Jeremias 2 — Comentário Devocional

Jeremias 2

2.1—3.5 Nessa seção, a analogia do casamento contrasta nitidamente o amor de Deus por seu povo com o amor de seu povo por outros deuses, e revela a infidelidade de Judá. Jeremias condenou Judá (“Jerusalém”, o nome de sua capital) por buscar segurança em coisas desprezíveis e mutáveis, não no Deus imutável. Podemos ser tentados a buscar segurança nas posses, nas pessoas ou em nossas habilidades, mas isto nos fará fracassar. Não há segurança duradoura sem a presença do Deus eterno!

2.2 Apreciamos os amigos que permanecem fiéis a seus compromissos, mas ficamos desapontados com quem fracassa, que brando uma promessa. Deus se agradou quando seu povo obedeceu inicialmente, mas irou-se quando este se recusou a manter seu compromisso. As tentações nos distraem, desvia-nos da presença de Deus. Pense em seu compromisso de obedecer a Deus, e pergunte a si mesmo se tem permanecido verdadeira mente zeloso.

2.3 As primícias a primeira parte da colheita, eram separadas para Deus (Dt 26.1-11). Israel foi zeloso para com o Senhor por muitos anos. A nação desejava agradar a Deus como se fosse a sua jovem noiva; os judeus eram um povo santo e zeloso. Esta atitude representava um nítido contraste com a situação na época de Jeremias.

2.4-8 A nação unida de Israel incluía tanto a “casa de Jacó” (Judá) quanto a “casa de Israel”. Jeremias conhecia bem a história de Israel. Os profetas repetiam-na para o povo por vá­rias razões: (1) lembrá-lo da fidelidade de Deus: (2) ter certeza de que o povo não se esqueceria dela (não havia Bíblias para ler); (3) enfatizar o amor de Deus por Israel: e (4) lembrar de que houve um tempo em que os israelitas estiveram perto de Deus. Devemos aprender por meio da história, para que possamos edificar sobre os sucessos e evitar repetir os fracassos de outros.

2.8 Baal era o principal deus da religião cananeia. A frase “os profetas profetizaram por Baal” se refere ao fato de Baal ser adorado, na época, por muitas nações de Canaá. Baal era o deus da fertilidade. Sua adoração incluía o sacrifício animal e a “prostituição sagrada”, nos lugares altos. Jezabel, a esposa do rei Acabe, introduziu a adoração a Baal no Reino do Norte, que acabou se disseminando em Judá. A orientação sexual desta adoração era uma tentação constante para os israelitas, que deveriam ser santos.

2.10 Deus disse que mesmo as nações pagãs como Chipre (a oeste) e Quedar (a casa das tribos árabes que viviam no deserto, a leste da Palestina) permaneceram leais a seus deuses nacionais. Mas Israel havia abandonado o único e verdadeiro Deus, substituindo-o por um objeto de adoração completamente desprezível.

2.13 Quem abandonaria e trocaria um manancial de águas vivas por cisternas rotas que coletavam as águas da chuva, mas não podiam retê-las? Deus disse aos israelitas que eles agiam deste modo quando abandonavam a Ele, o manancial de águas vivas, e adoravam ídolos. Além disso, as cisternas que os israelitas escolheram estavam quebradas e vazias. O povo havia construído sistemas religiosos para armazenar a verdade, mas estes eram desprezíveis. Por que deveríamos apegar-nos a promessas frágeis, a “cisternas' instáveis (dinheiro, poder, sistemas religiosos ou qualquer outra coisa transitória que possamos colocar no lugar de Deus), quando o Senhor prometeu refrescar-nos constantemente com as águas vivas (Jo 4.10)?

