Interpretação de Apocalipse 10

Apocalipse 10

10:1 poderoso anjo. Talvez o anjo de 5:2. vestido em uma nuvem. Veja 1:7; Mt 17:5; 24:30 e notas. arco Iris. Cfr. Ez 1:26–28. O arco-íris tornou-se um sinal da promessa de Deus de nunca mais destruir a terra por um dilúvio (ver Gn 9:8-17 e nota sobre 9:13). as pernas eram como colunas de fogo. Uma vez que o êxodo fornece o pano de fundo para esta parte central do Apocalipse (ver nota em 8:12), esta característica pode lembrar as colunas de fogo e nuvem que guiaram (Êx 13:21-22) e protegeram (Êx 14:19, 24). os israelitas durante sua jornada no deserto.

10:2 pequeno pergaminho. Não é o mesmo que o pergaminho do destino no cap. 5, já que aquele pergaminho tinha a intenção de revelar seu conteúdo e este pergaminho era para ser comido. Além disso, o termo “pequeno pergaminho” distingue este pergaminho de todos os outros. pé direito no mar... pé esquerdo na terra. Indica seu tamanho tremendo e simboliza que sua vinda tem a ver com o destino de toda a criação (cf. v. 6).

10:3 sete trovões. Em 8:5; 11:19; 16:18 o trovão está conectado com o castigo divino. Aqui, também, antecipa o julgamento que recairá sobre aqueles que recusam o amor e a graça de Deus.

10:4 Selar. Em Da 8:26; 12:4, 9 as profecias estão seladas até os últimos tempos, quando serão abertas. O que os sete trovões disseram não será revelado até seu devido tempo. Cfr. as instruções do anjo em 22:10 para não selar as profecias do Apocalipse.

10:5 levantou a mão direita. Uma parte do juramento (Gn 14:22-23; Dt 32:40).

10:6 aquele que vive para todo o sempre. De encorajamento especial em um contexto de martírio iminente (cf. 1:18; 4:9–10; 15:7). sem mais demora. Os mártires em 6:9–11 foram instruídos a descansar por um tempo, mas agora chegou o fim (cf. Da 12:1; Mc 13:19).

10:7 mistério de Deus. No pensamento apocalíptico, os mistérios eram segredos preservados no céu e revelados a quem os recebe. Aqui o mistério é que Deus conquistou a vitória sobre as forças do mal e reinará para todo o sempre (cf. 11:15).

10:9 Pegue e coma. Agarre e digira totalmente o conteúdo do pergaminho (cf. Sl 119:103). virar o estômago azedo. A mensagem do pequeno pergaminho (11:1-13) envolverá sofrimento — as más notícias. na sua boca... doce como mel. Os propósitos eternos de Deus não sofrerão mais atrasos – as boas novas.

10:11 profetizar novamente. As profecias após o toque da sétima trombeta em 11:15. povos... reis. Veja a nota em 7:9.

Notas Adicionais:

10:1-11 O capítulo dez apresenta um agradável interlúdio. Outro anjo forte desce do céu tendo um livrinho na mão, e quando João pretende registrar o que viu, ouve uma voz dos céus dizendo, guarda em segredo as cousas que os sete trovões falaram, e não as escrevas (v. 4; cons. Dn. 12:9). Ao que parece ele jamais chegou a registrá-lo, e portanto não sabemos o que os trovões disseram. O anjo enuncia uma declaração famosa e mais ou menos enigmática – dizendo que já não haverá demora; ou, como diz o comentário à margem, não haverá mais tempo. Swete traduz assim, Não haverá mais nenhum intervalo, nenhuma delonga. Esta declaração, ao lado da que se lhe segue imediatamente, que cumprir-se-á, então, o mistério de Deus (v. 7), convence-nos de que o propósito desta visão, e especialmente destas declarações, é preparar-nos para o derramamento final dos juízos divinos, ao aproximar-se o final dos tempos, e a destruição dos inimigos do Cordeiro. O livrinho (v. 8) que João devia comer (cons. Ez. 3:1-3; Sl. 19:10, 11; Jr. 15:16) nunca foi aberto e por isso sua natureza exata tem de ser assunto controvertido. Mas Düsterdieck está bastante certo, eu acho, quando diz que "parece ser uma instrução e interpretação pessoais dadas ao vidente em relação às visões ainda pendentes, que deveriam continuar até o final. Quanto mais crescem em importância os assuntos das profecias que vêm a seguir, mais natural parece a nova e especial preparação do profeta" (pág. 308).

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