Estudo Bíblico sobre Gênesis
Gênesis 28
A Incumbência de Achar
uma Esposa (28.1-9)
A crítica feita por Rebeca acerca das esposas de Esaú convenceu Isaque
(1) de que não deveria mais haver noras pagãs. Ao mesmo tempo, ele não
percebeu que Rebeca estava tendo sucesso em encobrir um esquema para afastar Jacó
da presença de Esaú.
O velho pai chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe que
voltasse à pátria dos seus ancestrais para achar uma mulher (2) como
esposa. Desta vez, por escolha e não por ignorância, Isaque concedeu a
Jacó outra bênção que o Deus Todo-poderoso (3) lhe daria, prometendo uma
posteridade numerosa. As promessas do concerto feitas a Abraão de semente
e terra (4) foram essencialmente repetidas. Agora, franca e incontestavelmente,
Jacó era o portador do concerto para a nova geração. Sua partida do círculo
familiar foi justificada à vista de todos.
Vendo, pois, Esaú (6) que a nova
condição de Jacó estava ligada à sua disposição em tomar uma esposa dentre os
parentes em Padã-Arã (5), novas ideias lhe surgiram. Talvez ele
conseguisse recuperar a estima dos pais se tomasse uma esposa dentre parentes
próximos. Mas ele não estava interessado em quem estava em terras distantes;
presumiu que as filhas de Ismael serviriam. Não se deu conta de que, se assim
fosse, Jacó teria sido enviado a Ismael. O silêncio no versículo 9 após o
relato do ato de Esaú fala com eloquência.
O papel de Rebeca na vida de Isaque começou em alto nível, mas
deteriorou até chegar às profundezas do engano e do medo. Quando Rebeca aparece
nas páginas da Bíblia ela brilha como modelo de pureza (24.16), hospitalidade
(24.18), boa vontade em trabalhar sem pensar em recompensa (24.19,20),
capacidade de tomar decisões segundo a vontade manifesta de Deus (24.58). Foi corajosa
ao trilhar caminhos não percorridos dando-se a um noivo desconhecido (24.67) e
hábil em consolar um homem solitário (24.67). Demonstrou pronta disposição em
buscar a ajuda de Deus e aceitar sua palavra (25.22,23).
Conforme os filhos cresciam, Rebeca foi mudando. Reagiu à preferência
de Isaque por Esaú concentrando seu afeto em Jacó (25.28). Na hora da
dificuldade, quando ouviu os planos de Isaque abençoar Esaú, ela caiu
moralmente aos pedaços. Toda sua desenvoltura, a capacidade de tomar decisões rápidas
e planejar um curso de ação, foi deformada pelo medo — medo de que o seu filho
preferido não fosse devidamente reconhecido. Entregou-se aos dispositivos do
engano (27.6-17) e aos estratagemas inteligentes perfeitamente camuflados por
professa preocupação em uma companheira adequada para Jacó (27.46), mas na
realidade motivado por interesses egoístas: “Por que seria eu desfilhada?”
(27.45) Planejava chamar Jacó de volta para casa (27.45), mas a visão que teve
do filho favorito indo embora foi a última imagem dele. Seus últimos dias devem
ter sido vazios e tristes.
A vida de Isaque foi poupada, e em 35.28,29 está registrada sua morte
com a idade madura de 180 anos. Mas com a partida de Jacó para Padã-Arã, Isaque
também saiu da cena dos procedimentos ativos de Deus com os portadores do
concerto patriarcal.
Embora de temperamento diferente em relação a Abraão, seu pai, ou a
Jacó, seu filho, Isaque foi um homem que Deus usou a seu modo. Nascido como
filho da promessa, Isaque poderia ter sido arrogante. Mas toda vez que ele
aparece na história do andar de Abraão com Deus ele é retratado como submisso
(22.6,9), possuidor de uma confiança juvenil no pai e em Deus (22.7,8). Ele não
interferiu nos esforços de Abraão obter uma esposa para ele. Este episódio descreve
que ele era meditativo (24.63) e capaz de amor tenro por sua finada mãe e por
sua noiva (24.67). Ele sabia orar (25.21; 26.25).
JACÓ, O HOMEM QUE DEUS REFEZ
Gênesis 28.10-35.29
Jacó andou sozinho em um mundo estranho. Deixou para trás um pai envelhecido,
que não percebeu que seu favoritismo por Esaú poderia tê-lo levado a contrariar
a vontade de Deus, conforme foi revelada a Rebeca (25.23). Deixou para trás um
irmão amargurado e enraivecido que, não tendo senso dos verdadeiros valores, só
pensava em ter sido roubado pelo esperto Jacó. Deixou para trás uma mãe
perturbada que, sabendo algo da vontade de Deus para Jacó, complicou o
propósito divino por meio de subterfúgio mal planejado.
Mas Jacó não ficou sozinho por muito tempo; Deus o encontrou, e uma
moça também o encontrou. Afligiram-lhe o coração um arranjo matrimonial
contrário ao seu gosto e um sogro não muito confiável. Não obstante, Deus o
conduziu por uma experiência nova e transformadora, uma reconciliação com o
irmão, em padrões de luz e sombra que lentamente fortaleceram e amadureceram
seu caráter diante de Deus.
