Advogado — Estudo Bíblico
No
grego é parakletos, alguém que
pleiteia a causa de outrem. O vocábulo também é usado para indicar alguém que
exorta, defende ou ora em favor de outrem. O título é conferido ao Espírito
Santo (ver João 14:16; 15:26; 16:7) e a Cristo (ver I João 2:1). Ver também
Romanos 8:34 e Heb. 7:25.
1.
Essa palavra pode significar um advogado legal, que pleiteia o caso de outrem.
Em Sua missão, Cristo assume essa função, e nós somos aceitos no Amado (Efé.
1:6), transformados à Sua imagem, de modo a sermos dignos dessa aceitação (Rom.
8:29). Portanto, a obra de nosso Advogado é eficaz.
2.
O vocábulo também pode significar “intercessor”. Ver I João 2:1 no tocante a
isso e à obra do Espírito, cumprindo a mesma função. (Rom. 8:26).
3.
Um ajudador. Com base em Sua morte propiciatória e em Seu poder transformador,
Cristo ajuda àqueles que nEle confiam (Rom. 8:35 ss ). Etimologicamente, a
palavra empregada significa “chamado p ara o lado de outrem”, como em um tribunal,
para defender uma causa, para interceder ou ajudar. Ver João 14:16,26; 15:26;
16:7, quanto a usos da palavra, no tocante ao Espírito. Ver Paracleto.
Uso
secular. Na sociedade judaica era desconhecida a
função do advogado, que defende ou pleiteia pelas causas alheias, pelo menos em
sentido formal. Os romanos desenvolveram-na ao mais alto nível, embora a função
já existisse entre os gregos. A lei romana regulamentava a prática e o ofício
dos advogados. Nos tempos do Novo Testamento podiam ser encontrados advogados
em todas as províncias romanas. Também manuseavam com negócios legais, e não
apenas com julgamentos em tribunal. Os judeus empregaram um advogado para
defender a causa deles contra Paulo, perante Félix, um certo Tertulo (Atos
24:1). Ali é usado o termo grego retor, um “orador”, mas a idéia de advocacia também
se faz presente no termo. No grego, nomikós, “especialista na lei”. O termo é usado p ara
designar os homens eruditos na lei mosaica oral e escrita, ou nas leis civis,
conforme se vê em Tito 3:3. Um sinônimo grego é nomodidáskalos, “mestre da lei”, conforme se vê mediante a comparação
das passagens de M at. 22:35; Mar. 12:28; Luc. 5:17,21; 10:25 e 11:44-46. Cada
detalhe da vida do povo de Israel era regulamentado por lei, e isso exigia que
especialistas interpretassem e pusessem em vigor a lei mosaica. Deveres dos
advogados. Eles deviam estudar, interpretar,
expor e ensinar a lei, na vida privada, nas escolas e nas sinagogas. Também
atuavam como juízes. Vários sinédrios ou tribunais foram formados com esse
propósito, em bora um único indivíduo pudesse ser convocado para atuar como
juiz.
Frequência
da palavra.
O termo grego aparece por dez vezes, em Mat. 22:35; Luc. 7:30; 10:25; 11:45,46,52,53;
14:3; Tito 3:9,13. Os advogados e Jesus.
Os “intérpretes da lei”, conforme eles são chamados em nossa versão portuguesa,
participaram ativamente na oposição a Jesus, em liga com os fariseus (ver Luc.
7:30). Jesus denunciou-os por causa dos abusos que cometiam (ver Luc.
11:45-52). Eles se opuseram às curas efetuadas por Jesus em dia de sábado (ver
Luc. 14:3). Um deles tentou embaraçar Jesus com perguntas difíceis, durante a
semana da paixão (ver M at. 22:35). A resposta de Jesus exprime um magnífico
sumário da doutrina cristã, em nossos deveres relativos a Deus e ao próximo: “Destes
dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mat. 22:40).