Quem são os 144 mil em Apocalipse 7?

Quem são os 144 mil em Apocalipse 7?

Quem são os 144 mil em Apocalipse 7?

Quem são esses servos que são selados por Deus? Alguns concluíram que eles são apenas um seleto grupo de pessoas hebreias nos últimos dias que serão usados para evangelizar a Terra. É mais natural ver esses servos como a Igreja de Jesus Cristo de todos os tempos.

O Novo Testamento ensina que nos tornamos servos de Deus quando nos submetemos à nova vida do Espírito. Jesus disse aos discípulos: “Bem-aventurados aqueles servos a quem o Senhor… vigiará” (Lucas 12:37). O apóstolo Paulo ensinou o mesmo princípio de serviço. “Todo homem habite no mesmo chamado em que foi chamado. Você é chamado de servo? não se importe com isso: mas se tu puderes ser livre, aproveita-o antes. Pois aquele que é chamado no Senhor, sendo um servo, é o homem livre do Senhor; da mesma forma também o que é chamado, sendo livre, é o servo de Cristo” (1 Coríntios 7:20-22). Nós somos os servos de Cristo, chamados a servir com amor e humildade. Nós somos aqueles que foram selados por Deus como ilustrado em Apocalipse 7.

Diz-se que os servos de Deus estão selados. As Escrituras dizem: “Aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu, é Deus; Quem também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações”(2 Coríntios 1:21–22). Se estamos em Cristo, Deus nos selou pelo Espírito Santo, o próprio processo de selamento descrito em nosso texto. Paulo disse aos Efésios a mesma coisa: “Depois disso, crestes que fostes selados com o santo Espírito da promessa” (Efésios 1:13), e não “entristeçam o santo Espírito de Deus, pelo qual sois selados até o dia da redenção”. (Efésios 4:30).

Todo membro da Igreja universal que nasceu de novo é selado pelo Espírito Santo. Apocalipse não está se referindo apenas a um seleto grupo de judeus no fim dos tempos que será selado.

Alguns comentaristas sentiram que aqueles selados têm que ser judeus físicos por causa de sua descrição como “de todas as tribos dos filhos de Israel” (7:4). Israel, no entanto, é a Igreja (cf. capítulo 4). É um povo de Deus e não uma nação política na terra.

O Senhor escolheu a nação original de Israel para preparar o caminho para o Messias. O povo hebreu, no entanto, rejeitou o Novo Pacto da graça através de Jesus Cristo (cf. João 1:11-13). O Senhor então expandiu Israel (“o governo de Deus”) para os gentios também. Para usar a analogia de Paulo em Romanos 11, os pagãos gentios (ramos de oliveira silvestre) foram enxertados na boa oliveira (Israel), da qual o Senhor Deus e especialmente Seu Filho, Jesus, é a raiz. Os ramos naturais (o povo hebreu) foram quebrados por causa da incredulidade. Agora, se eles creem no Senhor Jesus, eles podem ser enxertados de volta, “Pois se tu [os gentios] foram cortados da oliveira que é selvagem por natureza, e fomos enxertados contra a natureza em uma boa oliveira [ Israel, o povo de Deus]: quanto mais esses [povos hebreus], que são os ramos naturais, serão enxertados em sua própria oliveira?” (Romanos 11:24–25). Em que eles podem ser enxertados? Israel, o povo de Deus, não o país político.

Um problema confuso pode ser os números simbólicos. Eles não devem ser tomados literalmente. O número 1.000 é o maior número que pode ser representado pelo alfabeto grego. Para indicar números mais altos, incrementos de 1.000 tiveram que ser empregados. Neste livro de simbolismo e sinais, o número 12.000 para cada tribo é meramente representativo daqueles daquela tribo. O fato de haver doze tribos faz com que o total que João ouviu seja de 144.000 (12 vezes 12.000).

A terminologia das “tribos” pode ser outro elemento confuso. As doze tribos originais foram a espinha dorsal de Israel, a estrutura da qual cresceu o povo de Deus, Israel. Cada tribo recebeu esse nome por um dos doze filhos de Israel (Jacó), através dos quais a semente de Abraão e os filhos da promessa viriam. Em seu leito de morte, Israel (Jacó) convocou seus filhos para profetizar sobre eles (Gênesis 49). Enquanto ele falava, ele os denominou um por um e relatou o que seu futuro manteria à luz de sua natureza ou caráter. Por exemplo, ele disse: “Gade, uma tropa o vencerá; mas ele vencerá por último. De Aser, o seu pão será gordo. ...Naftali é uma gazela solta: ele dá boas palavras. José é um ramo frutífero”(Gênesis 49:19–22). Assim ele faz com os outros filhos. O resumo de todas essas descrições proféticas ilustra a diversidade que existiria em Israel, o povo de Deus, que eventualmente constituiria um povo de “toda tribo, e língua, povo e nação” (Apocalipse 5:9).

O sistema tribal não existe mais no país de Israel. É agora uma forma de democracia, um sistema político do qual Jesus disse que o Seu Reino não seria moldado (João 18:36). O uso da terminologia tribal é apenas fundamental.

É de uma maneira altamente ilustrativa que o Senhor revelou os redimidos de Israel a João. Não devemos nos confundir com as tribos ou os números. Israel é um grande grupo de pessoas de toda a terra, incluindo aquelas da raça hebraica que creem no Senhor Jesus Cristo.

Esses 144.000 simbolizam Israel em sua plenitude. Deus escolheu representar a totalidade de Israel e sua variedade através das doze tribos originais. Estes são os selados de Deus. Nem todos são selados ao mesmo tempo, mas recebem o Senhor Jesus pela fé (cf. Efésios 1:13). E eles não serão prejudicados pela destruição iminente causada pelo julgamento e pela ira, nem por qualquer outro desastre ou calamidade, passado, presente ou futuro (cf. Romanos 8:35-39).

Aprofunde-se mais!

Fonte: Fogle, L. W. (1981). Revelation Explained (p. 180). Plainfield, N.J.