Êxodo 13 — Comentário de Matthew Henry

Êxodo 13 — Comentário de Matthew Henry

Êxodo 13 — Comentário de Matthew Henry




Êxodo 13

Versículos 1-10: A consagração dos primogênitos a Deus; a ordem de comemorar a Páscoa; 11-16: A separação dos primogênitos dos animais; 17-20: Os ossos de José são levados pelos israelitas; a chegada a Etã; 21 e 22: Deus guia os israelitas por meio de uma coluna de nuvem e por uma coluna de fogo.

Vv. 1-10. Em comemoração à destruição dos primogênitos no Egito, tanto dos homens como dos animais, e da libertação dos israelitas da escravidão, os primogênitos dos israelitas foram separados para o Senhor. Por este meio, fizeram-lhes saber que as suas vidas foram preservadas por meio do resgate da expiação, que a seu devido tempo seria feita por causa do pecado. Eles também deveriam considerar que as vidas de cada um deles, assim resgatadas da morte, deveriam agora estar consagradas ao serviço de Deus. Os pais não teriam que pensar que tinham algum direito sobre seus primogênitos, até que os apresentassem solenemente a Deus, e Ele lhes desse o título de propriedade. Aquilo que por misericórdia nos é devolvido deve ser aplicado para a honra de Deus; ao menos, deve ser feito um reconhecimento de gratidão com obras de piedade e amor.

A comemoração de sua saída do Egito deveria ser observada anualmente. O dia da ressurreição de Cristo deve ser comemorado, porque nele fomos ressuscitados com Jesus, deixando a casa da escravidão e morte. As Escrituras não nos dizem expressamente em que mês do ano Cristo ressuscitou; porém, estabelece particularmente em que dia da semana este importantíssimo fato ocorreu, porque, como libertação mais valiosa, deve ser comemorada semanalmente.

Os israelitas deveriam guardar a festa dos pães asmos, que eram pães sem fermento. No Evangelho, não somente recordamos a Cristo, mas também observamos a ceia do Senhor. Façamos isto em memória dEle. Além do mais, devemos ter o cuidado de ensinar às crianças o conhecimento de Deus. Esta é uma antiga lei para a evangelização. É sumamente útil familiarizar as crianças durante a sua tenra infância aos relatos da Bíblia. Aqueles que possuem a lei de Deus em seus corações devem tê-la em sua boca para falarem dela vez por outra, para seu próprio benefício e ensino dos demais.

VV. 11-16. Os primogênitos dos animais, que não eram utilizados para o sacrifício, deveriam ser trocados por outros que fossem úteis, ou serem destruídos. A nossa alma foi entregue à justiça de Deus, e, a menos que seja resgatada pelo sacrifício de Cristo, certamente perecerá. Estas instituições lhes recordariam continuamente o seu dever de amar e servir a Deus. De igual modo, o batismo e a ceia do Senhor, se forem explicados e observados adequadamente, far-nos-ão recordar a nossa profissão de fé e o nosso dever, dando-nos ocasião de recordarmo-nos uns aos outros.

Vv. 17-20. Havia dois caminhos do Egito a Canaã. Um deles era de apenas alguns poucos dias de viagem; o outro, que era muito -mais longo, era dirigido ao deserto, e foi este o caminho que Deus escolheu para conduzir o seu povo Israel. Os egípcios deveriam afogar-se no mar vermelho; os israelitas deveriam humilhar-se e ser provados no deserto. O caminho de Deus é o melhor itinerário, mesmo que às vezes não pareça. Se pensarmos que Ele não conduz o seu povo pelo caminho mais curto, podemos ter, não obstante, a segurança de que Ele nos leva pelo melhor caminho, e isto ficará evidente no momento em que chegarmos ao final de nossa viagem. Os filisteus eram inimigos fortes; era necessário que os israelitas fossem preparados para as guerras de Canaã, passando pelas dificuldades do desterro. Deus permite que o seu povo passe por provas para que se fortaleça (1 co 10.13).

Os israelitas saíram em boa ordem. Alguns iam enfileirados de cinco em cinco, outros em cinco bandas, o que parece ser significativo, e levaram consigo os ossos de José. Era um estímulo para a sua fé e esperança de que Deus os levaria a Canaã, cuja esperança fazia com que eles levassem os seus ossos pelo deserto.

Vv. 21 e 22. O Senhor ia adiante deles em uma coluna, como presença da majestade divina, Cristo estava com a Igreja do deserto (1 co 10.9). Aqueles a quem Deus leva a um deserto não serão por Ele abandonados, nem deixará que se percam ali, mas cuidará de guiá-los na travessia. Foi uma grande satisfação para Moisés e os israelitas piedosos terem a segurança de estarem sob a direção divina. Aqueles que têm como objetivo glorificar a Deus, como determina a sua Palavra, e confiar no Espírito Santo como guia de seus afetos, e à providência de Deus como guia de seus assuntos, podem estar seguros de que o Senhor irá adiante deles, ainda que não possam ver com os seus olhos: devemos agora viver por fé.

Quando Israel marchava, a coluna ia adiante e designava o lugar onde acampar, conforme a sabedoria divina julgava conveniente. De dia, os protegia do calor; à noite, lhes dava luz. A Bíblia é lâmpada para os nossos pés, e ilumina o nosso caminho; é aquela que em seu amor nos apresentou o Salvador. Ela dá testemunho de Cristo, e é para nós como a coluna foi para os israelitas. Escutai a voz que clama: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8.12). Somente Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6), conforme a Bíblia mostra, e o Espírito Santo recomenda à alma em resposta à oração.

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