“Maça” e “Macieira” na Bíblia
MAÇÃ, MACIEIRA (תּפּוּח, tappūaḥ, Maçã, Pv 25.11; Ct 2.5 e 7.8; Macieira, Ct 2.3,8.5, e J1 1.12). Para considerar se a fruta mencionada é de fato uma maçã, a palavra hebraica tappúah deve ser estudada cuidadosamente, porque ela não é apenas usada para descrever uma fruta, mas também para referir-se a um dos descendentes de Calebe, a quem foi dado este nome (lCr 2.43). Além do mais, duas cidades foram chamadas por esse nome — uma em Efraím (Js 17.8) e outra em Judá (15.53). Para descobrir o verdadeiro nome da fruta, as referências acima apontadas precisam ser examinadas com cuidado. Como se sabe a fruta era doce, atrativa, tinha um cheiro agradável, era de cor dourada, suas folhas eram prateadas (ou possivelmente, isso deveria ser lido “flor de pétalas prateadas”), enquanto que o seu suco possuía propriedades rejuvenecedoras. A árvore que trazia esse fruto era alta e frondosa o suficiente para dar bastante sombra. Portanto, é difícil entender porque muitos escritores do passado, incluindo John Milton, identificaram a fruta como uma maçã. Maçãs não são nativas da Palestina, e a descrição apresentada não a faz parecida com as maçãs pequenas e ácidas que cresciam em outros lugares naquela época. Poderia ter sido uma laranja (Citrus sinensis), mas, de novo, esta também não era nativa, embora nos tempos bíblicos crescesse na índia e na China, porque em Provérbios 25.11 a descrição é “maçãs de ouro em salvas de prata” e, de fato, a laranja produz frutos e flores simultaneamente, e assim é visto o ouro dentro da prata. Poderia ter sido a cidra (Citrus medica), mas esta é muito ácida e, portanto, não seria descrita como “doce”. Aqueles que dizem que a fruta era um marmelo (Cydonia oblonga), com certeza estão errados porque, embora o marmelo seja dourado e da forma da maçã, ele é muito amargo. Os árabes, no entanto, gostam muito do cheiro do marmelo; eles dizem que lhes restaura as forças. A única iruta que confere com a descrição completa é o abricó (semelhante ao damasco — Prunus Armeniaca). Esta crescia na Palestina no tempo do AT; as frutas são douradas e agradavelmente perfumadas, as folhas são desbotadas, e em Chipre os abricós são chamados de “maçãs douradas”. A abricoteira cresce a uma altura de 9 metros e, assim, fornece uma boa sombra. As flores são brancas com um leve colorido cor-de-rosa, e as folhas desbotadas têm a sua parte de baixo aveludada — daí serem “prateadas”.
O APRICOT (Prunus armeniaca) ou o décimo quinto (Cydonia oblanga) foram identificados como o heb ṭapuāḥ (Joel 1:12; Pv 25:11; Cântico 2:3 e seguintes, Ver Loew 1928, III: 155; Moldenke 1952: 184). Às vezes é associado com a árvore da “maçã”, mas enquanto macieiras domesticadas são encontradas agora em Israel, não se acredita que espécimes selvagens tenham crescido lá nos tempos bíblicos, já que é uma árvore nativa do hemisfério norte. Os damascos, no entanto, crescem em climas mais quentes e são nativos da China. Eles têm sido abundantes em Israel e provavelmente foram introduzidos em tempos bíblicos. Os damascos em Chipre ainda são conhecidos como “maçãs douradas”. A árvore cresce até 30 pés com uma casca avermelhada. Flores rosas aparecem antes de suas folhas em forma de coração. O fruto foi consumido como alimento, fresco ou seco, e também produziu uma bebida. A semente, se mastigada por longos períodos, é venenosa. — Freedman, D. N. (1996, c1992). The Anchor Bible Dictionary (vol. 2, pág. 806). New York: Doubleday.