Significado de Êxodo 26

Êxodo 26

Êxodo 26 continua o relato detalhado da construção do tabernáculo que começou no capítulo anterior. Este capítulo fornece instruções para a construção do próprio tabernáculo, incluindo as cortinas, armações e coberturas que compõem sua estrutura. O capítulo enfatiza a importância da precisão e atenção aos detalhes na construção do tabernáculo e destaca sua importância como local de adoração e morada de Deus entre seu povo.

A primeira seção de Êxodo 26 descreve o projeto do santuário mais interno do tabernáculo, o Lugar Santíssimo, que deve conter a arca da aliança. As paredes do Lugar Santíssimo serão construídas com molduras de madeira de acácia cobertas de ouro e cobertas com uma cortina de linho fino bordada com querubins. O Lugar Santíssimo será separado do resto do tabernáculo por um véu, que também será bordado com querubins.

A segunda seção de Êxodo 26 descreve a construção da tenda externa do tabernáculo, que será feita de cortinas de pelo de cabra e servirá como cobertura para o tabernáculo. As cortinas serão fixadas por armações de madeira de acácia, revestidas de bronze, e unidas por colchetes e argolas. O capítulo também descreve a construção da entrada do tabernáculo, que será coberta por uma cortina de linho fino bordada com fios azul, púrpura e carmesim.

Em conclusão, Êxodo 26 fornece instruções detalhadas para a construção do tabernáculo, enfatizando a importância da precisão e atenção aos detalhes na construção da morada de Deus entre seu povo. O capítulo destaca o significado do Lugar Santíssimo, que serve como ponto focal do tabernáculo e contém a arca da aliança. Isso nos lembra da importância da adoração e da reverência devida a Deus, e o significado do tabernáculo como símbolo do relacionamento de aliança de Deus com seu povo. No geral, Êxodo 26 marca outro marco importante no livro de Êxodo, enquanto os israelitas se preparam para construir o tabernáculo de acordo com as instruções de Deus.

Comentário de Êxodo 26

Êxodo 26.1 A palavra tabernáculo em português vem do latim tabernaculum e significa tenda. Em hebraico (mishkan), o vocábulo quer dizer, literalmente, lugar de habitação. Algumas vezes, faz referência somente a uma tenda. Em outras passagens, alude a uma tenda cercada por um pátio. A mesma palavra no hebraico é usada posteriormente para o santuário em Siló (Sl 78.60) e para os santuários de adoração em Jerusalém antes e depois de o templo ser construído (Sl 26.8; 46.4; 74.7).

Em Êxodo, a descrição do tabernáculo começa com o interior, de acordo com o “ponto de vista de Deus” , por assim dizer, e depois fala do exterior. Dessa forma, as dez cortinas são citadas primeiro. Estas dez peças são divididas em duas partes. As cortinas internas foram feitas com tecidos delicados de cores vibrantes e com modelagem divina. Tudo isso estava fora do alcance de vista do público.

Êxodo 26.1 Estas cortinas formavam o forro do teto.

Êxodo 26.2, 3 Cada uma das peças de tecido tinha 12,6 m de comprimento e 80 cm de largura. As cortinas eram agrupadas em dez seções, a fim de que pudessem ser movidas com maior facilidade.

Êxodo 26.4-6 Cada detalhe acerca das cortinas foi especificado, incluindo as direções nas quais seriam feitas as laçadas e os colchetes. Assim, as peças de tecido se uniam de forma a modelar uma tenda.

Êxodo 26.7 Cortinas de pêlos de cabras. O grosseiro tecido das cortinas de fora protegeria o delicado tecido das de dentro. Os pelos de cabra formavam um tecido rico de cor preta, altamente valioso no mundo antigo. As cortinas exteriores, onze cortinas, deveriam ser maiores do que as interiores, para que pudessem cobrir toda a extensão das últimas (v. 1, 2). A cortina externa sobressalente foi usada para cobrir a parte da frente da tenda (v. 9).

Êxodo 26.8 A dimensão aproximada para cada cortina externa era 13, 5 m de comprimento e 1, 8 m de largura. Isso permitiria uma sobra de um côvado em cada lado (v. 12, 13).

