Significado de Êxodo 23
Êxodo 23
Êxodo 23 continua as leis e regulamentos que governam vários aspectos da vida diária na comunidade israelita. O capítulo enfatiza a importância da justiça e da responsabilidade social e fornece orientações para a vida em comunidade. O capítulo cobre uma ampla gama de tópicos, incluindo leis sabáticas, justiça para os pobres e a importância da honestidade e integridade.
A primeira seção de Êxodo 23 descreve as leis que regem o sábado. O capítulo estipula que os israelitas devem observar o sábado como um dia de descanso e adoração, e que também devem permitir que seus escravos e gado descansem. O capítulo também enfatiza a importância de observar o ano sabático, no qual a terra deve ficar sem cultivo e as dívidas devem ser perdoadas.
A segunda seção de Êxodo 23 enfatiza a importância da justiça para os membros pobres e vulneráveis da sociedade. O capítulo nos lembra que não devemos perverter a justiça ou mostrar favoritismo aos ricos. Também enfatiza a importância de atender às necessidades dos pobres e dos estrangeiros e de tratá-los com compaixão e dignidade.
A terceira seção de Êxodo 23 enfatiza a importância da honestidade e integridade em nossas relações com os outros. O capítulo nos lembra que não devemos espalhar boatos falsos ou dar falso testemunho contra nossos vizinhos. Também enfatiza a importância de evitar o suborno e a corrupção e de buscar a verdade e a justiça em todas as nossas interações com os outros.
Em conclusão, Êxodo 23 é um capítulo que enfatiza os princípios de justiça e responsabilidade social na comunidade israelita. O capítulo descreve as leis e regulamentos que regem vários aspectos da vida diária e enfatiza a importância de tratar os outros com respeito e justiça. Isso nos lembra do valor da vida humana e da necessidade de assumir a responsabilidade por nossas ações e de restituir qualquer dano que causemos. No geral, Êxodo 23 é um testemunho da importância de viver em comunidade e de defender os valores de justiça, compaixão e responsabilidade em nossos relacionamentos com os outros.
Comentário de Êxodo 23
Êxodo 23.2 Não seguirás a multidão. O indivíduo não deveria ser influenciado pela maioria para praticar o mal e atos de injustiça.
Êxodo 23.3 Nem ao pobre favorecerás. Deus dá assistência ao pobre (Êx 22.25-27), mas Ele não invalida Sua justiça por causa disso. Neste versículo, o Senhor antecipa o fato de que alguns usariam a pobreza como uma desculpa para a prática de atividades gananciosas e, até mesmo, criminosas.
Êxodo 23:1-3
Não carregue um relatório falsoNestes versículos temos uma elaboração do nono mandamento (Êxodo 20:16). Falar palavras não é uma atividade inocente: “Mas eu vos digo que de cada palavra descuidada que as pessoas falarem, elas prestarão contas no dia do julgamento. Porque pelas vossas palavras sereis justificados, e pelas vossas palavras sereis condenados” (Mateus 12:36-37).Falar besteira já é ruim, dar uma notícia falsa é ainda pior. A mentira é usada para esconder a verdade. Isto permite que o mal continue a existir e a fazer o seu trabalho depravado. Para o crente agora é verdade: “Portanto, deixando de lado a falsidade, falem a verdade cada um [de vocês] com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros” (Efésios 4:25).A maioria das pessoas que nos rodeiam são motivadas pelo mal e procuram o mal, querem o mal e excluem Deus. O que a maioria quer é que se torne norma. Essa é a essência da democracia. Deus não quer que os membros do Seu povo participem disso. A justiça não deve ser pervertida, como acontece frequentemente agora. A lei é ajustada de acordo com o que a maioria considera correto. Porque a maioria não leva Deus em consideração, a justiça é distorcida. Podemos pensar em coisas como o aborto, a eutanásia, a coabitação sem casamento e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A justiça deve ter o seu curso. Reduzir o nível de punição por compaixão por uma pessoa insignificante é tão errado quanto dar tratamento preferencial a alguém que é estimado.
Êxodo 23.4, 5 O inimigo, neste contexto, seria outro hebreu.
Êxodo 23.6-8 Também presente [suborno] não tomarás. A verdadeira justiça não pode ser comprada.
