O Platonismo — Mundo do Novo Testamento
O Platonismo — Mundo do Novo Testamento
O Platonismo recebeu o seu nome de Platão, o grande filósofo ateniense e fundador da Academia, que viveu no quarto século antes de Cristo. Era amigo e discípulo de Sócrates. Herdou do seu mestre uma mentalidade inquiridora e o hábito de pensar por meio de conceitos abstratos. O mundo, pensava ele, é constituído por um número infinito de coisas particulares, cada uma das quais é uma cópia mais ou menos imperfeita duma ideia real. Por exemplo, há muitas espécies de cadeiras, mas nenhuma delas poderia ser a cadeira de que todas as outras são derivadas. A cadeira real, portanto, não é a que é feita de madeira, mas sim a cadeira ideal de que a madeira é uma cópia.
O mundo real é, pois, o mundo das idéias, de que o mundo material é apenas urna sombra. Estas idéias são organizadas num sistema, no topo do qual está a ideia do Bem. Platão parece nunca ter personalizado a ideia do Bem, nem tampouco a identificou com o Demiurgo, ou o Criador, que formou o mundo material. Ele considerou as idéias como tendo existência objetiva; de fato, eram elas a única existência real, de que o presente mundo é um fraco e imperfeito reflexo.
Cf. Livro de Ezequiel
Cf. O Significado da Inspiração Divina
Cf. Origens do Evangelho de Mateus
Cf. Inspiração do Novo Testamento
Tal conceito do mundo leva inevitavelmente ao dualismo. Se o mundo real é o reino invisível das idéias, e se o mutável cosmos em que vive o homem é somente transitório, a sua busca será a fuga do irreal para o real. A reflexão, a meditação e até o ascetismo abrirão o caminho para a libertação. Conhecimento é salvação; pecado é ignorância. Procurando o Supremo Bem, o Fim, a Suprema Ideia, assim se liberta o homem a si próprio do mundo material escravizador e pode elevar-se até a compreensão do mundo real.
O Platonismo era demasiado abstrato para obter a atenção e atingir o pensamento do homem comum. Não é mencionado diretamente no Novo Testamento como uma das filosofias encontradas pelo Cristianismo. O seu dualismo, no entanto, refletiu-se no Gnosticismo, que fez o seu aparecimento no primeiro século, e pelo Neoplatonismo, que foi apadrinhado por Plotino no terceiro século.