Hebreus 1:1-14 — Comentário de Matthew Henry
Comentário de Hebreus 1:1-14
Hebreus 1
Comentário de Hebreus 1:1-3
Deus falou a seu povo antigo em diversos tempos, em gerações sucessivas e de maneiras diversas, como lhe pareceu apropriado; às vezes, por instruções pessoais, às vezes por sonhos, às vezes por visões, às vezes por influência divina na mente dos profetas. A revelação do evangelho supera a anterior em excelência por ser uma revelação que Deus tem feito por meio de seu Filho. Ao contemplar o poder, a sabedoria e a bondade do Senhor Jesus, contemplamos o poder, a sabedoria e a bondade do Pai (Jo 14.7); a plenitude de sua Deidade habita não só como um tipo ou numa figura, senão realmente nEle. Quando, na queda do homem, o mundo foi despedaçado sob a ira e a maldição de Deus, o Filho de Deus empreendeu a obra da redenção, sustentando-a pelo poder e bondade todo-poderosas.
Da glória da pessoa e o ofício de Cristo passamos à glória de sua graça. A glória e natureza de sua Pessoa deram a seus sofrimentos tal mérito que eram santificação plena para a honra de Deus, que sofreu um dano e afronta infinitos pelos pecados dos homens. nunca poderemos estarmos suficientemente agradecidos de que Deus nos tenha falado da salvação em tantas formas e com claridade crescente a nós, pecadores caídos. Que Ele mesmo nos tenha limpado de nossos pecados é um prodígio de amor superior a nossa capacidade de admiração, gratidão e louvor.
Comentário de Hebreus 1:4-14
Muitos judeus tinham um respeito supersticioso ou idólatra pelos anjos, porque tinham recebido a lei e outras notícias da vontade divina por sua ministração. Os consideravam como mediadores entre Deus e os homens, e alguns chegaram tão longe como para dar-lhes uma espécie de homenagem religiosa ou adoração. De modo que era necessário não só que o apóstolo insistisse em que Cristo é o Criador de todas as coisas e, portanto, criador dos próprios anjos, senão em que era o Messias em natureza humana ressuscitado e exaltado, a quem estão sujeitos os anjos, as autoridades e as potestades. Para provar isto cita várias passagens do Antigo Testamento. Comparando o que Deus diz ali dos anjos com o que diz a Cristo, manifesta-se claramente a infinidade dos anjos a respeito de Cristo. aqui está o ofício dos anjos: são os ministros ou servos de Deus para fazerem sua vontade, porém, que coisas grandiosas diz o Pai de Cristo! Reconheçamo-lo e honremo-lo como Deus, pois se não tivesse sido Deus, nunca teria feito a obra de mediador e nunca teria levado a coroa do Media-dor. Declara-se como Cristo foi apto para o ofício de Mediador e como foi confirmado nele: leva o nome de Messias por ser o Ungido. Somente como Homem tem seus semelhantes, e como ungido com o Espírito Santo; mas está por acima de todos os profetas, sacerdotes e reis que jamais tenham sido utilizados no serviço de Deus na terra.
Cita-se outra passagem da Escritura, o Salmo 102.25-27, no qual se declara o poder onipotente do Senhor Jesus Cristo, tanto ao criar o mundo como ao mudá-lo. Cristo envolverá este mundo como se for uma vestidura, para que não se abuse mais dele, nem seja usado como o tem sido. Assim como o soberano, quando as roupagens de seu estado lhe são tiradas para serem dobradas e guardadas, continua sendo o soberano, do mesmo modo nosso Senhor continuará sendo o Senhor quando tiver deixado a terra e os céus, como uma vestimenta. Então, não coloquemos nossos corações no que não é o que acreditamos que seja, e não será o que é agora. O pecado tem feito uma grande mudança no mundo, para pior, e Cristo fará uma grande mudança para melhor. Que estes pensamentos nos alertem, diligentes e desejosos do mundo melhor.
O Salvador tem realizado muito para fazer que todos os homens sejam seus amigos, porém tem inimigos, embora serão colocados por estrado embaixo de seus pés, pela submissão humilde ou pela destruição extrema. Cristo continuará vencendo. Os anjos mais excelsos não são senão espíritos ministradores, somente servos de Cristo para executarem seus mandamentos. Os santos são herdeiros no presente, que ainda não entraram na plena possessão. Os anjos os ministram opondo-se à maldade e consolando suas almas, submetidos a Cristo e ao Espírito Santo. Os anjos reunirão a todos os santos no último dia, quando sejam lançados da presença de Cristo à miséria eterna todos os que depositaram seu coração e suas esperanças nos tesouros perecíveis e nas glórias passageiras.
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