Significado de Deuteronômio 17

Deuteronômio 17

Deuteronômio 17 trata de questões relacionadas à justiça, liderança e culto dentro da comunidade de Israel.

O capítulo começa com instruções sobre como lidar com casos de idolatria ou apostasia dentro da comunidade. Moisés estabelece que aqueles que se envolvem em adoração a outros deuses devem ser investigados cuidadosamente. Se a acusação for confirmada, a pessoa ou pessoas envolvidas devem ser levadas para fora da cidade e apedrejadas até a morte. Esse rigor reflete a seriedade com que Deus via a idolatria e a necessidade de manter a pureza da fé dentro da comunidade.

Moisés também fala sobre a instituição de juízes e oficiais para administrar a justiça dentro da comunidade. Ele destaca a importância da imparcialidade, da integridade e da aplicação consistente da lei. Moisés adverte contra o suborno e a corrupção, garantindo que a justiça seja acessível a todos os membros da comunidade, independentemente de sua posição social.

Além disso, o capítulo aborda a instituição de um rei sobre Israel. Moisés estabelece diretrizes para a seleção e as responsabilidades do rei, enfatizando que ele deve ser escolhido por Deus e deve governar de acordo com os princípios da justiça e da obediência à lei de Deus. O rei não deve acumular riquezas, nem multiplicar esposas, nem desviar-se dos mandamentos de Deus.

Finalmente, Moisés fala sobre o culto ao Senhor e a necessidade de oferecer sacrifícios e ofertas voluntárias de maneira correta. Ele instrui o povo a seguir as orientações dos sacerdotes e a não se afastar dos rituais e práticas prescritas por Deus.

Em resumo, Deuteronômio 17 estabelece diretrizes para a administração da justiça, a liderança política e o culto religioso dentro da comunidade de Israel. Moisés enfatiza a importância da pureza da fé, da integridade na administração da lei e da obediência a Deus em todas as áreas da vida. Essas instruções visam promover a estabilidade, a justiça e a devoção religiosa dentro do povo de Israel.

Comentário de Deuteronômio 17

Deuteronômio 17:1 Em Israel o sacrifício nunca poderia ser usado como um meio de livrar-se daquilo que era indesejado ou desnecessário. Ele era uma demonstração de fé daquele que deu o seu melhor a Deus crendo que o Senhor adequaria e tornaria abundante tudo o que restou, satisfazendo as necessidades do adorador.

Deuteronômio 17:2, 3 O verbo em hebraico traduzido como traspassar ('abar) é usado em outras passagens indicando a travessia de uma fronteira ou de um rio. Neste texto é empregado com o sentido de ultrapassar os limites que Deus estabelecera para Seu povo. Aquele que servia a outros deuses transpunha o que fora instituído pelo primeiro mandamento.

Deuteronômio 17:4-6 Bem o inquirirás. Uma investigação, e não um rumor, determinava a veracidade de uma acusação de idolatria. O culpado era condenado à morte somente após a culpa ter sido comprovada por duas ou três testemunhas (compare com Mt 18.16; 2 Co 13.1; 1 Tm 5.19; Hb 10.28). O primeiro mandamento não excluía nenhum dos sexos. Tanto o homem como a mulher podiam ser executados por causa desse crime contra Deus.

Deuteronômio 17:7 A mão das testemunhas será primeiro contra ele. As testemunhas participavam da execução do culpado porque eram responsáveis pela condenação do indivíduo. As palavras de Jesus sobre atirar a primeira pedra fazem referência a essa prática (Jo 8.7).

Deuteronômio 17:8 Quando alguma coisa te for dificultosa em juízo... te levantarás e subirás ao lugar que escolher o Senhor. A expressão coisa dificultosa se refere aos casos de execução ou assassinato, isto é, homicídio intencional ou acidental. Esses casos mais complexos eram enviados a uma corte superior.

Deuteronômio 17:9-11 Os sacerdotes de Israel eram os descendentes da família de Arão, e os levitas, os da tribo de Levi, os quais serviam no tabernáculo.

Deuteronômio 17:12 O homem, pois, que se houver soberbamente. Este homem é aquele que conhece as instruções sacerdotais, mas ignora-as.

Deuteronômio 17:13 Ouvir Deus é reconhecê-lo, responder-lhe e obedecer-lhe (Dt 6.4). Temer a Deus é reverenciá-lo e adorá-lo (Dt 6.2). A ideia contida neste versículo é a reverência conscienciosa (Dt 13.11; 19.20; 21.21).

Deuteronômio 17:14-18.22 Esta seção aborda as instruções de Deus sobre liderança. Nas várias leis, Moisés pontua o lugar dos líderes, dos juízes, dos sacerdotes levitas, dos reis e dos profetas no povo com o qual o Senhor estabeleceu a aliança. Ele prevê potenciais problemas quanto à submissão dos israelitas a Deus. A Lei fornece uma estrutura social ampla na qual Israel poderia desenvolver-se sob a liderança divina.

Deuteronômio 17:14 As regras que seguem antecipam o pedido que os israelitas fariam: um rei. No tempo de Moisés, a nação de Israel era privilegiada por ser diferente das outras nações, pois tinha Deus como seu Rei (Êx 15.18; Nm 23.21). Quando os problemas emergiram durante o período dos juízes, alguns tentaram estabelecer uma realeza (Jz 9.1-6). Gideão recusou tal oferta (Jz 8.23). Com o reinado de Saul, Deus finalmente atendeu à requisição de Israel (1 Sm 8.4-9). Embora o governo de Saul tenha resultado em desastre, o Senhor escolheu Davi, ungiu-o e prometeu-lhe um reinado duradouro (2 Sm 7.16; Sl 89.3, 4).

Deuteronômio 17:15-17 Estas normas impunham limites ao poder e à suntuosidade do futuro rei. Ele não seria dependente das armas nem das riquezas. O monarca seria aconselhado a não fazer alianças políticas que expusessem Israel à adoração pagã. Em vez disso, seria recomendado que ele guiasse a nação na obediência às leis de Deus.

Deuteronômio 17:18 Escreverá para si um traslado desta lei num livro. Esta ordem indica que o verdadeiro rei de Israel estaria sujeito às instruções de Deus. Ele não deveria ser um tirano, mas um monarca que reinaria de acordo com a vontade revelada do Senhor.

Deuteronômio 17:19, 20 Para que aprenda a temer ao Senhor. Este era o objetivo a ser alcançado por meio do livro com a Lei de Deus. Somente se o rei respeitasse e obedecesse ao Senhor as pessoas seguiriam o seu exemplo. Caso o monarca fosse ímpio, o declínio do povo rumo às práticas perversas seria acelerado. Ao ler e cumprir as leis de Deus, o rei seria lembrado de que deveria ser um homem do povo, humilde, para que o seu coração não se [levantasse] sobre os seus irmãos. Ele não era diferente de ninguém, exceto de Deus, que o escolheu para guiar a nação em justiça.

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