As Parábolas de João Batista


As Parábolas de João Batista

PARÁBOLAS, JOÃO BATISTA, ESTUDOS BIBLICOS E TEOLOGICOS
Nunca será possível ressaltar suficientemente a grande importância da vinda e do ministério de João Batista. O dr. Campbell Morgan, em The crises of the Christ [As Crises do Cristo], observa: "A importância da personalidade de João foi demonstrada na maneira em que Lucas o apresenta. Um imperador romano, um governador romano, três tetrarcas e dois sumos sacerdotes são todos usados para marcar a hora em que a Palavra veio a João" (Lc 3:1). A significante expressão a João mostra que o advento do precursor de Cristo marcava o começo de um novo período. Com sua chegada, a antiga dispensação, caracterizada pela lei e pelos profetas, dava lugar à era presente, notável pela proclamação das boas novas. Devemos sobretudo a João Batista praticamente todos os artigos da fé cristã mais importantes. As verdades que proclamou são o alicerce e as colunas sobre os quais mais tarde se edificou o que há de mais importante na doutrina cristã. Foi João quem primeiro apontou para a preexistência de Jesus na declaração: "... porque foi primeiro do que eu" (Jo 1:15; 3:28-31). Além disso, foi ele quem primeiro se referiu a Cristo como "o Cordeiro de Deus" (Jo 1:29,36), a fim de declarar a sua obra de expiação. Assim João testificou a divindade de Cristo na inigualável expressão "Filho de Deus" (Jo 1:34; 3:28-31). João precedeu os apóstolos e até mesmo Cristo na proclamação das maiores doutrinas da fé, a saber, a divindade, a expiação, o reino, o pecado, o arrependimento, o batismo e a confissão de fé. Todas essas e outras verdades encontram prenuncio na revelação concedida a ele.

O tema abrangente de João e de Cristo foi o duplo aspecto do reino profetizado que os profetas de outrora dirigiram à mente do homem: "... o Deus do céu levantará um reino..." (Dn 2:44). Tudo o que os profetas podiam fazer era profetizar esse acontecimento. Foi privilégio de João anunciar "... está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). Os dois aspectos e períodos desse reino, apresentados de muitas formas parabólicas, são: seu traço externo nas questões humanas e seu aspecto interno, como regime espiritual, no coração dos homens aquele aguardando a concretização deste. Desde os dias de João, temos esse duplo aspecto diante de nós em todo o restante do NT. Portanto, é de duvidar que qualquer outra personagem bíblica tenha exercido influência tão singular sobre o pensamento da cristandade quanto João Batista. Por ter sido João o primeiro na era nova ou de transição, e o mais importante, seu ministério precisa ser estudado.

Que Cristo afixou o selo divino sobre o seu precursor fica evidente pelo modo em que se referiu a João:

... não há maior profeta que João Batista (Lc 7:28)

Ele foi muito mais do que um profeta

João era a lâmpada que ardia e iluminava... (Jo 5:35)

De nenhum outro indivíduo temos narrativa tão interessante. Por exemplo:

Deus em sua sabedoria ordenou que a sua concepção fosse sobrenatural (Lc 1:18);

Havia profecias específicas a respeito de sua vida e de seu ministério (Lc 1:15-17,76-79);

O seu pai, pelo Espírito, foi autorizado a descrever as suas atividades (Lc 1:76-79);

Instruções severas foram dadas sobre como criá-lo (Lc 1:80);

Seu nome foi divinamente escolhido (Lc 1:63);

São dados detalhes de sua comida diária e sua roupa (Mt 3:4; Mc 1:6);

Seu período de ministério foi curto, possivelmente só seis meses;

Os governantes judeus o temiam e respeitavam suas palavras (Jo 22 e 23);

A sua fama causou medo em Herodes (Mt 14:2);

Depois de martirizado, sua influência se manteve (Mt 16:13,14).

A epopéia do batismo no Jordão transformou maravilhosamente tanto o homem como o seu ministério. Depois do encontro com Jesus face a face, João sentiu-se indigno de levar as sandálias de Cristo (Mt 3:11). A cena no Jordão, quando Jesus recebeu a bênção dos céus, deixou uma marca indelével na mente de João, e o encontro seguinte com Cristo influenciou a ele e à sua mensagem (Jo 1:26,27,30). Para essa mensagem, João Batista reivindicou divina autoridade: "Aquele que me enviou [...] disse-me". Deus apareceu a muitas celebridades do AT, de Abraão em diante. Mas de que forma se identificou a João, não se sabe. Sabemos que ele estava consciente de uma incumbência direta e pessoal como mensageiro e precursor divinamente nomeado de Cristo.

Por ora nos ocuparemos da insólita roupagem parabólica das afirmações de João. Por quatrocentos anos os céus se tinham silenciado; de repente João aparece e, ultrapassando todas os profetas anteriores no que diz respeito à esplêndida majestade de sua mensagem, liga-se a Isaías e a Malaquias como cumpridor de suas profecias. Suas ordens foram categóricas, como fica evidenciado na imagem que ele usou para anunciá-las. Os quadros duplos e impressionantes que João empregou são dignos de reflexão e de entendimento.


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