Anás — Estudo Bíblico

Anás — Estudo BíblicoAnás

Forma contraída de Ananias (no hebraico, “protegido por Yahweh”). Foi sumo sacerdote dos judeus (ver Lucas 3:2; João 18:13,24; Atos 4:6). Em Lucas ele é mencionado como sumo sacerdote juntamente com Caifás, seu genro. No tempo de Cristo, o ofício sumo sacerdotal tornara-se extremamente instável, porquanto eram nomeados e destituídos sumos sacerdotes ao sabor do capricho das autoridades romanas. Assim sucedeu que, embora removido do ofício, Anás reteve grande autoridade, quando seus filhos e seu genro, Caifás (ver o artigo a seu respeito), tornaram-se sumos sacerdotes. Anos após haver sido deposto, continuava grande a sua autoridade, pois em Atos 4:6 ele é o primeiro nome a aparecer na lista de líderes sacerdotais.

No trecho de João 18:19,22, ele é o sumo sacerdote em questão, embora Caifás esteja em foco nos vs. 13 e 24. Anás era filho de Sete, nomeado sumo sacerdote por Quirínio, governador da Síria, mas deposto por Valério Gratus. No Antigo Testamento, esse ofício era vitalício, e um novo sumo sacerdote só podia ser nomeado em face da m orte do anterior. Porém, a ocupação romana alterou essa norma. Como sumo sacerdote oficial, Anás governou de 6 a 25 D.C. Ele é referido em conexão com o ministério de João Batista (ver Luc. 3:2). Quando Jesus foi aprisionado, foi levado diante desse homem (ver João 18:13). Foi ele quem interrogou Jesus acerca de Seus discípulos e de Seu ensino, e quem também deu ordem a um dos soldados que batesse em Jesus com a mão (ver João 18:19-22). Após ter sido interrogado, Jesus foi enviado amarrado para Caifás.

Semanas mais tarde, esteve presente à reunião do Sinédrio quando Pedro e João defenderam-se acerca da pregação da nova fé (ver Atos 4:6). O fato de ser ele chamado de sumo sacerdote tem deixado alguns comentadores perplexos, posto que Caifás, seu genro, nos evangelhos, é apresentado como o sumo sacerdote. Com base no trecho de Luc. 3:2, ficam os sabendo que Anás e Caifás eram reputados, ambos, como sum os sacerdotes que atuavam ao mesmo tempo; e este versículo do livro de Atos (4:6), informa-nos que Anás ainda era considerado pelos judeus como o líder inconteste, embora deposto pelos romanos, tendo sido substituído no ofício por seu próprio genro, Caifás.

Todavia, os judeus não reconheceram como legítima essa substituição vitalícia, isto é, o cargo era, ocupado pelo mesmo indivíduo enquanto vivesse. No ano em que o Senhor Jesus foi crucificado no entanto, José Caifás já era o presidente oficial do sinédrio, bem como o sumo sacerdote legal, por nomeação dos romanos. O historiador judeu, Josefo (Antiq.  xviii. 2,1) revela-nos como o ofício sumo sacerdotal caíra em desordem. E esse mesmo escritor presta-nos a seguinte informação: Anás foi nomeado como sumo sacerdote com a idade de trinta e sete anos, no ano 7 D.C., por Quirínio, governador da Síria. Tendo sido deposto, foi substituído por Ismael, em 14 D.C.

Seguiram-se mais duas modificações antes que seu genro, José Caifás, tivesse subido a essa posição. Caifás permaneceu no ofício até o ano 37 D .C., ao passo que Anás continuou a ser uma espécie de sumo sacerdote “de jure” (por direito, segundo a opinião e a lei do povo judeu), embora Caifás fosse o sumo sacerdote “de facto” ainda que, segundo o ponto de vista dos romanos, Caifás fosse o sumo sacerdote “de jure”. A verdade, entretanto, é que para todos os efeitos práticos, Anás ainda retinha grande dose de autoridade, e Caifás sempre pareceu relutante em tomar qualquer decisão importante, sem primeiramente consultá-lo. No devido tempo, diversos dos filhos de Anás ocuparam, sucessivamente, o ofício sumo sacerdotal. O ofício sumo sacerdotal propriamente dito se tornara corrupto, por ter-se transformado em motivo de jogo político, sendo com prado e vendido a dinheiro. Caifás sucedera a Simeão bem Camhith no ofício, m as sua permanência no posto sumo sacerdotal foi de curta duração. Simeão bem Camhith substituíra Ismael bem Phabi. Todos esses sumos sacerdotes foram nomeados por Valério Grato, governador romano. Josefo (ver Antiq.  xx.10) mostra-nos que, além de Caifás, houve um total de vinte e oito sacerdotes, em um período de cento e sete anos.

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