nos sentir inúteis, mas não somos. Portanto, esta parábola é uma exortação para trabalhar com o que o Senhor nos deu. Aqueles que pensam ter recebido ‘apenas’ um talento devem ser extremamente vigilantes contra o perigo de serem perversos e preguiçosos. O Senhor distribui soberanamente e é o amor pelo Senhor que nos motiva a trabalhar para Ele com todo talento que recebemos Dele.
A escuridão exterior é o lugar mais distante de Deus. Deus é luz, e Nele não há treva alguma. Naquela escuridão exterior, o homem está completamente entregue a si mesmo, sem um raio de luz. Ele só pode chorar e ranger os dentes ali por causa do remorso de ter sido mau e preguiçoso durante sua vida. Esse remorso irá atormentá-lo para sempre.
Mateus 25:41-46 (Devocional)
O julgamento das cabras
As cabras são referidas como “aquelas à sua esquerda”. Eles conseguem ouvir o maior contraste possível com as ovelhas. As ovelhas ouvem “venha” (Mateus 25:34), as cabras ouvem “afastem-se de mim” (Mateus 25:41). Ele chama as ovelhas de “benditas de Meu Pai” (Mateus 25:34); Ele chama os bodes de “malditos” (Mateus 25:41). As ovelhas herdam o reino, os bodes são encaminhados para o fogo eterno. Este fogo eterno foi originalmente preparado para o diabo e seus anjos, mas eles serão unidos por todos aqueles que rejeitaram o Senhor Jesus, não importa de que maneira Ele veio até eles.
As cabras não tinham olho para a necessidade dos mensageiros do Senhor porque não tinham olho para Ele. Então eles não deram nada para os mensageiros comerem ou beberem quando eles estavam com fome e com sede. As cabras também não tiveram consideração pelas circunstâncias dos mensageiros do Senhor. Não havia compaixão por eles.
Assim como as ovelhas, eles perguntam o “quando” da retenção do necessário e desejado. Eles não O reconheceram. As ovelhas também não, mas haviam agido caridosamente com os irmãos por amor do Senhor. O Senhor responde a eles da mesma forma que respondeu às ovelhas. Aqueles que saíram por Ele são tão importantes para Ele, que Ele vê tudo o que lhes aconteceu como feito a Ele.
Os destinos finais do comportamento na terra são tão distantes que não se pode conceber contraste maior: castigo eterno ou vida eterna. Esses dois destinos nunca se encontrarão. O fogo eterno é o castigo eterno para as pessoas que conspiraram com o inimigo contra o Senhor e Seus mensageiros. Os justos, aqueles que fizeram a justiça de Deus, podem entrar no reino de Mateus 25:34, que é chamado aqui de “vida eterna” (Mateus 25:46).
Isso não significa que a entrada na vida eterna seja baseada no mérito, uma performance entregue. O Senhor Jesus diz em João 3 que alguém só pode entrar no reino de Deus se nascer de novo, ou seja, tiver uma nova vida (João 3:3; João 3:5). Mas essa nova vida se manifesta no acolhimento dos irmãos do Senhor. Ele, portanto, o apresenta aqui de tal maneira que quem recebe Seus mensageiros entra na vida eterna. Receber o mensageiro equivale a receber a mensagem. Por causa do tempo especial em que isso acontece, é apreciado pelo Senhor de maneira especial.
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