Lamentações 2 — Explicação das Escrituras

Lamentações — Explicação das Escrituras

Lamentações 2 — Explicação de Lamentações


2.1 Como. Uma palavra que no original expressa um grito de angústia ou de dor, que ocorre também no primeiro capítulo, iniciando o livro, que assim toma esta palavra por nome no hebraico. Foi o grito de três profetas: 1) De Moisés, porque levava o pesado fardo de aguentar as queixas do povo todo (Dt 1.12); 2) De Isaías, por causa da displicência e da depravação de Judá e de Jerusalém (Lm 1.1; 2.1 e 4.1). Este poema divide-se em duas partes: vv. 1-10 descrevem a punição que Sião estava sofrendo, e vv. 11-12 são uma lamentação e uma prece. Estrado de seus pés. É o templo, e mais especificamente o propiciatório (1 Cr 28.2). A expressão também se refere às vezes: 1) A terra (Is 66.1); 2) Ao santuário de Deus (Is 60.13; Ez 43.7; Sl 132.7); 3) Aos inimigos de Cristo (Sl 110.1; Hb 1.13 e 10.13).
2.2 Jacó. Nestes versículos, Jacó, Judá, Israel e Sião são diferentes nomes para o mesmo povo hebreu. Não se apiedou. Quem persiste no pecado aquentará o castigo divino. O Senhor tem sido paciente com seu povo, mas quando este abusa, da sua bondade, cessa sua misericórdia e começa seu julgamento (Rm 2.4-6).
2.3 Força. Lit.. “chifre” símbolo de poder e de coragem, que aqui se aplica ao rei, seus guerreiros e suas defesas. Quando o rei foi eliminado, “cortado”, o povo ficou sem este representante físico do favor divino que agora se retirou.
2.6 Tabernáculo. Refere-se ao templo, embora a palavra traga a conotação de uma ”barraca temporária”, como a que se faz para os ceifeiros.
2.8 Estendeu o cordel. Marcar para a demolição (Is 34.11; Am 7.7-9; 2 Rs 21.13).
2.9 Não vigora a lei. Não havendo mais templo, não era mais possível obedecer às leis sobre os sacrifícios.
2.10 Sentados em terra. Uma descrição do luto e da angústia. O imperador Vespasiano de Roma fez uma moeda para celebrar a derrota da Judeia (70 d.C.) onde figurava uma palmeira (símbolo da Judeia) e uma mulher sentada no chão com a cabeça nas mãos para representar a Jerusalém. A inscrição reza “Judea capta”.
2.11 Alma. Veja 1.20. Coração. Lit. “fígado”, símbolo de emoção forte e angustiosa. Veja Jr 11.20. Note-se como os nomes dos órgãos do corpo se usam para descrever as emoções.
2.14 Levantaram. A pregação dos falsos profetas não atacou a idolatria e a injustiça que levaram Jerusalém à destruição (Jr 14.14-16; 23.9-40).
2.15 Batem palmas. O inimigo está contente ao ver Jerusalém destruída (Jó 27.23; Sf 2.15). Assobiam e meneiam. Uma expressão de desprezo (Jr 19.8; Sl 22.8). Estes versículos são uma combinação de desprezo, da inimizade, do furor e da exultação dos inimigos de Israel quando da destruição de Jerusalém e do templo. • N. Hom. Este Julgamento daqueles que pertenciam à Antiga Aliança é um aviso solene aos que pertencem à Nova Aliança. 1) O julgamento: a) Quem julga? É o Senhor, v. 17; b) Como julga? Com retidão rigorosa, depois de prevenir e avisar ao seu povo, como se vê na palavra intentou v. 17; c) Por que julga? Porque sua ira excitou por causa dos pecados do povo, Dt 4.25-31; 30.1-10, 31.39; 2) O aviso: a) os ramos naturais foram severamente julgados pela sua Desobediência, v. 17; b) o povo da Nova Aliança deve tomar cuidado para não repetir os erros dos israelitas, Rm 11.24.
2.17 Poder. lit.. “chifre” veja, Lm 2.3.
2.18 As meninas de teus olhos. Heb bath ayin (Sl 17.8). Alguns dizem que são lágrimas, outros que são as pupilas.
2.19 Vigílias. Naquela época, os hebreus dividiam a noite em três vigílias de quatro horas cada (Jz 7.19). No tempo do Novo Testamento, empregava-se o sistema de quatro vigílias de três horas cada (Mt 14.25).
2.20 Este versículo ensina-nos que se praticou o canibalismo por ocasião do cerco de Jerusalém em 586 a.C. (Jr 19.9). Veja Lv 26.29n. O pecado do povo levou-os a violar tanto a ordem moral de Deus, comendo seus próprios filhos, como também a ordem da Aliança Divina - os sacerdotes e os profetas estavam cometendo homicídio dentro do próprio santuário. Foi o pecado nacional que fez com que Deus permitisse estes sacrilégios.