Malaquias 2 — Explicação das Escrituras

Malaquias 2 aborda as falhas tanto dos sacerdotes quanto do povo, concentrando-se na violação das responsabilidades da aliança por parte dos sacerdotes e nos casamentos infiéis do povo. Deus repreende os sacerdotes por deixarem de cumprir seus deveres sagrados, desencaminhando outros e envolvendo-se em práticas corruptas. O capítulo enfatiza a importância da integridade, fidelidade e reverência no papel sacerdotal. Além disso, Deus condena a prática de casamentos infiéis e exige fidelidade e lealdade à aliança. O capítulo contrasta as consequências da obediência e da desobediência, enfatizando a responsabilidade final perante Deus. Ressalta a importância de manter a santidade dos relacionamentos e cumprir as obrigações da aliança, e insta o povo a lembrar e aderir aos verdadeiros ensinamentos da aliança de Deus.

Condenação dos Sacerdotes (2:1–9)

Os sacerdotes são solenemente avisados de um julgamento terrível se não se arrependerem e mudarem de atitude. Eles são lembrados de que os sacerdotes antigos eram fiéis à aliança de Deus com Levi, mas agora os sacerdotes haviam se tornado totalmente corruptos e, portanto, Deus os tornara desprezíveis e vis diante de todo o povo.

2.1 Foram, principalmente, os sacerdotes, os culpados pela situação de apostasia em Israel. A advertência de Deus é promulgada em termos da aliança (Nm 25.12, 13). • N. Hom. 2.5-7 Sete características de um fiel mensageiro de Deus: 1) Possui a vida e paz do Senhor (5a); 2) Teme ao Senhor (5b); 3) Tem a palavra de Deus sempre nos seus lábios (6a); 4) O que fala não está contaminado com o pecado (6b); 5) Anda com o Senhor (6c); 6) Conduz os pecadores para fora do pecado, para a santidade (6d); 7 Prepara-se e procura a instrução do Senhor para poder instruir o seu rebanho (cf. 1 Tm 3.2; 2 Tm 2.14, 15).

Divórcio e casamentos mistos (2:10–16)

2:10-12 A seguir, trata-se do assunto do divórcio e casamento com esposas pagãs idólatras. O povo de Judá agiu traiçoeiramente ao se casar com estrangeiros, destruindo assim sua solidariedade nacional. Aqueles que entrassem em casamentos mistos seriam cortados.

2.10 Pai. Deus era reconhecido como Pai daquele povo (cf. 1.6), Ele formou Israel e adotou-o como Seu filho (Êx 4.22, Os 11.1). No tempo de Cristo, os judeus que rejeitaram o eterno Filho de Deus perderam o direito de serem chamados filhos de Deus. Jesus advertiu-os, que eram, na realidade, filhos do diabo (Jo 8.44). Agora é preciso que todos se tornem filhos de Deus, individualmente, pelo novo nascimento (Jo 1.12), mediante a fé em Cristo. Como aqui a unidade e a paternidade de Deus implicam unidade e irmandade do povo escolhido, assim também acontece com a Igreja (1 Jo 4.20).

2.11 O divorciar-se de esposas legítimas para casar-se com mulheres idólatras da terra era uma abominação diante do Senhor (cf. Ne 13.23-27).

2:13–16 O povo chorou no altar porque o Senhor não mais aceitava suas ofertas com agrado. E porque não? Porque o SENHOR havia sido testemunha de seus casamentos, que agora eles estavam quebrando com tanta facilidade. Ele pretendia que eles fossem um povo puro, produzindo descendentes piedosos e separados das corrupções dos pagãos. Deus odeia o divórcio antibíblico e sua violência resultante. A ligação entre divórcio e violência é explicada por Baldwin da seguinte forma:
Ele vê o divórcio como cobrir a roupa de alguém com violência, uma expressão figurativa para todos os tipos de injustiça grosseira que, como o sangue de uma vítima assassinada, deixam sua marca para que todos vejam. (Joyce Baldwin, Haggai, Zechariah, Malachi, p. 241.)
2.14 Deus exorta o povo a voltar e não deixar a companheira... da aliança (cf. Ed 10.10). O casamento é uma aliança sagrada, honrada pelo homem de Deus (cf. Gn 2.24; Ez 16.8; Os 2.19; Mc 10.2-9).

2.16 Deus odeia o divórcio porque é contra seu plano para a família, cruel para a esposa rejeitada e injusto para os filhos (cf. Mt 19.3).

Negação da santidade e justiça de Deus (2:17)

Eles cansaram o Senhor dizendo que Ele não se importava com o comportamento de todos que praticavam o mal. Hipocritamente, eles O desafiaram a intervir, dizendo: “Onde está o Deus da justiça?”

2.17 O fato de que as nações pagãs em volta de Israel eram mais prósperas era motivo de queixumes contra Deus por parecer que Ele abençoava mais os maus e portanto, agia injustamente. Sua pergunta - Onde está o Deus do juízo? - encontra resposta coerente nos primeiros versos do capítulo três.

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