Êxodo 23:6-8
Jurisprudência JustaO aviso para ser justo é recorrente continuamente. Quem tem que julgar – na verdade todos têm que fazê-lo, não só os juízes nomeados para esse fim – corre sempre o risco de ser influenciado ou de ser enganado. Aqueles que se deixam influenciar estão abertos ao prestígio do indivíduo ou à aceitação de subornos.O ganho pessoal não deve desempenhar um papel na jurisprudência ou na consideração global do que é certo. Quem se deixa enganar e arrastar num caso fraudulento é demasiado complacente com a história que se apresenta. Em ambos os casos chega-se a um julgamento incorreto, enquanto Deus não justifica o culpado, mas condena.
Deus diz: “Não absolverei o culpado”. A cruz de Cristo deu a esta declaração uma reviravolta inimaginável e sem precedentes. Qualquer um que reconhece a sua culpa para com o Deus santo e justo, que confessa os seus pecados e aceita a Cristo como Salvador, e que crê que Deus o ressuscitou dentre os mortos, é justificado (Romanos 4:24-25). “Mas àquele que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé é creditada como justiça” (Romanos 4:5).
Êxodo 23.9-12 Além do sábado (Shabat) semanal (Êx 20.8-11; 31.12- 18), Israel deveria reservar um Ano Sabático (descanso da terra por um ano pós seis de cultivo) após sua chegada na Terra Prometida (Lv 25. 1- 7). Deixar a terra descansar permitia que o pobre comesse qualquer coisa que crescesse por si só durante o ano sem cultivo. Isso também ajudava a terra a renovar-se, a fim de que gerasse uma melhor e maior produção nos anos subsequentes. Obviamente, as vinhas e os olivais continuariam a produzir, mas os donos não colheriam os seus frutos. O ano de descanso também era um ato de fé, pois os israelitas deveriam confiar em Deus para suprir as suas necessidades.
Êxodo 23.13-19 Neste trecho estão instruções a respeito das três festas anuais. O povo de Deus recebeu um grande número de esclarecimentos que ordenaria sua vida quando entrasse na Terra Prometida. Entre os mais importantes, estava a exigência de apresentar-se perante o Senhor três vezes por ano. Esta ordenança era similar à obrigação dos escravos de apresentar-se diante de seus senhores a cada ano, de acordo com os tratados da época.
Êxodo 23.16 A sega dos primeiros frutos era chamada de a Festa das Semanas (Êx 34.22), e a Festa da Colheita era conhecida como Festa dos Tabernáculos (Lv 23.33-36).
Êxodo 23.17 De acordo com a Nova Versão Internacional, são usados juntos neste versículo dois nomes para Deus: Adonai, traduzido como Senhor, e Yahweh, traduzido como Soberano. A expressão Senhor, o Soberano enfatiza a soberania de Deus.
Êxodo 23.18, 19 Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe. Esta é uma ordem (Êx 34.26; Dt 14.21) que proibia os israelitas de imitarem os cruéis sacrifícios de seus vizinhos pagãos.
Êxodo 23.20-23 Eis que eu envio. Esta expressão pode ser traduzida como estou prestes a enviar. Ela conota expectativa acerca da ação iminente. No versículo 23, o termo um anjo (v. 20) é descrito como meu anjo, que equivale a o anjo do Senhor. A palavra traduzida do hebraico como anjo (ma'lak) pode indicar o ser sobrenatural ou um mensageiro humano (o nome do profeta Malaquias quer dizer meu mensageiro). Compare com Êxodo 3.2;14.19;32.34;33.2.
A declaração para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que te tenho aparelhado aponta o objetivo do anjo enviado pelo Senhor, que guiaria os israelitas e lhes daria proteção exatamente como a coluna de nuvem fez (Êx 13.21, 22; 14.19, 20, 24; 16.10;19.9, 16;24.1548;33.941;34.5;40.34-38). Esta representou, no deserto, a presença de Deus. Neste sentido, talvez a afirmação o meu nome está nele seja a maior identificação do anjo com o Senhor, além da intercalação das expressões sua voz e o que eu disser.
Êxodo 23.24 Os deuses de Canaã, incluindo Baal e suas companheiras Anat e Aserá, deveriam ser completamente destruídos. As estátuas, símbolos da evidente sexualidade do culto cananeu, também teriam de ser demolidas.
Êxodo 23.25 Servireis. Esta forma do verbo servir significa adorar, bem como obedecer (Êx 3.12). O alimento e a água, necessários à vida, estariam a cargo de Yahweh, e não dos supostos deuses da fertilidade da religião cananeia. O povo de Israel não tinha razões para procurar falsos deuses (v. 24). O verdadeiro Deus supriria suas necessidades.
