Isaías 64 — Comentário Devocional

Isaías 64

Isaías 64 contém uma oração de confissão, arrependimento e um apelo pela intervenção de Deus.

O capítulo começa com um apelo para que Deus rasgue os céus e desça, demonstrando Seu poder e presença. Fala do anseio pela intervenção de Deus e do desejo de testemunhar Seus feitos poderosos.

A passagem reflete sobre os pecados do povo e reconhece sua indignidade diante de Deus. Descreve o estado espiritual do povo como impuro e pecaminoso.

O capítulo continua com um apelo para que Deus se lembre de Sua aliança e misericórdia, apesar das transgressões do povo.

A passagem retrata Deus como o Oleiro e o povo como o barro, invocando a imagem de Deus moldando e moldando Sua criação.

Isaías 64 destaca temas de arrependimento, confissão e desejo da presença de Deus. Transmite a mensagem da dependência humana da graça de Deus e do reconhecimento da nossa própria natureza pecaminosa. O capítulo sublinha o princípio de que a misericórdia e a compaixão de Deus são essenciais para a restauração de um povo que reconhece a sua necessidade Dele. Serve como uma oração de humildade e um apelo à renovação e intervenção de Deus na vida do Seu povo.

Comentário Devocional

64:1-12. O profeta chama Deus a descer como Ele fez no passado (vv. 1-4). Assim como Deus se revelou no Monte Sinai (v. 3; Êx 19: 16-18) e libertou Israel e fez Seu nome conhecido nos dias de Débora (Jdg 4:15) e Gideão (Jdg 7: 20-21), Isaías pede que Deus aja novamente. Deus sempre agiu em nome daqueles que esperam no Senhor e Lhe obedecem com um coração alegre, enquanto aqueles que pecam contra o Senhor não têm motivos para crer que Deus os salvará (vs. 4-5). No entanto, o profeta reconhece que Deus esconde o seu rosto daqueles que se recusam a andar no seu caminho ou a invocar o seu nome (v. 6). A dinâmica fundamental aqui expressa reflete a necessidade do povo de Deus confiar nEle, em vez de tentar garantir seu próprio futuro ao fazê-lo, levando-os a ignorar as leis de Deus.

Apesar de suas falhas e rebeliões, Deus é chamado a mostrar misericórdia àqueles que Ele criou, esquecendo (ou seja, perdoando) seus pecados (vv. 8-9). O apelo é baseado na fidelidade da aliança de Deus, porque Israel é Seu povo. Quando os babilônios conquistarem, trarão desolação e destruição a Israel, Jerusalém e ao templo (a casa sagrada e bela; vs. 10-11). Isso está escrito em um “perfeito profético”, descrevendo um evento futuro que é tão certo que é descrito pelo profeta como uma ação completa. O capítulo termina com uma nota de confusão, quando se pergunta a Deus se Ele irá ou não agir. Os pecados do povo os alienaram de Deus até o ponto de destruição? Deus não agirá em nome daquilo que Ele formou (vv. 8, 12)?

64.1-6 - A aparência de Deus é tão intensa, que se assemelha ao fogo ardente, que a tudo consome em seu caminho. Como poderemos ser salvos sendo tão impuros? Somente pela misericórdia divina. Os israelitas haviam experimentado a presença de Deus no monte Sinai (Êx 19.16-19). No encontro de Deus com Moisés, houve relâmpagos e trovões, muita fumaça e um terremoto. Se nós encontrássemos hoje com Deus, a sua glória nos deixaria completamente admirados, especialmente se olhássemos para o nosso “trapo de imundícia” (64.6).

64.6 - O pecado nos torna impuros e nos impede de nos aproximarmos de Deus (6.5; Rm 3.23), como se fôssemos pedintes em trapos imundos, desejando participar da mesa de um rei. Nossos melhores esforços ainda estão contaminados com o pecado. Portanto, a nossa única esperança é a fé em Jesus Cristo — o único que nos pode purificar e levar à presença de Deus (leia Rm 3). Esta passagem pode ser facilmente mal interpretada. Ela não quer dizer que Deus nos rejeitará se formos a Ele em fé, nem que Ele despreza nossos esforços para agradá-lo. Na verdade, ela significa que se implorarmos a sua aprovação, baseados unicamente em nossa “boa” conduta, Deus responderá que a nossa justiça não é mais que trapos imundos, quando comparada à sua infinita justiça. Esta mensagem destina-se principalmente às pessoas que não se arrependem, e não aos verdadeiros seguidores de Deus.