Comentário de Apocalipse 9:1-21 (J. W. Scott)
Comentário de Apocalipse 9
A quinta trombeta introduz uma praga de gafanhotos demoníacos. O fato que a estrela vista por João jaz "caída na terra" não exige que seja um anjo "caído". O movimento é narrado simplesmente para mostrar que a "estrela" veio desde o céu até a terra para abrir o abismo, onde habitavam as hordas demoníacas. Nuvens como o fumo de uma grande fornalha (2) lembrariam os leitores de João dos vulcões que eles haviam visto, mas elas têm por finalidade antes deixar a impressão de uma nuvem de gafanhotos que avança (ver Jl 2.10). A comparação destas hostes demoníacas aos gafanhotos remonta à visão de Joel, acima mencionada; onde é dito que os exércitos de gafanhotos têm a aparência de cavalos de guerra que correm à batalha, estrondeiam como carros, avançam como homens poderosos, escurecem os céus (Jl 2.4-10) e têm presas como leões (Jl 1.6). Além destas características, João declara que os gafanhotos têm poder para infligir a dor como escorpiões (3); ver também Ap 9.10. Vers. 4 indica a razão por que os gafanhotos ferroam: eles são mandados não para danificar a vegetação, mas tão somente tais homens que não têm em suas testas o sinal de Deus. Cinco meses (5) é a extensão normal da vida dum gafanhoto (primavera e verão). Escorpiões infligem agonia, porém raramente matam aos homens. A semelhança entre a cabeça de um gafanhoto e a de um cavalo (7) era muitas vezes mencionada por escritores antigos. O cabelo como o cabelo de mulheres (8) se refere à sua antena comprida, dentes leoninos, à capacidade destruidora, couraças de ferro, as suas escamas. As coroas semelhantes ao ouro, e os rostos como eram rostos de homens (7), contudo frisam o fato que eles não são gafanhotos ordinários, mas sim, demônios. Daí o seu rei é Abadom (11), um nome que no Velho Testamento denota as profundezas do Seol e significa "destruição" (cfr. Jó 28.22).
Se esta praga tem por finalidade simbolizar as dores da consciência ferida dos homens (como Swete crê), ou deverá ser tomada mais literalmente, é difícil dizer. É possível que, tanto neste ai, como no que se segue, João descreva o incômodo da humanidade por forças demoníacas reais; tal ponto de vista estaria de acordo com o ensino do Novo Testamento sobre demônios em geral.

Se esta praga tem por finalidade simbolizar as dores da consciência ferida dos homens (como Swete crê), ou deverá ser tomada mais literalmente, é difícil dizer. É possível que, tanto neste ai, como no que se segue, João descreva o incômodo da humanidade por forças demoníacas reais; tal ponto de vista estaria de acordo com o ensino do Novo Testamento sobre demônios em geral.
A sexta trombeta traz um exército demoníaco do Eufrates. Uma voz do altar de ouro inicia a praga (13), ligando-a, deste modo, aos clamores dos mártires no céu e às orações dos santos na terra (cfr. Ap 8.4-5). Os quatro anjos (14) são ministros da ira. O rio Eufrates formava o "limite ideal" da terra de Israel (Driver, ver Gn 15.18); além dele ficavam os grandes impérios da Babilônia e Assíria. Como exércitos vinham destes territórios incógnitos para devastar ao Israel desobediente da antigilidade, assim se levantariam cavalos mais pavorosos para punir o mundo sem Deus. Nada no programa de Deus é acidental. É fixo o momento preciso desta invasão, a saber, "numa hora definida de um dia definido, num mês definido, de um ano definido" (Charles). A inimaginável cifra de duas centenas de milhões (ver Sl 68.17) sugere que toda esta descrição nos vers. 16-19 não se deve tomar literalmente demais. Os cavaleiros parecem ser de pouca monta; são os cavalos que apavoram e destroem. Correspondendo ao mortífero fogo e fumo e enxofre (17) que procede da boca dos cavalos, os cavaleiros têm couraças de vermelho fogoso, azul fumegante e amarelo sulfúrico. Monstros desta qualidade não eram incógnitos à mitologia pagã; João, possivelmente de propósito, emprega tais termos para declarar que os artifícios desta multidão infernal excedem a descrição das mais apavorantes imaginações da superstição pagã, inclusive até os brutos do caos primevo. A praga deixa de produzir um efeito salutar no mundo que se opõe a Deus; os homens persistem ainda na idolatria, com seus males concomitantes e não acham nenhum lugar para o arrependimento (20-21).
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