Significado de Atos 21
Atos 21
Atos 21 continua a narrativa da jornada de Paulo em direção a Jerusalém. Paulo chega à cidade de Tiro e é acolhido pela comunidade cristã local. Ele passa algum tempo lá e é avisado pelo Espírito Santo sobre os perigos que enfrentaria se continuasse sua jornada para Jerusalém. No entanto, Paulo está determinado a ir a Jerusalém e continuar seu ministério, apesar dos riscos.
Depois de deixar Tiro, Paulo e seus companheiros continuam a viagem para Jerusalém e param na casa do evangelista Filipe em Cesareia. Lá, são recebidos por Philip e sua família, e passam vários dias juntos. Enquanto eles estão lá, o profeta Ágabo chega e avisa Paulo sobre o perigo que ele enfrentará em Jerusalém. No entanto, Paulo continua determinado a ir a Jerusalém e está pronto para enfrentar quaisquer desafios que possam surgir em seu caminho.
Em resumo, Atos 21 mostra a determinação inabalável de Paulo em continuar sua missão, apesar dos muitos obstáculos e perigos que enfrentou. Ele foi avisado pelo Espírito Santo e pelo profeta Ágabo sobre os perigos que o esperavam em Jerusalém, mas permaneceu firme em sua determinação de ir para lá e continuar seu ministério. Este capítulo também destaca a importância da comunidade na vida de um cristão. Paulo foi acolhido e apoiado pelas comunidades cristãs locais de Tiro e Cesareia, e sua hospitalidade lhe deu a força e o encorajamento de que precisava para continuar sua jornada. No geral, Atos 21 demonstra a coragem, determinação e fé de Paulo, bem como a importância da comunidade cristã na vida de um crente.
Comentário de Atos 21
Nos meses do verão, o vento no mar Egeu soprava para o norte logo bem cedo pela manhã. Mas, no final da tarde, parava totalmente. O pôr-do-sol dava uma sensação de paz, e depois soprava uma brisa suave do sul. Se um navio navegava junto à costa, ele geralmente ancorava à noite e esperava pelo vento da manhã.
Atos 21:2, 3 Achando um navio. Paulo não perdeu tempo porque queria chegar em Jerusalém para o Pentecostes, que acontecia 50 dias depois da Páscoa. Ele havia celebrado a Páscoa com seus amigos em Filipos mais de três meses antes; então, ele tinha menos de 30 dias para chegar em Jerusalém a tempo da festividade.
Atos 21:4 E eles, pelo Espírito, diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém. Nesse versículo, o Espírito Santo avisa Paulo sobre o perigo que o aguardava em Jerusalém. Não se sabe ao certo se esse aviso de fato era para Paulo não ir, mas fez com que os discípulos, que o amavam e não queriam vê-lo sofrer, desencorajassem o apóstolo a não seguir viagem. Paulo já mostrara o quanto era sensível a voz do Espírito Santo (At 16.6). Ele já tinha dito que iria a Jerusalém porque estava ligado [...] pelo espírito. Mais tarde, Jesus mesmo o encorajou acerca da decisão que ele havia tomado de ir realmente (At 23.11).
Atos 21:5, 6 Postos de joelhos [...] oramos. A posição que eles ficavam para orar devia ser sempre de joelhos (Ef 3.14).
Atos 21:7 Ptolemaida. A antiga cidade portuária de Aco (a atual Acre) recebeu o nome de Ptolemaida do Egito para conservar sua história. Um dia. Eles estavam com pressa, e isso abreviou sua visita aos irmãos daquela cidade.
Atos 21:8 Partindo dali Paulo e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesareia. Alguns creem que era na casa de Filipe que os cristãos reuniam-se em Cesareia para adorar a Deus.
Atos 21:9 Quatro filhas donzelas. Vemos aqui o cumprimento do que Pedro disse no capítulo 2, que os filhos e jovens receberiam o dom do Espírito Santo para profetizar e proclamar a verdade de Deus.
Atos 21:10-14 Ágabo profetizou em Atos 11.27-30 que a Judeia passaria fome. Em resposta a essa profecia, os cristãos gentios juntaram dinheiro para aliviar o sofrimento dos irmãos em Jerusalém. Aqui, Ágabo profetiza a prisão e aflição de Paulo. O Espírito Santo não proibiu Paulo de ir a Jerusalém, mas o avisou que isso lhe ocasionaria um alto custo.
Atos 21:15, 16 Havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalém. Embora tenham sido avisados várias vezes que Paulo seria preso e afligido em Jerusalém, seus companheiros de viagem não deixaram de viajar com ele. Eles não o deixariam naquele momento difícil. Nas situações de aflição os verdadeiros amigos ficam ao nosso lado para nos confortar e ajudar (Pv 17.17). Mnasom, natural de Chipre devia ser um dos 120 mencionados em Atos 1.15.
Atos 21:17, 18 Tiago e os anciãos eram os líderes das igrejas que se reuniam nos lares em Jerusalém. O interessante é que nenhum dos apóstolos é citado aqui. Sete anos havia se passado desde a reunião do Concílio de Jerusalém registrado no capítulo 15. Naquela ocasião, os apóstolos e líderes da Igreja reuniram-se para definir quanto à necessidade ou não de os gentios terem de se tornar judeus antes de cristãos. E a resposta foi não. Tanto as Escrituras como o Espírito Santo ensinavam que o evangelho era para todas as pessoas. Ao que parece, depois do Concílio, os apóstolos deixaram Jerusalém e foram cumprir a comissão dada por Jesus de anunciar o evangelho até aos confins da terra (At 1.8).