Êxodo 26.9-25 Há duas opiniões básicas acerca da visualização desta seção. Uma ilustra a moldura como uma sólida estrutura de madeira que seria usada para suportar o considerável peso dos tecidos suspensos acima da armação de madeira. Contudo, a outra afirma que uma estrutura sólida de madeira taparia completamente os tecidos, particularmente as peças interiores de linho fino, que, ao que tudo indica, seriam moldadas para serem exibidas, louvando, assim, ao Senhor. Desta forma, a segunda opinião é a preferencial. A moldura era parecida com uma estrutura de treliça, por meio da qual a cobertura de tecido interior ficava claramente visível.

Êxodo 26.16-19 As armações seriam feitas para poder ser montadas e desmontadas de forma prática, uma grande característica da tenda portátil. Da mesma forma que foi registrada a modelagem dos tecidos, as instruções precisas a respeito de armações, encaixes e bases foram dadas. Cada armação teria 4, 5 m de comprimento por 70 cm de largura. Vinte armações ficariam do lado norte, 20 do lado sul e seis do lado ocidental. Vigas nos vértices estabilizariam a estrutura. As bases de prata eram valiosas, bonitas e, acima de tudo, funcionais. Elas seriam confeccionadas com a prata doada como pagamento da redenção dos homens com idade acima de 20 anos (Êx 38.25-28).

Êxodo 26.20-30 As barras seriam colocadas nos ângulos retos das tábuas perpendiculares (v. 15- 25), para estabilizar a estrutura das treliças. Em cada um dos três lados do tabernáculo (norte, sul e oeste), cinco barras seriam adicionadas para fortalecer a estrutura e torná-la rígida, e no meio das tábuas seria posta a barra do meio. O considerável peso dos tecidos e a perspectiva de condições climáticas rigorosas faziam com que a estrutura precisasse de reforço adicional.

Êxodo 26.29 A madeira de cetim usada para fazer as tábuas e as barras também foi revestida com ouro. Esse revestimento adicionou peso extra à estrutura, mas também aumentou sua beleza e seu valor intrínseco.

Êxodo 26.30 Conforme o modelo. Novamente, Moisés é lembrado do modelo apresentado a ele (Êx 25.9, 40; 27.8; At 7.44; Hb 8.5).

Êxodo 26.31-35 O véu separava o lugar santo do santíssimo (veja o registro deste véu em Êx 36.35, 36). Somente a arca ficaria no santíssimo.

Êxodo 26.31-33 Talvez o mais bonito e complexo de todos os tecidos do tabernáculo fosse o véu (hb. paroket; compare com o v. 36). Este deveria ficar pendurado nos ganchos de ouro em quatro colunas do tabernáculo, dividindo o aposento em dois cômodos separados. O maior espaço seria chamado de lugar santo, e o menor de santíssimo. No hebraico, esta palavra também pode ser chamada de o mais santo dos lugares ou o Santo dos santos (compare com Hb 9.2, 3, que utiliza o termo o Santo dos Santos).

Êxodo 26.34, 35 A arca com o seu propiciatório era o único objeto que ficaria no santíssimo. O castiçal e a mesa deveriam ficar no lugar santo. Cada objeto era intencionalmente disposto para refletir um modelo, uma ordem e um projeto transmitidos por Moisés (v. 30).

Êxodo 26.36, 37 No hebraico, a palavra masak é usada para descrever a cortina da entrada da tenda (Êx 27.16; 35.17; 38.18; 39.40; 40.8, 33). Algumas vezes, essa palavra é usada para se referir ao véu que separava o lugar santo do santíssimo (Êx 35.12; 39.34; 40.21; compare com o termo véu em Êx 26.31).

Essa separação era feita com fios multicoloridos e acabamento artístico. Era pendurada em cinco colunas de madeira de cetim, revestidas de ouro, e ainda havia cinco bases de cobre. A cortina que permitia a entrada no tabernáculo não poderia ser levantada por qualquer vento. O acesso ao interior da tenda era altamente restrito por esta pesada e ornamentada barreira. Isso lembra ao cristão que o maravilhoso acesso ao Deus vivo se deu porque Cristo completou Sua obra (Hb 4.16).

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