O Texto do Novo Testamento
O Texto do Novo Testamento
- Termo “Novo Testamento”
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Os documentos originais, nenhum dos quais existe até hoje, têm recebido o nome de autógrafos. A princípio, quando indivíduos e igrejas particulares desejavam cópias, um leitor ditava com base em um exemplar para uma sala repleta de copistas. Gradualmente, erros de vista e de sons, omissões e reiterações inadvertidas, notas marginais e “melhoramentos” teológicos e gramaticais deliberados foram penetrando no texto. A preocupação com a pureza do texto provocou o confronto de manuscritos com manuscritos anteriores, ocasionalmente por diversas vezes. Apesar de tudo, o número de equívocos foi aumentando cada vez mais.
Conforme a natureza sacrossanta do Novo Testamento foi sendo mais e mais sentida e a Igreja se foi desenvolvendo, material de escrita de melhor qualidade e de maior durabilidade passou a ser usado, como o velum (pele de vitela) e o pergaminho (pele de carneiro). Os primeiros manuscritos usualmente eram escritos inteiramente em letras maiúsculas (unciais ou maiúsculas), mas depois houve manuscritos em letras cursivas (ou minúsculas). Ausentes a princípio, as divisões de palavras, os sinais de pontuação e as divisões em capítulos e versículos foram desenvolvimentos posteriores.( Estêvão Langton (morto em 1228) dividiu o texto em capítulos; R. Stephanus, em versículos, em sua edição impressa de 1551.) Os mais antigos manuscritos que estão nas mãos dos eruditos pertencem ao século II D.C. (O mais antigo, o Fragmento Rylands do evangelho de João, data de cerca de 135 D. C.) A maior parte das formas variantes, ou diferenças, nos mais antigos manuscritos, tem a ver com a soletração, ordem de palavras, a presença ou ausência da conjução “e” e o artigo definido, e outras questões relativamente sem conseqüência.
As fontes primárias que nos permitem determinar qual o texto original do Novo Testamento são os manuscritos gregos, as antigas versões (isto é, traduções, mormente em siríaco e latim), e citações nos escritos dos primeiros pais da Igreja, ou então lecionários (textos de leitura, extraídos do Novo Testamento, para ocasiões litúrgicas). Mediante a comparação dessas fontes, usualmente os eruditos chegam a uma decisão entre textos variantes, com regular grau de certeza. Entre os seus mais importantes critérios de avaliação estão: a preferênica pelo texto dos manuscritos e versões mais antigos e copiadas com maior cuidado, a preferência pela forma que melhor explica o desenvolvimento de outras formas, a preferência pela forma mais difícil (por ser mais provável que um copista tentasse facilitar uma expressão, ao invés de complicá la), e preferência pela forma mais curta (porquanto um copista optaria antes por adicionar algo ao texto, em lugar de apagar algo). O material que nos permite determinar o texto original do Novo Testamento é muito mais abundante e antigo do que aquele que se presta para o estudo de qualquer dos antigos escritos clássicos. Graças aos labores dos críticos textuais, as incertezas que ainda restam sobre o texto do Novo Testamento grego não são suficientemente sérias para afetar nossa compreensão sobre o que o mesmo ensina.
No que concerne às versões inglesas do Novo Testamento, João Wycliffe produziu sua tradução, baseada no latim, em 1382, e Guilherme Tyndale fez uma tradução diretamente alicerçada sobre o grego, em 1525. Seguindo uma sucessão de Bíblias em inglês, posteriores, apareceu a versão Douay, católica romana, em 1582, e a versão do King James (ou Autorizada), em 1611. Porém, os mais antigos e melhores manuscritos do Novo Testamento ainda não haviam sido descobertos, e os séculos que se seguiram desde então testemunharam grande avanço no conhecimento erudito sobre o tipo de grego usado nas páginas do Novo Testamento. Uma imensa contribuição foi dada pelo estudo de inúmeros papiros achados durante os últimos cem anos. Como resultado, numerosas versões têm aparecido em tempos recentes: a English Revised Version (1881), a American Standard Version (1901), a Revised Standard Version (1946), a New English Bible (1961), a New American Standard Bible Novo Testamento (1963), além de vários empreendimentos individuais, o mais bem conhecido dos quais é o de J. B. Phillips, The New Testament in Modern English.