Êxodo 23.26 Não haverá alguma que aborte, nem estéril na tua terra. As promessas de Deus de fazer os israelitas férteis lembravam ao povo que este não precisava de nenhum ritual de fertilidade, o que era muito comum em Canaã.
Êxodo 23.27 Terror (hb. 'êmâ) é uma das muitas palavras usadas na Bíblia para se referir a medo, mas não é a mais comum delas. Veja seu uso em Gênesis 15.12, como um dos vocábulos que descrevem a experiência de Abraão e a promessa de Yahweh. Esse termo pode ser empregado em um sentido geral, e, em Êxodo 15.16, uniu-se a outra palavra de semântica similar (espanto). Entretanto, é possível que neste versículo a expressão queira dizer algo mais (v. 28). É quase como se o termo fosse personificado. Nós propomos que o vocábulo impactante (terror) seja lido como minha ira neste contexto.
Êxodo 23.28 No original em hebraico o termo vespões está no singular, a vespa, embora o substantivo possa ser traduzido no plural, como neste caso. Quanto à forma verbal enviarei, esta é a terceira vez que ela é usada nesta passagem (v. 20, 27) tendo Yahweh como o sujeito.
Observe o esquema a seguir: 1) Eis que eu envio um [meu] anjo diante de ti... (v. 20). 2) Enviarei o meu terror diante de ti... (v. 27). 3) Também enviarei vespões diante de ti... (v. 28).
É possível que, no primeiro exemplo, o anjo seja uma referência direta ao Salvador pré-encarnado (v. 20), mas o segundo e o terceiro termos são simplesmente ideias mais gerais e abstratas. A estrutura da passagem, entretanto, leva-nos a explorar a ideia de que ambas, ira e vespa, são palavras que também expressam maneiras pelas quais o Anjo operará em favor do povo de Deus. Ele, que é conforto e proteção a Israel (meu Anjo), é igualmente uma manifestação da ira de Deus (meu terror) contra a perversidade dos cananeus, cujas maldades agora estão completas (compare com Gn 15.16). Por isso, os habitantes de Canaã estão prestes a sentir a ferroada aplicada pelo anjo (a vespa). Yahweh prometeu que julgaria os perversos (Gn 15.14). Não é possível que o terror, no versículo 27, seja a personificação da justa indignação divina contra os maus? Em caso afirmativo, também não é possível que esta seja, até aqui, uma desconhecida ilustração profética de Cristo? Sabemos que um dia o Salvador virá como o Juiz vingador (Ap 19.11 -21; compare com Sl 2 e 110). No versículo em análise, como a ira de Deus, Ele é apresentado estando prestes a julgar os cananeus. Da mesma forma, é possível que Ele também seja a vespa. Visto que não há nenhum registro de Deus usando insetos de qualquer tipo na conquista de Canaã, como Ele fez nas dez pragas do Egito (capítulos 7 a 10), concluímos que o termo vespões pode ser usado no versículo 28 como uma metáfora para o poder de Deus (Dt 7.20; Js 24-12). Além disso, também é possível que vespões, no versículo 28, e terror, no versículo 27, sejam usados de forma similar a meu Anjo, no versículo 23, para falar da aparição pré-encarnada de Jesus. Da mesma forma que a vespa fere as pessoas com sua picada dolorida, o Senhor luta em favor de Seu povo levando a terrível ferroada aos inimigos de Israel.
Este é o uso proposto dos termos terror e vespões. E possível que neste contexto sejam palavras que descrevam a obra de Cristo antes de Sua encarnação. Esta proposta é semelhante à sugestão em Êxodo 12.23, na qual o destruidor também seria um termo que faz referência ao Salvador em atos de divino julgamento.
Êxodo 23.29-31 Num só ano os não lançarei. Esta é a primeira descrição dos planos de Deus para a conquista gradual de Canaã. O Senhor não expulsaria de uma só vez os inimigos dos israelitas. Em vez disso, pouco a pouco, Ele estenderia os termos da terra que Seu povo herdaria, os quais estão de acordo com aqueles mencionados na promessa feita a Abraão (Gn 15.18-21). Nos tempos bíblicos, esses limites nunca foram totalmente alcançados.
Êxodo 23.32, 33 A palavra concerto, nesta passagem, refere-se a um acordo unificado que reconhece os direitos de cada parte. Israel foi proibida de selar esse tipo de acordo com seus vizinhos, a fim de que não fosse corrompida pelos perversos costumes deles e não servisse a seus deuses, principalmente a Baal e a outros deuses da fertilidade.
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