Significado de Números 3
Números 3
Números 3 enfoca as responsabilidades e funções atribuídas à tribo de Levi dentro da comunidade israelita. O capítulo começa listando os nomes dos filhos de Arão, que são designados como sacerdotes para auxiliar no serviço do tabernáculo.Os levitas, especificamente da tribo de Levi, são escolhidos por Deus para serem separados para o serviço do santuário e do sacerdócio. O capítulo fornece um relato genealógico dos clãs levitas, incluindo as famílias de Gershon, Kohath e Merari, e atribui deveres específicos a cada clã.
O clã de Gérson é responsável pelo cuidado e transporte das cortinas, coberturas e cordas do tabernáculo. Eles também recebem tarefas relacionadas às estacas, cordas e outros equipamentos usados na montagem.
O clã de Coate recebe a responsabilidade de transportar os objetos sagrados, incluindo a arca da aliança, a mesa dos pães da proposição, o candelabro, os altares e os utensílios usados para o serviço do tabernáculo. No entanto, esses itens devem ser cobertos e carregados por Arão e seus filhos para garantir que os levitas não os toquem, para que não morram.
O clã de Merari é designado para transportar os componentes estruturais do tabernáculo, como tábuas, barras, pilares e bases.
Moisés é instruído a contar os levitas do sexo masculino a partir de um mês de idade. O número total de machos levitas contados é de 22.000. No entanto, os primogênitos entre os israelitas, originalmente designados para o serviço no santuário, superam em número os levitas. Portanto, um processo de redenção é estabelecido, exigindo um pagamento de cinco siclos por pessoa a ser feito pelos israelitas para a redenção de seus filhos primogênitos.
Deus designa os levitas como um presente para Arão e seus filhos, designando-os para trabalhar no serviço do tabernáculo. Os levitas devem auxiliar os sacerdotes em seus deveres e garantir o bom funcionamento e a santidade do santuário. Moisés, Arão e os filhos de Arão são responsáveis por supervisionar os levitas e garantir que eles executem suas tarefas de acordo com os mandamentos de Deus.
O capítulo 3 destaca a importância da ordem, estrutura e responsabilidade dentro da comunidade israelita. Estabelece os papéis e responsabilidades dos levitas como um grupo distinto separado para o serviço do santuário de Deus. O capítulo enfatiza o significado do sacerdócio e a santidade do tabernáculo, mostrando o cuidado meticuloso que Deus tem na organização e funcionamento de Seu povo escolhido.
Comentário de Números 3
3.1 O foco do capítulo 3 é nos sacerdotes e nas famílias da tribo de Levi.3.2-4 Quando lemos Nadabe, o primogênito, deve ser no sentido de pesar paternal. O herdeiro de Arão tomou-se um grande desapontamento. Com seu irmão Abiú, Nadabe ofereceu fogo profano perante o Senhor, uma ofensa que lhes custou a vida (Lv 10.1,2). Dois dos filhos de Arão continuaram vivos. Eleazar e Itamar exerciam o ministério sacerdotal diante de Deus. Entretanto, a supervisão de seu pai era ainda mais necessária do que antes, em virtude dos erros que cometeram os falecidos irmãos mais velhos.
As palavras de Números 2.2, ao redor (ARC) ou a certa distância (NVI), tornam-se mais pungentes no contexto da punição recebida por Nadabe e Abiú. Se os sacerdotes, aqueles que tinham permissão para estar em lugares sagrados, estavam sujeitos a uma punição extrema por causa da aproximação inadequada, o que aconteceria então com um intruso comum?
3.5-10 Por duas vezes, o narrador distinguiu a tribo de Levi das outras tribos. Aqui, são dadas aos levitas as suas responsabilidades no cuidado com o tabernáculo. Os levitas, contudo, não eram sacerdotes. Apenas Arão e seus filhos poderiam exercer tal papel. Os levitas, que cuidavam do serviço relativo às coisas sagradas no tabernáculo, aproximavam-se da presença divina. Mas os sacerdotes, que ministravam dentro do tabernácu-lo, chegavam ainda mais perto. Entretanto, apenas o sumo sacerdote, aquele cujo ministério servia de base para a confiança da comunidade, adentrava o lugar santíssimo, onde a presença divina residia. Deus é Santo. Apenas o sumo sacerdote, separado da comunidade para este propósito sagrado, tinha o consentimento de aproximar-se de Deus, a fim de interceder pelas pessoas perante o Senhor. Entretanto, nos dias de hoje todos os cristãos podem ter acesso à presença divina em iguais condições. A morte de Jesus rasgou o véu que nos separava do Altíssimo, expiou todos os nossos pecados e nos fez santos às vistas de Deus.
3.11-13 A expressão E eu indica o envolvimento direto de Deus na redenção. Quando Deus remia e salvava Seu povo, tudo era feito por Ele mesmo (Êx 12.29; 13.3,17,21; 14.19,30,31). Da mesma forma, o Senhor escolheu os levitas para formarem uma tribo especial que zelava por Sua presença, e esta também foi uma tarefa pessoal divina. Ele não delegou este trabalho a nenhum ser humano. Mais tarde Deus escolheria Jesus para ser o mais perfeito sumo sacerdote a favor de todos aqueles que acreditam nele (Sl 110.4; Hb 6.20—8.6).
