Metodologia Crítica dos Evangelhos

Metodologia Crítica dos EvangelhosMetodologia Crítica dos Evangelhos
(Enciclopédia Bíblica Online)
Os críticos da forma procuram determinar a natureza e o conteúdo da tradição oral, classificando as unidades individuais do material escrito dos evangelhos, de conformidade com a forma literária e o uso comum na Igreja primitiva. (Uma designação técnica para uma unidade ou seção individual dos evangelhos como o relatada cura de um leproso por Jesus ou de uma parábola é perícope.) As categorias comuns são (1) apotegmas, paradigmas ou narrativas de afirmações (relatos que chegam a seu ponto culminante com uma declaração de Jesus), como ilustrações de sermões, (2) relatos de milagres, como modelos para as atividades dos curadores cristãos, (3) declarações e parábolas que visam à instrução catequética, (4) lendas tendentes a magnificar a grandiosidade de Jesus (talvez com um âmago de verdade histórica, porém grandemente exageradas), e (5) a história da paixão, quando da celebração da Ceia do Senhor ou da prédica evangelística. Essa abordagem parte da premissa que os cristãos primitivos modificaram as informações sobre Jesus, chegando mesmo a inventar narrativas e declarações para satisfazer às necessidades que surgiam da pregação missionária, das instruções catequéticas, dos sermões, da formação de liturgias, das controvérsias doutrinárias e de questões de disciplina eclesiástica. Disso teria resultado que os evangelhos narram nos mais sobre a Sitz im Leben (“situação na vida”) da Igreja primitiva do que atinente a Jesus. A fim de determinar a verdade sobre Jesus, teríamos de eliminar os acréscimos editoriais, como, por exemplo, as observações geográficas e cronológicas, os lances miraculosos e os elementos doutrinários que supostamente datariam de um período posterior ao da vida de Jesus.