Atos 21:19 O que [...] Deus fizera. A prova de como Deus havia mudado a vida dos gentios foi apresentada aos cristãos em Jerusalém. A mais forte evidência era os próprios cristãos gentios que estavam acompanhando Paulo. É provável que, nessa ocasião, Paulo tenha entregado o dinheiro que havia recolhido com os gentios cristãos (At 11.27-30; 1 Co 16.1). O amor que os gentios demonstraram aos seus irmãos judeus necessitados foi a marca da verdadeira conversão deles.
Atos 21:20, 21 Acerca de ti foram informados. Boatos circulavam de que Paulo estava encorajando os judeus a deixar as tradições mosaicas. Entretanto, Paulo jamais menosprezou a herança judaica ou mandou que os cristãos judeus renunciassem a Lei de Moisés. Ele somente deixou bem claro a todos que a Lei não funcionava como meio de salvação. Podemos ver a prova de que Paulo continuava guardando a lei no que ele disse a Félix (At 24.11, 12). E o fato de estar indo a Jerusalém para adorar já era uma prova disso também. Entretanto, Paulo se opunha frontalmente contra toda tentativa de obrigar os gentios a se tornarem judeus. A salvação era somente pela fé. Exigir conversão ao judaísmo era um repúdio à mensagem do evangelho, que declara a salvação somente pela fé em Cristo.
Atos 21:22-24 Paulo pagou os gastos dos quatro varões que fizeram o voto, pois, empobrecidos por causa da fome na Judéia, eles não tinham dinheiro suficiente para cumprir o voto oferecendo sacrifício no templo. Mas é bem provável que tenha havido outra razão também.
O historiador judeu Flávio Josefo conta que quando Herodes Agripa I começou a reinar na Judéia em 41 d.C., ele pagou um número bem considerável de votos nazireus para demonstrar seu respeito à Lei mosaica. Então, para mostrar aos seus irmãos judeus que não tinha esquecido a Lei de Moisés, Paulo fez o que eles pediram. A reputação do apóstolo Paulo era algo a que ele primava muito; exemplo a ser seguido por todo cristão (1 Tm 3.7).
Atos 21:25 Mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado, e da prostituição. Os líderes cristãos não estavam pedindo aos gentios que vivessem como os judeus, e muito menos queriam obrigar os judeus a viver como os gentios. A unidade espiritual do corpo de cristãos pode ser vista na sua diversidade, não na sua conformidade. Apesar de termos raízes e culturas tão diversificadas, nós honramos o mesmo Deus.
Atos 21:26-29 E profanou este santo lugar. O templo naquele período do no Novo Testamento tinha três átrios ao seu redor. O átrio interior era o Átrio de Israel, onde os varões judeus ofereciam seus sacrifícios. Somente os sacerdotes consagrados podiam entrar no templo propriamente dito, e apenas os sumos sacerdotes podiam entrar no santuário interior, o Santo dos Santos, uma vez por ano no Dia da Expiação (Hb 9.7). O segundo átrio era o Átrio das Mulheres, onde as famílias judaicas reuniam-se para orar e adorar. O átrio exterior era o Átrio dos Gentios, aberto a todos que desejassem adorar a Deus. Mas se algum gentio fosse um pouco mais além e entrasse no segundo átrio, ele estaria sujeito à pena de morte. As autoridades romanas, em respeito à religião judaica, autorizava a pena de morte para quem ultrapasse os limites estabelecidos no templo, inclusive para os próprios cidadãos romanos.
Atos 21:30, 31 Coorte. Entre seiscentos a mil soldados ficam na Fortaleza Antônia, situada ao noroeste do templo. De uma torre que avistava todos os átrios do templo, os soldados podiam ver qualquer confusão. Quando o tumulto com Paulo começou, pelo menos duzentos soldados foram enviados da Fortaleza para o Átrio dos Gentios.
Atos 21:32-36 Cessaram de ferir a Paulo só porque os soldados intervieram para salvar a vida dele. Correu para eles. Herodes construiu a Fortaleza Antônia perto da área do templo. Um túnel permitia que os soldados da coorte chegassem rapidamente ao templo para manter a ordem.
Atos 21:37-40 Quando Paulo falou em grego, o tribuno percebeu que ele não era o assassino egípcio que tinha vindo para Jerusalém em 45 d. C. afirmando ser um profeta. Esse egípcio levou quatro mil fanáticos judeus para o Monte das Oliveiras, prometendo que, somente com uma palavra dele, os muros de Jerusalém cairiam e o Império Romano seria destruído. Félix, governador de Jerusalém naqueles dias, mandou seus homens ao Monte das Oliveiras e eles mataram quatrocentos judeus e prenderam outros duzentos. Todavia, o egípcio e alguns de seus seguidores fugiram para o deserto. Esses seguidores eram chamados de sicarii, que significa terroristas. Eles se misturavam às multidões em Jerusalém durante as festividades e assassinavam os judeus aliados de Roma.
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