Significado de 2 Reis 13

2 Reis 13

2 Reis 13 enfoca os reinados de Jeoacaz e Jeoás (não confundir com Joás de Judá) como reis de Israel.

Jeoacaz torna-se rei de Israel após a morte do filho de Jeú, Jeoacaz. Seu reinado é marcado pela contínua idolatria e desobediência de Israel. A opressão dos sírios sob Hazael também é mencionada. Em resposta à angústia de Israel, o Senhor levanta um libertador, Jeoacaz, que implora pela ajuda de Deus. O Senhor mostra misericórdia e concede alívio temporário a Israel da opressão síria, mas a nação continua em seus caminhos pecaminosos.

Jeoás sucede a Jeoacaz como rei e continua nas práticas pecaminosas de seus predecessores. Eliseu, que está chegando ao fim de sua vida, fornece a Jeoás um ato simbólico envolvendo flechas e um arco, simbolizando a vitória sobre os sírios. Jeoás acerta o chão apenas três vezes, o que Eliseu explica significa que ele terá sucesso limitado contra os sírios.

A morte de Eliseu é relatada e o capítulo termina com um breve resumo do reinado de Jeoás e a continuação das lutas em curso entre Israel e a Síria.

Em resumo, 2 Reis 13 descreve os reinados de Jeoacaz e Jeoás em Israel, enfocando sua desobediência, lutas com os sírios e o papel de Eliseu como profeta. O capítulo destaca a natureza cíclica do pecado de Israel e suas consequências. Também marca a transição do ministério profético de Eliseu para a próxima fase da história de Israel.

Significado

13.1 O nome Jeoacaz significa o Senhor se apoderou. Dois séculos depois deste reinado, outro Jeoacaz se tornaria o rei de Judá, após a morte de seu pai, Josias (2 Rs 23.31). O reinado de 17 anos de Jeoacaz, filho de Jeú, durou de 814 a 798 a.C.

13.2,3 Fez o que era mal [...] seguiu os pecados de Jeroboão. Após o fim dos da casa de Acabe pelas mãos de Jeú (cap. 9 e 10), os reis de Israel se voltaram para o sincretismo religioso deixado como herança por Jeroboão I. A menção do filho de Hazael, Ben-Hadade III (802-780 a.C.), deve-se provavelmente ao seu serviço como comandante do exército de seu pai ou à sua crescente importância nos últimos anos do reinado de Hazael (v. 24).

13.4 Apesar de Jeoacaz não ter servido ao Senhor com a exclusividade devida (v. 6), Deus graciosamente ouviu sua genuína petição por socorro. Em Sua infinita misericórdia, o Senhor sempre lida com o povo com paciência e abençoa- o, apesar de suas falhas (1 Rs 21.25-29; 2 Pe 3.9).

13.5 O salvador de Israel (hb. môshía, também apresentado como libertador) foi identificado de diversas maneiras. Talvez tenha sido o rei assírio Adad-Nirari III. Referir-se a um rei assírio como um salvador divinamente comissionado em Israel lembra as palavras de Deus em Isaías descrevendo o rei persa Ciro como o seu ungido [do Senhor] (Is 45.1; compare com Is 44.28).

13.6-9 O bosque ficou em pé. A palavra hebraica para bosque é uma referência à deusa cananeia Aserá, cuja imagem era representada por uma árvore ou por um poste considerado sagrado. Era um símbolo da religião adotada em Canaã, que primava pela fertilidade.

13.10 No ano trinta e sete de Joás. Esta nota parece não estar de acordo com 2 Reis 13.1 (os 17 anos do reinado de Jeoacaz começaram no ano 23 do reinado de Joás). A aparente discrepância é resolvida quando se observa que o autor passou a usar neste versículo o esquema do ano de ascensão ao trono no Reino do Norte. De acordo com esse sistema, o primeiro ano de um novo rei começava no início do ano, no outono, após a coroação. Com a devida permissão concedida para as diferenças entre os sistemas de reconhecimento nos Reinos do Norte e do Sul, o ano 798 a.C. marcou a data em que Joás se tornou rei de Israel. Alguns manuscritos, entretanto, registram “ano trinta e nove” nesta passagem, indicando que houve uma correção do erro de algum escriba no tradicional texto massorético. Estudiosos também sugerem uma corregência de dois anos entre Jeoacaz e Jeoás.

