Apocalipse 13 — Estudo Devocional
Apocalipse 13 — Estudo Devocional
Apocalipse 13
13.1-18 um monstro que subia do mar. Embora até agora o livro tenha se focado mais na vida
moral e religiosa, chegou a hora de falar de política, filosofia, vida social e
economia. Sempre é bom lembrar que para a Bíblia o mundo atualmente é dirigido
por Satanás, embora sua autoridade seja limitada e Deus continue sendo o
supremo soberano. Jesus assumirá todo o poder sobre a terra apenas quando de
sua volta. Por isso, por enquanto, é Satanás quem dá as cartas do poder
político. A sociedade mundial faz isso ficar cada vez mais visível, como este
monstro (ou besta) que emerge do mar. Uma parte dessa besta tinha sido
mortalmente ferida, mas ela se recuperou (v. 3); e a besta recebeu do dragão
(Satanás) todo poder e todas as coroas (chifres também são símbolos de
poder), de modo que a obediência (“adoração”) será praticamente inevitável (Quem
pode lutar contra ele? ) Michael Wilcock ressalta que o poder e a
autoridade são a essência deste monstro (que lembra os monstros de Dn 7), que
então pode ser identificado com o Estado. Na época de João se entenderia o Império
Romano, e nos tempos do fim se espera um império global, comandado pelo
Anticristo. Veja o quadro “Escatologia — As últimas coisas” (2Tes 2).
13.8 Todos os que vivem na terra o adorarão, menos
aqueles que... têm o nome escrito. Desde a quebra dos selos no início das revelações, o Apocalipse
faz uma clara distinção da humanidade em dois grupos: “os que vivem na
terra” e os “seguidores do Cordeiro”.
13.10 quem tem de ser morto... será morto. Embora seja Satanás quem dirija o Estado contra as
testemunhas do Cordeiro, essa perseguição está ordenada e controlada pela
permissão de Deus. Esta frase da inevitabilidade do castigo e sofrimento nos
remete à outra vez na história em que Deus executou juízo sobre seu próprio
povo: a tomada e destruição de Jerusalém em 586 a.C. por Nabucodonosor,
acompanhada de dentro da cidade pelo profeta Jeremias (Jr 15.2). O tempo do
juízo final, então, será semelhante à época da tomada de Jerusalém pela
Babilônia.
Por isso, que o povo de Deus aguente... com
paciência e seja fiel. Os seguidores do Cordeiro serão perseguidos e muitos
enfrentarão a morte tal como seu Senhor, porque não são do grupo “dos
que vivem na terra”.
13.11-18 outro monstro, que subia da terra. Esta besta se parece com o Cordeiro (Cristo),
mas sua fala revela que provém do dragão (Satanás). Como aqui a
característica mais marcante é a adoração, provavelmente se refere à
crença, sob forma de ideologia ou religião, que unirá todos os
“habitantes da terra” debaixo da autoridade e do culto ao primeiro
monstro, que se torna um soberano absoluto, dominando inclusive a vida
econômica do planeta — em outras partes da Bíblia essa figura é
conhecida como o Anticristo (2Tes 2). Mas todo o seu domínio será exercido
debaixo de manifestações de poder sobrenatural e de uma aparência cristã
(possivelmente até utilizando um nome de cristão ou de igreja). Veja
o quadro “Escatologia — As últimas coisas” (2Tes 2).
13.14 enganou todos os povos da terra. O aspecto mais relevante dessa passagem é o que se
refere à capacidade dos monstros de enganar, levando os povos da terra a
acreditarem que estavam diante de Deus. Esses monstros demonstram grande poder
e realizam milagres e outras coisas espantosas, sinais que impressionam, atraem
e convencem facilmente as pessoas desavisadas, não familiarizadas com a
mensagem do Evangelho e carentes de comunhão com Cristo. No entanto, o cristão
que busca se instruir nas Escrituras e viver sob a direção do Espírito Santo
não se deixa enganar. Jesus já havia predito que “aparecerão falsos profetas e
falsos messias que farão milagres e maravilhas para enganar, se possível, até o
povo escolhido de Deus.” (Mt 24.24). E o mesmo Jesus apresenta o critério para
distinguir entre falsos e verdadeiros profetas: não o que eles dizem, mas
aquilo que eles demonstram em sua vida, em seus comportamentos (Mt 7.15-20).
Quem não apresenta o caráter manso, humilde e amoroso de Cristo pode fazer
prodígios e operar milagres extraordinários, mas não passa de um monstro com
aparência de carneiro.
13.16 obrigou todas as pessoas... a terem um sinal. Veja o quadro “A marca da besta”.
A marca da besta
O Apocalipse é uma
narrativa do fracasso do eu autônomo: o clímax desta narrativa se produz com a
marca da besta (ou sinal do monstro). Uma impressão sobre a pele, algo estranho
à auto manifestação da vida pela biologia, a marca da besta é algo
tecnológico, padronizador, que é imposto aos indivíduos, aos sujeitos que foram
criados singulares e diferentes uns dos outros. A marca é exigida na
economia do intercâmbio (para comprar ou vender), é uma antiencarnação
tentada pela besta, aplicando seu fogo sobre a “carne” de mulheres e homens, de
forma semelhante a como marcamos o gado. Este é o fim trágico de toda
prótese (artificialidade humana), com sua intenção de “enxertar-se” na vida.
E somente o Espírito de Deus, que se une e fala com nosso espírito
(portanto, não por vontade do ser humano) que consegue chegar à carne de
mulheres e homens e recriá-la, dentro da biologia da ressurreição (veja Rm
8.9-17, notas).Índice: Apocalipse 1 Apocalipse 2 Apocalipse 3 Apocalipse 4 Apocalipse 5 Apocalipse 6 Apocalipse 7 Apocalipse 8 Apocalipse 9 Apocalipse 10 Apocalipse 11 Apocalipse 12 Apocalipse 13 Apocalipse 14 Apocalipse 15 Apocalipse 16 Apocalipse 17 Apocalipse 18 Apocalipse 19 Apocalipse 20 Apocalipse 21 Apocalipse 22