Lamentações 1 — Explicação das Escrituras

Lamentações — Explicação das Escrituras

Lamentações 1 — Explicação de Lamentações


1.1-7 O livro de Lamentações consiste em cinco poesias que seguem o padrão dos hinos fúnebres hebraicos. Cada versículo começa com uma letra do alfabeto hebraico, cada uma na sua ordem certa. Assim, há 22 versículos em cada capítulo, a não ser o cap. 3 que tem 66 versículos, empregando três vezes em seguida cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico. O quinto capítulo conserva o mesmo número de versículos, só que neste caso a ordem não é alfabética. Este livro foi lido cada ano pelos judeus, para comemorar a ocasião na qual o templo foi queimado, e além disto lia-se toda semana no ”Lugar da Lamentação dos Judeus” em Jerusalém, que fica perto da área do templo. Desde, o ano de 1948, os árabes vedaram este lugar aos judeus. Em 1967, na guerra de, seis dias, Israel conquistou a velha cidade de Jerusalém.
1.1 O livro de Lamentações chora a captura; a destruição e a devastação da cidade de Jerusalém pelos exércitos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, no ano 587 a.C. Tanto o Rei Zedequias como seus filhos, seus, homens de confiança, o sumo sacerdote, e os líderes da cidade foram levados para o cativeiro, depois os filhos do rei foram mortos, a cidade foi queimada juntamente com o templo; todos os objetos de valor foram levados embora, a muralha da cidade foi destruída, milhares de cativos foram levados, de maneira que a única coisa que restava na cidade e na terra ao redor era uma diminuta população dos mais pobres ignorantes Veja Jr 52. Forçados. Ficaram sujeitos a pagar direitos, impostos e pedágios, como se vê em Ed 4.20.
1.2 Que a amavam. As nações que haviam feito amizade com os judeus por intermédio de tratados e alianças. Infelizmente, Jerusalém depositou mais confiança nestas do que no seu Deus.
1.4 Caminhos... de luto. As estradas que sobem até ao templo em Jerusalém que antes estavam povoadas com alegres adoradores, que vinham de cada parte da nação e do mundo inteiro. Portas. Eram lugares muito movimentados, onde pessoas se encontravam.
1.8 Nudez. Nos dois testamentos, esta palavra se emprega como símbolo da destruição total. O pecado causou ao povo de Deus a perda da bênção e da proteção do Senhor, transformando-o em uma nação como outra qualquer.
1.9 Suas saias. Claramente visível ao público, era sua vergonha, em consequência da sua idolatria, sua falta de misericórdia e sua conduta degenerada (Jr 13 20-27).
1.10 Mais estimadas. Os móveis e os utensílios para as ofertas sacrificiais no templo (Jr 52.17-20). Nações no seu santuário. As hostes dos invasores que penetraram no Santo dos Santos, oferecendo evidência nítida que a glória do Senhor tinha se apartado, acentuando assim a humilhação de Israel. Proibiste. Estes estrangeiros eram imundos no sentido moral, legal e cerimonial, e nenhum objeto ou pessoa podia entrar no santuário num estado de imundície (Dt 23.1-14). O que causou surpresa aos israelit.as foi que Deus nada fez para proteger seu santuário. Cristo abriu ,o caminho de acesso à presença de Deus para os gentios (Jo 14.6).
1.11 Desprezível. Perante os olhos das nações, que antes tinham tido a Israel em alto respeito, quando ela gozava bênçãos divinas.
1.13 Meus ossos. Isto é, a estrutura básica da sua existência como uma cidade. Em Jr 52.13 se lê que o inimigo queimou o templo, o palácio real e todos os edifícios importantes.
1.14 Jugo. Jr 27.2; 28.10-14 dão uma descrição viva do jugo no pescoço como símbolo de submissão e de escravidão.
1.15 Apregoou. Deus tinha convocado uma assembleia solene ou um banquete sacrificial. A festa não é para Israel, mas, sim, para seus inimigos celebrarem a derrota de Israel. Esmagar. A palavra refere-se a pisar uvas no lagar, e na Bíblia se usa para exprimir a julgamento e castigo que Deus executa (Is 63.3). Virgem filho de Judá. Is 62.5 ensina-nos que Deus se alegra em Jerusalém, assim como um jovem se alegra na donzela com a qual se desposa (cf. Os 2.19-20).
1.16 Choro. Dia e noite, segundo Jr 14.17 e 13.48. Desfazem em águas. O verbo é um particípio que mostra que há uma corrente ininterrupta de lágrimas.
1.17 Estende Sião as mãos. Um gesto de súplica (Sl 28.2; 63.4; Is 65.2). Neste caso, o rogo não foi atendido.
1.20 Alma. A palavra, empregada, aqui, na língua original quer dizer entranhas; veja Jr 4.19n. Transtornado. Lit.. “está em fermento”, “está espumando”. Morte. Pela pestilência, etc.
1.21 O dia. O dia de julgamento do qual os profetas falavam (Is 40.2). Tal julgamento espera aqueles que demoliram Jerusalém (Jr 50.51).