Significado de Números 20

Números 20

Números 20 narra a jornada dos israelitas pelo deserto em direção à Terra Prometida. Este capítulo enfoca um evento crucial envolvendo Moisés e Aarão, os líderes dos israelitas, e sua interação com Deus e o povo.

O capítulo 20 começa com os israelitas chegando ao deserto de Zim no primeiro mês do quadragésimo ano de sua jornada. Miriam, Moisés e a irmã de Aaron, morrem e são enterrados lá. Logo depois, o povo reclama com Moisés e Arão sobre a falta de água, expressando seu descontentamento e sede.

Em resposta à reclamação do povo, Moisés e Arão buscam a orientação de Deus. Deus instrui Moisés a reunir a congregação, falar com uma rocha diante de seus olhos e ordenar que dê água para o povo. No entanto, em vez de seguir as instruções precisas de Deus, Moisés e Arão reúnem a assembleia e se dirigem a eles com frustração, repreendendo-os por suas queixas. Moisés então golpeia a rocha duas vezes com seu cajado, e a água jorra milagrosamente para saciar a sede do povo e de seus rebanhos.

Embora o povo receba a água que havia pedido, Deus está descontente com as ações de Moisés e Arão. Ele declara que, porque eles não confiaram nele e falharam em honrá-lo como santo, eles não serão os únicos a conduzir os israelitas à Terra Prometida. Essa consequência serve como um momento significativo de decepção para Moisés e Arão, que durante anos lideraram o povo fielmente.

Após esse incidente, Moisés envia mensageiros ao rei de Edom, solicitando permissão para passar por suas terras em sua jornada para Canaã. No entanto, o rei se recusa, o que obriga os israelitas a fazer um caminho mais longo, contornando o território de Edom.

Números 20 termina com a morte de Arão no Monte Hor. Deus instrui Moisés e Arão a subir a montanha, onde Aarão será reunido ao seu povo. Aaron transfere suas vestes sacerdotais para seu filho Eleazar, indicando a passagem do sacerdócio da linhagem de Aaron para seus descendentes. Aaron morre e é lamentado por toda a congregação por trinta dias.

Em resumo, Números 20 relata os eventos que cercam a jornada dos israelitas pelo deserto. Ele destaca a desobediência de Moisés e Arão ao bater na rocha em vez de falar com ela conforme instruído por Deus. Suas ações levam a consequências que os impedem de entrar na Terra Prometida. O capítulo também inclui a recusa do rei de Edom em conceder passagem aos israelitas e a subsequente morte de Aarão, resultando na transferência do sacerdócio para seu filho Eleazar. Este capítulo destaca a importância da obediência aos mandamentos de Deus e as repercussões que podem surgir da desobediência.

Comentário de Números 20

20.1 A expressão de tempo usada, no mês primeiro, não faz menção ao ano. Provavelmente este era o quadragésimo ano, o período final da jornada no deserto. O capítulo começa com a morte de Miriã, termina com o falecimento de Arão (v. 22-29), e registra a maior falha de Moisés (v. 1-13) e a oposição de Edom à passagem de Israel por seu território (v. 14-21). São registros tristes. Nestes trechos há a ideia geral de que as mortes de Miriã e Arão, da forma como foram registradas aqui, foram atos de misericórdia. O Senhor permitiu que os irmãos de Moisés tivessem uma vida longa o bastante, mas só até que a primeira geração fosse substituída pela segunda.

Do deserto para Canaã

A tentativa, 40 anos antes, de sair de Cades-Baméia peb norte rumo a Canaã foi repelida. Desta vez, Moisés queria ir para 0 leste, passando por Edom, e para 0 norte, atravessando Moabe em direção a Canaã. Entretanto, os hebreus foram barrados ek fazer a travessia por ambos os territórios, apesar de seu parentesco com os povos. Assim, Moisés foi para 0 sul por Elate, depois para 0 norte e leste, contornando Edom e Moabe. No norte do ribeiro do Arnom, eles derrotaram os amorreus e posicionaram-se para cruzar 0 Jordão pelo lado leste, a fim de entrarem Canaã.
20.2-7 As palavras não havia água transmitem a ideia de um déjà vu, isto é, não era uma novidade. Não ter água para beber foi 0 motivo da primeira crise que os israelitas tiveram em sua jornada após a saída do Egito (Ex 17). Aqui, no quadragésimo ano depois do êxodo, o mesmo problema ressurgia, fazendo com que as pessoas revelassem semelhantes atitudes de ingratidão e raiva.