Todo primogênito meu é. Quando Deus passou pelas casas das famílias hebraicas que haviam obedecido a suas instruções na Páscoa e poupou da morte os primogênitos (Êx 12.29-51), Ele declarou que os filhos primogênitos dos hebreus — e também a primeira cria dos animais — pertenciam a Ele (Êx 13.1,2). Agora, os primogênitos precisavam ser resgatados. Uma troca foi realizada. Deus fez de toda a tribo de Levi Sua propriedade especial, em vez do filho primogênito de cada família (Nm 3.40-51).
Eu sou o SENHOR. Esta expressão enfatiza a autoridade de Deus e a importância de Suas palavras.
3.14-20 As três tribos dos levitas eram Gérson, Coate e Merari. Os levitas foram distin-guidos das outras tribos — as não sacerdotais — de várias formas: (1) eles foram contados à parte daqueles contabilizados para a guerra; (2) foram indicados como ministros na adoração a Deus, em vez de como soldados do exército divino; (3) receberam certas restrições na condução de sua vida; (4) representaram o presente dos primogênitos de cada família ao Senhor (Nm 3.40-51); (5) viveram em cidades no meio das várias tribos, em vez de morarem com os outros em uma única região (Nm 35.1-8).
3.21-37 Na listagem de determinação dos lugares das tribos ao redor do santuário, há uma ordenação que vai da tribo mais favorecida, Judá, até as menos favorecidas (Nm 2.3-31). Na lista com os lugares das famílias levitas, a disposição é diferente, de oeste para leste. A tribo dos levitas que ficou encarregada das tarefas mais importantes foi a família de Coate, ao sul. As tribos de Gérson e Merari receberam a incumbência das tarefas subsidiárias. Os sacerdotes ficavam no lado leste e ocupavam as posições de liderança. A ordem era: Gérson, a oeste; Coate, ao sul; Merari, ao norte, e Moisés, Arão e seus filhos, a leste.
3.22-26 A tribo de Gérson cuidava e tratava dos elementos do tabernáculo. Os contados do sexo masculino acima de um mês de idade totalizavam 7.500.
As cortinas do pátio. Esta expressão faz referência a três cortinas ou coberturas no tabernáculo — a primeira na entrada do pátio da tenda da congregação; a segunda ficava localizada na entrada da tenda (Nm 3.31; 4.25); e a terceira separava o lugar santo do lugar santíssimo (Nm 4.5).
3.27-32 As tarefas da família de Coate ficaram concentradas no cuidado dos móveis e utensílios sagrados do tabernáculo. Eleazar, o filho de Arão, supervisionava o trabalho como chefe dos encarregados, pois a mobília sagrada só podia ser manuseada de formas específicas. Os anramitas pertenciam aos clãs coatitas e eram da família de Moisés, Arão e Miriã (Êx 6.20). Os contados do sexo masculino acima de um mês de idade totalizavam 8.600.
3.33-37 As tarefas da família de Merari ficaram concentradas nos elementos estruturais [tábuas, varais, colunas, bases, estacas, cordas] do tabernáculo e em seus utensílios. Nesta tribo, os contados do sexo masculino acima de um mês de idade totalizavam 6.200.
3.38, 39 O leste, área em que ficavam Moisés, Arão e seus filhos, indicava a posição mais favorável. A responsabilidade destes era proteger o tabernáculo contra qualquer tipo de aproximação não apropriada. O número total de levitas foi 22 mil.
3.40-42 Os primogênitos das famílias de Êxodo pertenciam ao Senhor, porque Deus os havia salvado. A primeira cria dos animais dos israelitas também era oferecida como sacrifício ao Senhor. Entretanto, os primeiros filhos dos israelitas não deveriam ser mortos (como foram os primogênitos dos egípcios, Êx 13). Os primogênitos israelitas foram resgatados pela dedicação dos levitas ao serviço do Senhor. Agora, estando eles no deserto no segundo ano de sua libertação, a troca dos primogênitos pelos levitas foi de fato realizada. A expressão em lugar de enfatiza fortemente essa substituição dos primeiros filhos israelitas pelos levitas. Esta antiga troca nos lembra da substituição dos pecadores por Jesus. Todos merecíamos a morte por causa de nossas ofensas, mas Cristo morreu em uma cruz em nosso lugar.
3.43-48 O número total dos primogênitos, 22.273, aparenta ser pequeno para uma população de, no mínimo, dois milhões de pessoas. Algumas pessoas sustentam que esta quantidade estava relacionada ao número de primogênitos israelitas na primeira Páscoa.
O pagamento dos cinco siclos [corresponde a 60 gramas de prata, NVI] representava muito mais uma lição aos israelitas a respeito da importância das pessoas do que um ato de substituição para aqueles envolvidos. Cada resgate individual tinha de ser pago. O pagamento dos siclos a Arão e seus filhos era adequado. Da mesma forma que os levitas foram dados pelo Senhor, a fim de auxiliar Arão em seus deveres no santo tabernáculo, o resgate também era dado a Arão para favorecer a mesma santa tarefa.
3.49-51 O valor de resgate de cada primogênito que excedia o número de levitas era cinco siclos. Multiplicando, portanto, os 273 primogênitos excedentes (v. 47) por cinco obteremos os 1.365 siclos obtidos por Moisés. Desta forma, cada primogênito foi considerado nos planos de Deus para a redenção.
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