CONFRONTADO POR DEUS (28.10-22)
CONFRONTADO POR DEUS (28.10-22)
As principais visitações de Deus a Jacó foram dramáticas e
perturbadoras. O incidente em Betel não foi exceção; ele não esperava o que
aconteceu naquela noite, nem jamais ia esquecer o significado do que lhe
ocorrera. Antes desse episódio, parece que Jacó nunca teve muita consideração
pela vontade de Deus para ele. Depois dessa experiência, sua vida foi dominada
por um interesse profundo pela vontade divina.
Um Travesseiro Duro (28.10,11)
Um Travesseiro Duro (28.10,11)
A viagem para Harã (10; ver Mapa 1) superava 480 quilômetros e a
distância a um lugar (11) era de cerca de 110 quilômetros de Berseba.
Visto que a noite já caíra e ele estava cansado, Jacó fez uma cama
rudimentar no chão, reunindo algumas pedras (11) para fazer a vez de cabeceira
(mera ashotaw; lit., “apoio para a cabeça”). A história não dá
indicação de que Jacó esperava ou buscava uma experiência espiritual incomum.
A Visita Surpresa (28.12-15)
A Visita Surpresa (28.12-15)
O sonho veio sem induzimento humano e seu conteúdo foi dado pelo SENHOR
(13), que o dominou. A escada (12) era ligação visual entre o
terrestre e o divino. Os anjos de Deus eram os mensageiros, a linha de
comunicação entre o homem e Deus. Não havia imagem de Deus no sonho, apenas a
consciência de uma relação soberana de Deus que está em cima (13) de
tudo. O elemento surpresa é enfatizado por uma visão em três partes na
descrição do sonho (12,13).
Nas visitações de Deus ao homem no período do concerto, é comum haver
uma declaração introdutória que identifica aquele que fala primeiro. Neste
caso, o Orador deixou claro que Ele era o mesmo que havia visitado o avô de
Jacó, Abraão, e seu pai, Isaque. Aqui não está envolvido o politeísmo. Em cada
exemplo, o mesmo Deus era o Comunicador do concerto.
O teor das promessas de Deus permaneceu o mesmo. A terra (13) em
que Jacó estava deitado era um presente de Deus. Não apenas para ele, mas para
sua semente (14), que se multiplicaria como o pó da terra, sem
poder ser contada, e como a agulha da bússola que se move a todas as direções
do mundo. Isto acarretaria interação com outras nações e, como se deu com
Abraão (12.3), era da vontade de Deus que essas interações fossem benditas, ou
seja, contribuíssem para o bem-estar e esclarecimento espiritual.
Muitas das promessas tinham significação mais pessoal. Como Isaque
(26.24), Jacó deveria conhecer a presença íntima do Senhor, mas um novo padrão
também foi estabelecido. Jacó estava saindo, mais voltaria — sequência que
seria repetida muitas vezes na história dos seus descendentes. A estabilidade
da presença de Deus estava ligada com sua fidelidade em pôr em prática seus
propósitos nos assuntos dos homens.
A Resposta de Jacó (28.16-22)
A Resposta de Jacó (28.16-22)
O sonho e a mensagem acordaram Jacó, deixando-o plenamente desperto e
ciente de ter tido um encontro com Deus, para o qual não estava nem um pouco
preparado. O medo tomou conta do seu coração. Para ele, o lugar era terrível
(17), ou seja, dava medo. Nitidamente apreendeu o sobrenatural, mas, ao
mesmo tempo, não perdeu a razão. Estava totalmente consciente de que algo
muito incomum havia acontecido e que envolvia Deus. Os termos para esta
experiência foram Casa de Deus (Betel) e porta dos céus.
Jacó respondeu com três ações significativas. A primeira foi de natureza
ritualista. Para comemorar a ocasião, a pedra (18) foi posta em pé e
ungida com azeite. Fez isto não porque era homem primitivo que
acreditava que as pedras tinham espírito, mas pelo fato de estar convencido da
integridade do seu encontro com Deus e desejoso de testemunhar dessa fé. O
segundo ato foi renomear o lugar para colocar o nome em concordância com a nova
experiência. Para Jacó, Luz (19) não dizia nada, mas Betel nunca
perderia sua significação. O terceiro ato foi um compromisso selado com um
voto (20). Pelo motivo de a primeira palavra que Jacó proferiu ter sido
condicional: Se Deus for comigo, há quem o retrate estar em árdua
barganha com o Todo-poderoso, muito semelhante com suas negociações com Esan. Mas
o contexto descreve Jacó como homem que foi quebrantado por Deus. Ele estava
pronto a nivelar as promessas imerecidas com uma declaração voluntária de
lealdade a Deus. Ao aceitar que a auto-revelação de Deus foi genuína e em
reconhecimento de sua soberania, Jacó estava disposto a dar o dízimo (22)
para Deus.'
Em 28.10-22, descobrimos o “Encontro Inesperado com Deus”. 1) O pano de
fundo da história, 27.1-28.9; 2) Uma revelação inesperada, 10,11; 3)
Descobrindo a ligação entre a terra e o céu, 12-15; 4) Resposta certa à
revelação de Deus, 16-22 (A. F. Harper).
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