20.8, 9 Moisés tinha de pegar seu cajado, mas deveria apenas falar à rocha. Uma geração antes, Deus foi igualmente específico. Naquele tempo, Moisés fora instruído a ferir a rocha (Êx 17.6). Da primeira vez, Moisés executou tudo exatamente como o Senhor tinha especificado; da segunda, não. Algumas pessoas tentam explicar o que essas diferenças nas ordens querem dizer. Entretanto, como o texto não especifica isso nem aqui nem em outro lugar, o melhor é apenas observar os fatos no âmbito apresentado: a mensagem que fora transmitida e a desobediência de Moisés. Deus é zeloso com Sua Palavra. Não devemos agir de forma diferente da que o Senhor instruiu, mas obedecer aos Seus comandos pronta e integralmente (Ap 22.18,19).

20.10 As palavras de Moisés são chocantes: Ouvi agora, rebeldes. Elas não deixam de expressar a verdade, mas carregam a conotação de quem sentia que a situação já estava passando dos limites, de alguém cuja paciência chegara a um ponto derradeiro.

20.11 Em seu furor, Moisés não falou com a rocha, como Deus ordenara. Em vez disso, levantou seu cajado e bateu duas vezes na pedra. Quando Moisés desobedeceu a Deus, ele destruiu tudo o que vinha pregando por mais de 40 anos. Deus não demonstrou raiva, mas Moisés se deixou dominar por uma cólera deliberada e injusta. Em sua fúria, Moisés perdeu o direito de entrar na Terra Prometida. Que perda incalculável por causa de apenas um momento de desobediência! Entretanto, se virmos por outro ângulo, Moisés não só atingira a rocha, mas também atingira Deus. De uma forma que não compreendemos, aquela rocha era o símbolo da divina presença; a água jorrava tão abundantemente que representava um marco em Sua graça. A rocha representava o milagre da vida brotando e dessedentando o sedento; um tipo de Cristo (1 Co 10.4)

20.12 O julgamento de Deus é proferido com extrema severidade, dada a natureza da ofensa de Moisés. Este é acusado do pecado de não confiar em Deus e de não honrar Sua santidade perante o povo. Não honrar a santidade quer dizer não considerar o sagrado. O Senhor entendeu que a atitude de Moisés demonstrara falta de respeito e de reverência por Sua santa Pessoa. As instruções do Senhor não foram acatadas. Moisés, que por muito tempo se preocupou com a reputação de Deus (Nm 14.13-9), menosprezou-o, porque não seguiu exatamente o que o Senhor lhe ordenara bem às vistas de toda a congregação. Arão também foi acusado e sentenciado pelo Senhor. Para ambos os irmãos, a pena foi juntar-se à marcha da morte da primeira geração. Nenhum dos dois entraria em Canaã.

20.13 Meribá, ou rebelião, é o nome dado ao lugar onde Moisés pecou. Este é o mesmo nome dado ao local em que houve a primeira crise de água, 40 anos antes (Ex 17.7).

20.14-21 Moisés usou diplomacia em seu apelo ao rei de Edom e fez referência à obra salvadora de Deus quando libertou o povo de Israel do Egito. Ele também fez o que a princípio é um pedido razoável: deixa-nos, pois, passar pela tua terra. Quando Edom se recusou a dar passagem, Moisés refutou com um pedido ainda mais gentil e assegurou aos edomitas que os israelitas não tinham a intenção de conquistar aquele território. Porém, a solicitação foi recusada com uma demonstração de força.

20.22-29 Possivelmente, o monte Hor é o Jebel Madurá, um monte que fica a aproximadamente 24 km a nordeste de Cades, na fronteira noroeste de Edom. O monte está bem no meio da rota de Cades até Moabe. Foi naquele monte que a triste notícia a respeito da morte de Arão chegou, Eleazar recebeu os deveres do sacerdócio de Arão. Logo, o corpo de Moisés seria deixado em outro monte, e Josué, como o líder da nova geração, juntar-se-ia a Eleazar. Os 30 dias de luto por Arão indicavam a grande estima que lhe dedicavam o povo e seu irmão.

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