Absalão na Bíblia

Absalão na BíbliaABSALÃO

No hebraico quer dizer “o pai é da paz; terceiro filho de Davi e seu único filho com Maacá, filha de Talmai, rei de Gesur (II Sam. 3:3), nascido em 1000 A.C. Era admirado por sua beleza sem defeito, distinguido por sua longa e vasta cabeleira. O peso inconveniente da mesma, cerca de 2 kg., compelia-o a cortá-la anualmente. Os registros a respeito variam. A Septuaginta fala em cerca de 1,1 kg.

A poligamia produziu seus frutos fatais, engendrando o ciúme entre as famílias das várias esposas, cada qual com seu próprio lar (II Sam. 13:8; 14:24). A lassidão sexual fomentou a paixão de Davi, que terminou em adultério e homicídio, alem de muitos vexames sofridos. Absalão foi apenas uma dimensão dessa história.

1. A narrativa de Tamar. Com Maacá, Davi teve uma filha, Tamar. que se tornou uma bela mulher. Foi estuprada pelo filho mais velho de Davi, Amom (II Sam. 13:1,20), em cerca de 1050 A.C. Absalão, seu irmão, conservou-a reclusa em sua casa e planejou vingar-se. Esperou por dois anos inteiros, e então convidou todos os filhos de Davi para a festa da tosquia das ovelhas, em Baal-Hazor, perto de Efraim. Davi também foi convidado, mas não aceitou o convite, embora os demais convidados tivessem atendido. Houve comidas e bebidas, e os servos de Absalão, segundo orientações prévias, no momento em que menos se esperava, assassinaram Amom. Os restantes fugiram para Jerusalém e contaram o ocorrido a Davi, para sua grande consternação. Então Absalão foi para Gesur e ali permaneceu por três anos com seu avô, o rei Talmai (Ver II Sam. 13:30-38).


2. A volta a Jerusalém. Absalão continuava muito amado por seu pai, e desejava poder voltar. Através da mediação de Joabe, Davi o chamou de volta. Porém, durante mais dois anos, não foi admitido à presença do rei. Finalmente, a reconciliação foi completa (ver II Sam. 14:21-33), em 1036 A.C.

3. Ambições de Absalão. Ele começou a traçar planos mais ousados. Amom, o irmão mais velho, estava morto. Restava ainda Quileabe. mas somente Absalão era de nobre nascimento, por meio de sua mãe, filha de um rei. Parece que seu irmão mais velho morreu cedo, pois após 11 Sam. 3:3 não há mais menção a seu respeito. Portanto, ali estava Absalão, o filho restante mais velho, e o pai ficando cada vez mais idoso. Todavia, se assim quisesse fazê-lo, o rei poderia rejeitar Absalão e escolher um dos filhos mais jovens. Tal direito foi eventualmente exercido por Davi, e Salomão veio a tornar-se rei, embora não fosse ele o herdeiro presuntivo, por questão de idade, o trecho de II Sam. 7:12 havia predito que o rei seria sucedido por um filho que, na época da profecia, ainda não havia nascido Muitos sabiam disso, talvez incluindo o próprio Absalão. Ele agiu astutamente, furtando a lealdade de muitos para a sua causa (ver II Sam. 15:6), insinuando que dispensaria a justiça melhor do que o seu pai estava fazendo (ver II Sam. 15:2-4).

4. A revolta. A campanha de Absalão foi ganhando vulto. Quatro anos depois de seu retorno de Gesur a Jerusalém, ele estava preparado para dar seu golpe. Retirou-se para uma antiga capital de Davi, Hebrom, e ali declarou-se rei. Contava com maciço apoio popular, pelo que, Davi deixou Jerusalém e foi para Maanaim, do outro lado do Jordão (II Sam. 15:7-18), para proteger-se e para planejar a resistência.

5. Triunfo de Davi em Jerusalém. Absalão, ouvindo dizer que Davi abandonara Jerusalém, para ali se dirigiu e apossou-se do poder, sem qualquer oposição. Aitofel, ex-conselheiro de Davi, ajudava Absalão. A sabedoria desse homem era tão grande que suas opiniões eram tidas como oráculos, em Jerusalém (ver II Sam 15:30,31). Isso fortaleceu ainda mais a causa de Absalão. Davi enviou Husai, para tentar fazer virar a maré. Aitofel aconselhou Absalão a perseguir imediatamente Davi, antes que este tivesse tempo de recuperar-se do golpe recebido (ver II Sam. 17:1,2) mas Husai, procurando ganhar tempo, persuadiu Absalão a não arriscar uma possível derrota, e reunir forças de todo Israel tão superiores que garantissem a vitória. Fatalmente para Absalão, ele ouviu esse conselho. Entrementes, Davi reuniu suas forças. Davi conseguiu reunir uma força poderosa, três divisões comandadas por Joabe, Abisai e Itai (ver II Sam. 18:2).

6. A batalha. Joabe era o comandante-em-chefe. Sua tática foi a de atrair o adversário para os bosques para então cercá-lo. Isso foi feito, e os homens de Absalão foram destruídos facilmente,—20.000 deles enquanto que os demais fugiram. Isso teve lugar na floresta de Esfriam (II Sam. 18:3.6).

7. Morte de Absalão. Este montou em uma mula ligeira mas enquanto fugia, os galhos de uma árvore enroscaram-se em seus longos cabelos e ele ficou suspenso no ar. Davi havia ordenado que não o matassem, mas Joabe apressou-se até o lugar e o transpassou com três dardos. Seu corpo foi arriado e lançado em uma cova, com um montão de pedras por cima (II Sam. 18:7-17) em cerca de 967 A.C.

8. A tristeza de Davi. O amor do rei por seu filho Absalão não se abatera, e a notícia da morte de Absalão causou amarga tristeza a Davi (II Sam. 18:24-33). Seu lamento era: “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão. Quem me dera que eu morrera por ti. Absalão, meu filho, meu filho” Essas palavras têm sido aproveitadas na composição de um breve mas lindo hino. Davi parece ter sido um pai amoroso, mas fraco, com seus favoritos, o que talvez tivesse sido um fator no desvio de Absalão.