13.11-13 A princípio, o registro sobre o reinado de 16 anos de Jeoás em Israel parece não ser muito elaborado (v. 10-13). Mas a ele três histórias são adicionadas: a morte de Eliseu (v. 14-21), as vitórias militares desse rei sobre as forças sírias (v. 24,25) e a guerra de Jeoás contra Amazias, de Judá (v. 12; 14-8-14)

13.14 Meu pai. O choro de Jeoás sobre o velho Eliseu repete as palavras deste profeta pronunciadas quando Elias ascendeu ao céu (2 Rs 2.12). Logo, tanto no início como no fim de seu ministério, vê-se a íntima ligação entre Eliseu e Elias. A tristeza de Jeoás com a morte de Eliseu mostra que, assim como seu pai, Jeoacaz (v. 4,5), esse rei israelita possuía uma espiritualidade genuína. A linhagem de Jeú teve seus bons momentos e recebeu algumas recompensas do Senhor (2 Rs 10.30). Entretanto, ninguém dessa descendência ou qualquer outro rei de Israel serviu a Deus de todo o coração (2 Rs 10.31).

13.15-19 Esta seção descreve um ato simbólico que Eliseu fez Jeoás realizar para garantir vitórias sobre os seus inimigos. Contudo, o rei obteve sucesso parcial nesta performance. O gesto de Eliseu pondo as mãos sobre as mãos do rei deveria ter servido de alerta para Jeoás de que o profeta ancião estava abençoando-o em nome de Deus.

O indiferente comprometimento do rei com as instruções de Eliseu expôs a fraca fé do monarca e ilustrou a desfavorável avaliação de seu caráter por Deus (v. 11). O profeta, que se encontrava à beira da morte, tinha razão para estar perturbado. Apesar de o Senhor ter permitido que Israel derrotasse o exército sírio três vezes, sua vitória foi incompleta.

13.20 Morreu Eliseu. A transladação de Elias (cap. 2) foi um exemplo incomum do poder de Deus; Eliseu morreu de forma natural. Foram as tropas dos moabitas que viram o milagre ocorrido na sepultura de Eliseu (v. 21), mas a menção de invasões como esta traz à memória o quão perigoso era viver durante a maior parte da história de Israel.

13.21,22 O homem [...] reviveu. Até morto, o corpo de Eliseu era suficiente para gerar um milagre. Não havia mágica nos ossos desse profeta, mas uma demonstração do poder do Senhor em Seu servo. Esse evento deve ter reassegurado a Jeoás que Deus pretendia resgatar Israel das garras mortais da dominação síria (v. 25).

13.23 Este versículo é um daqueles que se sobressaem na Bíblia por descreverem a maravilhosa misericórdia do Deus vivo (2 Rs 14.26, 27). O texto delineia, em parte, as imagens apresentadas em Êxodo 34.6. A fidelidade do Senhor ao seu concerto com Abraão, Isaque e Jacó, à Sua própria promessa, é um tema recorrente no Antigo Testamento (Êx 2.23-25).

13.24 Este Ben-Hadade é o filho de Hazael (v. 3). Após a morte de seu pai, ele reinou como Ben-Hadade III (802—780 a.C.).

13.25 Por Jeoás ter ferido a terra três vezes com flechas (v. 18), Deus permitiu que ele vencesse os siros somente três vezes. Contudo, o Senhor graciosamente subjugou a fé inadequada de Jeoás dando a Israel vitória completa sobre os arameus, durante o reinado do seu filho Jeroboão II.

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