Lamentações 4 — Comentário Devocional
4.1ss - Esse capítulo contrasta a situação anterior ao cerco de Jerusalém com a situação após o cerco. Os sinais de prosperidade já não existiam por causa dos pecados do povo. Aqui, somos advertidos a não pensarmos que a vida será sempre tranquila e próspera. Devemos ser cuidadosos para não nos gloriarmos em nossa prosperidade, pois isto nos levaria à falência espiritual.
4.1-10 - Na época em que Jerusalém estava sob o cerco inimigo, seus muros, construídos para proteção, enclausuraram o povo dentro da cidade. As pessoas não podiam sair para os campos para buscar comida e água, porque os caldeus estavam acampados em volta da cidade. A comida ia acabando em Jerusalém, e o povo via os seus inimigos colherem e comerem os alimentos dos campos. O cerco foi um teste de determinação, para ver que exército poderia sobreviver. Jerusalém permaneceu sitiada por dois anos. A vida tornou-se tão difícil que alguns comeram os próprios filhos. Os corpos mortos eram deixados nas ruas, e ali apodreciam. Não havia mais esperança.
4.6 – Sodoma, destruída pelo enxofre que caiu do céu por causa da perversidade dos habitantes da cidade (Gn 18.20— 19.29), tornou-se um símbolo do juízo de Deus. Contudo, o pecado de Jerusalém foi maior do que o pecado de Sodoma!
4.13-15 - Estar contaminado ou imundo significava estar sem condições para entrar no templo e adorar a Deus. Os sacerdotes e os profetas deveriam ter sido os mais cuidadosos em manter a santidade, para que pudessem continuar a exercer o seu ministério na presença de Deus. Mas muitos deles se comportaram de modo ímpio e se contaminaram. Como líderes na nação, seu exemplo conduziu o povo ao pecado e ocasionou a falência moral e a destruição de Jerusalém.
4.17 - Judá pediu a ajuda do Egito na luta contra o exército babilônico. O Egito deu a Judá uma falsa esperança ao enviar suas tropas, em seguida retrocedendo (Jr 37.5-7). Jeremias advertira Judá que não se aliasse ao Egito. O profeta disse aos líderes de sua nação que confiassem apenas em Deus, mas recusaram-se a ouvi-lo.
4.20 - O rei Zedequias, embora chamado de “ungido do Senhor”, teve pouca profundidade espiritual e poder de liderança. Em vez de colocar a sua fé em Deus e atentar para o que Jeremias disse, deu ouvidos aos falsos profetas. Para tomar os problemas ainda piores, o povo escolheu seguir e confiar em seu rei (2 Cr 36.11-16). Os judeus foram complacentes com o pecado; confiaram em uma segurança aparente, por isso não seguiram as diretrizes que Deus lhes deu por intermédio de Jeremias. Mas o rei em quem confiaram foi capturado.
4.21,22 - Edom foi um inimigo mortal de Judá, apesar de terem um ancestral comum. Isaque (ver Gn 25.19-26; 36.1). Edom ajudou ativamente a Babilônia no cerco a Jerusalém. Como recompensa. Nabucodonosor deu a essa nação as terras mais remotas de Judá. Jeremias disse que Edom seria julgada por ser infiel e trair os seus irmãos (ver Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; Am 9.12; Ob 1.1-21)