Lamentações 3 — Explicação das Escrituras

Lamentações — Explicação das Escrituras

Lamentações 3 — Explicação de Lamentações


3.1-66 Este capítulo, com seu acróstica de três em três versículos, encontra-se em torno dos sofrimentos pessoais do escritor, que também fala como representante do povo.
3.1 Vara do furor. Aqui se tratam: da Babilônia. Numa época anterior, a Assíria era “o cetro da ira de Deus” (Is 10.5).
3.13 Coração. Lit.. “Rins”, veja 1.20n. Flechas. Os filhos.
3.14 Canção. Zombaria, veja 3.63.
3.16 Pedrinhas. O único outro versículo com esta palavra é o Pv 20.17. Exprime a ideia de tudo quanto é indigerível e desagradável.
3.18 Glória. Esta palavra em heb quer dizer também “seiva”, sem a qual a árvore não vive. O escritor sente desespero, aflição, pranto e abatimento.
3.21 Trazer à memória. Lit. “fará voltar ao coração”.
3.22 Características de Deus: 1 ) Misericórdia (heb hesed); 2) Compaixão (aqui traduzido por “Misericórdia” pela segunda vez, mas é outra palavra, racham, que dá a ideia de carinho); 3) Fidelidade, v. 23; 4) Bondade, v. 35; 5) Salvação e o resultado, v. 26.
3.25-27 O que é bom? 1) Deus é bom para os que desejam conhecê-lo (25); 2) Uma fé singela que aguarda a salvação e o bem do homem (26); 3) Bom para o homem é a paciência desde a infância, 27.
3.29 Boca no pó. O modo oriental de se prostrar em submissão total (Mq 7.17; Sl 72.9). O reconhecimento da sua indignidade.
3.30 Dê a face. Os servos de Deus que assim sofreram foram Jeremias (Jó 16.10), e o Servo descrito em Is 50.6 que é uma profecia acerca do Senhor Jesus Cristo (Mt 5.39; 27.30; Mc 15.19).
3.31-36 Consolação para o servo sofredor de Deus: 1) Deus não o rejeitará para sempre (Is 54.8); 2) Deus usará de compaixão; 3) Deus não aflige de bom grado (Jr 32.41), mas é-lhe necessário repreender e castigar seus, filhos. (At.14.22; 2 Co 4.17). As injustiças praticadas por vários opressores: 1) Mau tratamento aos prisioneiros, v. 4; 2) Perversão dos direitos humanos, favorecendo os réus, v. 35; perante o Altíssimo quer dizer na presença de juízes com autoridade concedida pelo próprio Deus, Êx 21.6; Sl 82.1,6; 3) Subversão no pleito, v. 36.
3.39 O homem não deve queixar-se, se ao menos ficar com vida de simples vivente, já que é pecador, o castigo é para o bem (Hb 12.6-11).
3.40-42 O verdadeiro arrependimento, se demonstra em voltar para o Senhor, v. 40, orar v. 41, e se confessar pecador, v. 42.
3.46-48 Aqui há uma interrupção da ardem acróstica do hebraico, já que a letra pê, aqui aparece antes da letra ayin, a qual, no alfabeto hebraico, deveria aparecer antes do pê.
3.48 Torrentes. O chora aqui é muito mais intenso do que em 1.16n. Comp. Jr 13.17 e Sl 119.136.
3.51 Cova. Símbolo da destruição, Sl 40.2 e 59.15.
3.54 Águas. Símbolo de um perigo que cerca a pessoa de todas as direções, do qual esta não poderá fugir, pois que invade a tudo.
3.55 Orar a Deus do meio da angústia é o assunto do Si 1,50 e do segundo capítulo de Jonas.
3.58 O Senhor Deus torna-se advogado, para defender n pobre e aflito de injustiça. Também é advogado que defende o crente das consequências do seu pecado, quando este se converte e confessa sua malícia. Isto se faz pela obra de Jesus Cristo (1 Jo 2.1). 
3.63 Assentam... levantam. Durante suas atividades e durante sua hora de descanso; portanto, a toda hora (Sl 139.2; Is 37.28). Objeto da sua canção. Os adversários o ridicularizavam nas suas canções de escárnio (Jo 30.9; Sl 69.12).
3.65 Cegueira de coração. Cegueira espiritual total (cf. 2 Co 3.15). O capítulo que acabamos de estudar é uma descrição do sofrimento do profeta que o escreveu; ele sofreu como representante do povo em geral. O que se segue descreve o sofrimento do povo em geral, incluindo-se todas as classes. O último capítulo é uma queixa feita a Deus pela cidade de Jerusalém. O capítulo 1 descreve a situação da cidade de Jerusalém; o segundo capítulo descreve a situação do santuário e da cidadela.