Isaías 10 — Explicação das Escrituras

Isaías 10

Isaías 10 retrata uma mensagem do julgamento de Deus contra a Assíria, uma nação poderosa que se tornou orgulhosa e opressiva. O capítulo descreve como Deus usou a Assíria como instrumento para punir Israel pela sua desobediência, mas depois condena a Assíria pela sua arrogância ao pensar que alcançou as suas conquistas apenas pela sua própria força. Deus anuncia Sua intenção de punir a Assíria por sua crueldade e de proteger o remanescente de Israel. Apesar do julgamento iminente, um remanescente de Israel sobreviverá e confiará em Deus. O capítulo ilustra o equilíbrio entre a soberania de Deus e a responsabilidade das nações pelas suas ações.

Explicação

10:1–4 Ai dos governantes que roubam os necessitados, oprimem os pobres e escrevem decretos injustos. Quando o julgamento de Deus cair, eles perderão toda a riqueza que ganharam através de suborno e extorsão.

10:5–11 Deus usará a Assíria para punir Judá. Mas o assírio tem planos maiores do que isso! Seu objetivo é construir um império mundial através da conquista. Ele se vangloria de que seus príncipes (ou comandantes) são todos reis, que as cidades em seu caminho não são maiores do que aquelas que ele conquistou, e que os ídolos de Israel e Judá não são comparáveis aos dos reinos que ele capturou, ou aos ele mesmo.

10:12–19 Mas Deus punirá o orgulho e a arrogância do rei da Assíria. Este último atribui seu sucesso à sua própria força e sabedoria. A vara e o cajado nas mãos do Senhor não devem se vangloriar contra as mãos que os seguram. Um terrível desastre atingirá os robustos guerreiros da Assíria, que também são chamados de sua glória e da glória de sua floresta e de seu campo fértil. A luz de Israel é o Senhor, e Seus espinhos e Suas sarças são as tropas assírias. Os sobreviventes dessas tropas serão tão poucos que uma criança poderá contá-los.

10:20–23 Naquele dia o remanescente de Israel nunca mais dependerá dos assírios, como Acaz fez, mas sim do Senhor. Grande parte desta profecia aponta para o Segundo Advento.

10:24–27 Embora o rei assírio marche contra Jerusalém vindo do norte, o povo de Judá não precisa ter medo, porque o Senhor dos Exércitos intervirá, como fez contra Midiã e Egito, e Judá será libertado do medo. da dominação assíria.

10:28–34 Nas cidades mencionadas temos uma descrição gráfica e animada da rota de marcha dos assírios. Em todos os lugares há pânico e fuga à medida que os invasores se aproximam. Finalmente eles avistam a colina de Jerusalém. Então o Senhor intervém e destrói o exército, os oficiais e os homens, como se estivesse derrubando uma floresta.

Notas Adicionais

10.1 Decretam leis injustas.
Juízes que, abusando de seu poder, aplicam sentenças injustas, através de meios legais, criando um falso critério, que a jurisprudência mais tarde tomaria como base de julgamentos subsequentes.

10.3 Vossa glória. Heb kãbhôdh, glória, honra, fortuna, riqueza, bens.

10.4 Mão... estendida. O juízo para aqueles que não aceitaram a disciplina divina, que não se deixaram impressionar pelos perigos ao derredor.

10.5 Cetro do minha ira. Os assírios eram instrumentos nas mãos de Deus para disciplinar nações ateias, inclusive as nações ímpias de Israel e Judá, que caíram na apostasia. Depois, a soberania dos assírios seria julgada (v. 12). • N. Hom. 10.5-19 Tolice humana e justiça divina: 1) Tolice humana, a) na falta de compreensão, vv. 7-9; e b) na soberba, vv. 10-14; 2) Justiça divina, a) condena a impiedade do Seu povo, v. 6b) julga a quem resiste à Sua vontade, vv. 15-19; c) julga por meio dos incrédulos, vv., 5-7.

10.5-34 Outras profecias contra a Assíria: Na 1.1-3.19; Sf 2.13-15.

10.7 A Assíria achava que era ela quem traçava os planos de conquista, imaginava que Deus era apenas uma divindade local como os muitos “deuses” das várias tribos. Na realidade, porém, era a Assíria que nada mais fazia senão executar os julgamentos pronunciados por Deus.

10.9 As seis cidades aqui mencionadas tinham sido capitais de civilizações, ou poderosas cidades independentes. Cada uma tinha sua divindade local, e todas haviam sido conquistadas pelos assírios entre 738 e 720 a.C. Agora, pensava fazer o mesmo com Jerusalém (11).

10.12 Arrogância. Heb prigõdel, lit. “o fruto da grandeza, do orgulho”. O produto ou fruto do coração cheio da própria grandeza se nota na soberba de pensamentos, de palavras e de atos.

10.15 A lógica mostra que as criaturas não são maiores do que o Criador.

10.17 Luz... fogo. Deus se revela como fogo consumidor para os ímpios, Dt 9.3 e como luz inspiradora para os fiéis (Sl 27.1; Jo 1.5). Num só dia. O cumprimento histórico da profecia se lê em 2 Rs 19.35.

10.19 Tão pouco. O que sobrar dos soldados assírios seria um resto tão pequeno que até uma criança poderia arrolá-los.

10.22 O restante. De todo o Israel, logo só sobrou Judá, depois do cativeiro de 722 a.C. De Judá, sobrou apenas o resto que foi levado para o cativeiro na Babilônia, em 597 a.C. Dos cativos, sobraram apenas os que quiseram restaurar Jerusalém em 538 a.C. Dos que voltaram, salvaram-se, da civilização pagã, apenas os Macabeus e seus seguidores, em 331 a.C. E, finalmente, quem sobrou para constituir o verdadeiro Israel, obediente a Deus, foi só Jesus, cujos membros são feitos, pela Sua graça, no Novo Israel de Deus. Se converterá. Isto já fora determinado até no nome dado a um dos filhos de Isaías; “um resto volverá” (7.3) heb sheãr yãshubh. “Volver” é voltar-se para Deus, é o arrependimento, a conversão e a fé que de então em diante se tem.

10.23 Terra. Neste caso, a palavra se refere ao mundo inteiro, prendendo-se especialmente ao império da Assíria, inclusive aos israelitas.

10.24 À Maneira dos egípcios. Os opressores egípcios sofreram dez pragas provindas de Deus, antes de deixarem os escravos israelitas irem livremente. Semelhantes portentos seriam desencadeados contra os opressores assírios, para libertar das suas invasões o restante dos israelitas.

10.26 Orebe. Refere-se à vitória milagrosa de Gideão.

10.28-32 Uma descrição da marcha dos exércitos da Assíria contra Jerusalém, contendo a lista das cidades pelas quais haveriam de passar, terminando na sua própria ruína. Nobe se acha a 16 km de Jerusalém.

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