2.16, 17 Nola (ou Mênfis) estava localizada nas proximidades da atual cidade do Cairo, no baixo Egito, e Tafnes ficava no nordeste do Egito. Talvez Jeremias se referisse à invasão prévia de Judá pelo faraó Sisaque, em 926 a.C. (1 Rs 14.25), ou predissesse a invasão pelo faraó Neco, em 609 a.C., quando o rei Josias de Judá seria morto (2 Rs 23.29,30). Mas o que Jeremias queria dizer é que os judeus acarretaram tais desgraças pela rebeldia que demonstraram contra Deus.

2.22 A mancha do pecado não é superficial, Israel tinha manchas que não poderiam ser lavadas de modo algum. A limpeza espiritual deve alcançar o coração, e este é um trabalho que só Deus é capaz de fazer. Não podemos ignorar as consequências do pecado e esperar que elas se retirem naturalmente. O peca do traz profundas marcas que apenas o Senhor pode remover, e Ele só o faz se a pessoa que pecou submeter-se ao seu trata mento (Is 1.18; Ez 36.25).

2.23-27 Os judeus foram comparados a animais no cio, que procuram desenfreadamente seus parceiros, porque era assim que corriam atrás de poder, dinheiro, alianças com as nações estrangeiras e outros deuses. Os ídolos não buscaram ninguém; os israelitas que correram atrás deles de modo selvagem. Os judeus se sentiam tão confortáveis em seus pecados, que não podiam sequer pensar em desistir de seus caminhos. Só sentiam vergonha da possibilidade de serem surpreendidos. Se desejarmos algo a ponto de fazermos qualquer coisa para consegui-lo, é sinal de que estamos obstinados e fora de sintonia com Deus.

2.30 Ser um profeta nos dias de Jeremias era arriscado. Eles tinham que criticar a política de reis ímpios, e isto fazia com que parecessem traidores. Os reis odiavam os profetas por se colocarem contra sua política de governo, e o povo frequentemente os detestava por pregarem contra um estilo de vida idólatra (ver At 7.52).

2.31, 32 Seja de modo intencional ou por descuido, o esqueci mento pode ser perigoso. Israel se esqueceu de Deus e concentrou seus sentimentos nas tentações do mundo. Quanto mais nos concentramos nos prazeres, mais fácil será nos esquecermos do cuidado do Senhor, de seu amor, sua confiança, sua direção e, acima de tudo, do próprio Deus. Você tem se esquecido de Deus ultimamente?

2.36 Deus não é contra as alianças ou o trabalho em parceria, mas é contra os que confiam nos outros para terem a ajuda que deveria vir dEle. Este era o problema na época de Jeremias. De pois do governo de Davi e de Salomão, Israel se dividiu porque os líderes se voltaram para outras nações e outros deuses, em vez de voltarem-se para o Deus verdadeiro. Os judeus praticavam a política do poder, pensando que seus fortes vizinhos poderiam protegê-los. Mas Judá logo saberia que sua aliança com o Egito seria tão desapontadora quanto sua antiga aliança com a Assíria (2 Rs 16.8.9; Is 7.13-25).

Índice: Jeremias 1 Jeremias 2 Jeremias 3 Jeremias 4 Jeremias 5 Jeremias 6 Jeremias 7 Jeremias 8 Jeremias 9 Jeremias 10 Jeremias 11 Jeremias 12 Jeremias 13 Jeremias 14 Jeremias 15 Jeremias 16 Jeremias 17 Jeremias 18 e 19 Jeremias 20 Jeremias 21 Jeremias 22 Jeremias 23 Jeremias 24 Jeremias 25 Jeremias 26 Jeremias 27 e 28 Jeremias 29 Jeremias 30 Jeremias 31 Jeremias 32 Jeremias 33 Jeremias 34 Jeremias 35 Jeremias 36 Jeremias 37 Jeremias 38 Jeremias 39 Jeremias 40 Jeremias 41 e 42 Jeremias 43 Jeremias 44 Jeremias 45 Jeremias 46 Jeremias 47 e 48 Jeremias 49 Jeremias 50 Jeremias 51 Jeremias 52