Interpretação de Êxodo 28

Êxodo 28

Êxodo 28 fornece instruções detalhadas de Deus a Moisés sobre a consagração de Arão e seus filhos como sacerdotes e o desenho das vestes sacerdotais que eles devem usar enquanto servem no tabernáculo. Aqui estão os pontos-chave de Êxodo 28:

1. A Consagração dos Sacerdotes (Êxodo 28:1-4): Deus designa Arão, o sumo sacerdote, e seus filhos como sacerdotes para servi-Lo. Eles devem ser consagrados, separados e santificados para este santo ofício.

2. As Vestes Sacerdotais (Êxodo 28:5-43): Deus fornece instruções elaboradas para a construção das vestimentas sacerdotais, que serão feitas para Arão e seus filhos. Essas roupas incluem:

a. O Éfode: Uma ombreira ou vestimenta semelhante a um avental feita de linho finamente tecido, bordada com fios de ouro, azul, púrpura e escarlate. Deve ser preso com um cós e alças habilmente tecidos.

b. O Peitoral: Um peitoral contendo doze pedras preciosas, cada uma representando uma das doze tribos de Israel. Os nomes das tribos estão gravados nas pedras, e o peitoral está preso ao éfode por correntes de ouro.

c. O Manto do Éfode: Um manto azul, tecido em uma só peça, com uma abertura para a cabeça. A bainha do manto é adornada com romãs e sinos dourados.

d. O Turbante e a Placa: Um turbante feito de linho fino, com uma placa de ouro inscrita com as palavras "Santo ao Senhor" anexada a ele.

e. A Túnica e Faixa: Uma túnica, faixa e roupas íntimas feitas de linho para serem usadas por baixo das outras peças de roupa.

3. O Propósito das Vestes (Êxodo 28:29-30): Deus explica que as vestimentas sacerdotais devem ser usadas por Arão e seus filhos para servir como meio de santificação e consagração. O traje do sumo sacerdote, em particular, destina-se a assumir a responsabilidade por qualquer transgressão cometida no desempenho de deveres sagrados.

4. As instruções dadas aos artesãos habilidosos (Êxodo 28:31-35): Moisés é orientado a transmitir as instruções de Deus aos artesãos habilidosos que criarão as vestes sacerdotais de acordo com o desenho especificado.

Êxodo 28 enfatiza a importância do ofício sacerdotal dentro da comunidade israelita e a necessidade de indivíduos consagrados desempenharem deveres sagrados no tabernáculo. Vários temas e lições principais podem ser extraídos deste capítulo:

1. Consagração e Santidade: O desenho elaborado das vestes sacerdotais, incluindo o peitoral com os nomes das tribos gravados, sublinha o conceito de consagração e santidade. Os sacerdotes são designados para servir a Deus e ao povo.

2. Representação das Tribos: As pedras do peitoral, cada uma representando uma das doze tribos de Israel, simbolizam o papel dos sacerdotes como mediadores entre Deus e toda a comunidade. Eles levam as necessidades e preocupações das pessoas diante de Deus.

3. Responsabilidade e Responsabilidade: O traje do sumo sacerdote, incluindo a placa com a inscrição “Santo ao Senhor”, significa a responsabilidade e a prestação de contas que acompanham o ofício sacerdotal. O sumo sacerdote leva a santidade do povo à presença de Deus.

4. Artesanato qualificado: O capítulo destaca a importância do artesanato qualificado na criação das vestimentas sacerdotais. Este trabalho artesanal reflete o compromisso dos israelitas com a excelência na sua adoração e serviço a Deus.

5. O Papel da Mediação: As vestes sacerdotais servem como um lembrete visual do papel dos sacerdotes como intermediários entre Deus e o povo. Eles facilitam o acesso das pessoas à presença de Deus e à Sua orientação.

Êxodo 28 detalha o traje específico que os sacerdotes devem usar enquanto ministram no tabernáculo. Estas vestimentas, com seu desenho e simbolismo intrincados, servem como meio de consagração, representação e responsabilidade dentro do sistema religioso israelita. Eles destacam a importância da santidade, da mediação e da adoração no relacionamento da comunidade com Deus.

As Roupas e a Consagração dos Sacerdotes 28:1-29:46.
Arão e seus filhos foram escolhidos por Jeová para serem os sacerdotes, os mediadores, de Israel. Era uma ordenança nova, como os regulamentos para o santuário e os sacrifícios. Os críticos insistem que a restrição do sacerdócio à família de Arão é um reflexo dos tempos pós-Exílio. Mas se houve um Tabernáculo, devia haver também um sacerdócio declarado. Não há nenhuma prova na história subsequente de Israel de que, exceto em circunstâncias extraordinárias, alguém além dos filhos de Arão teria atuado como sacerdote.

Interpretação

Êxodo 28
Orientação Quanto à Escolha dos Sacerdotes e Sua Vestimenta. 28:1-5.

A estola sacerdotal. 28:6-14.

Esta era a parte mais importante da vestimenta do sumo sacerdote. Era uma espécie de colete ou avental, finamente bordado. Consistia de duas peças, frente e costas, unidas nos ombros por meio de tiras ou ombreiras (v. 7), e amarradas na cintura por meio de um cinto que fazia parte da próprio estola sacerdotal (v. 8). Sobre cada ombreira havia uma pedra de ônix engastada em filigrana de ouro, sobre as quais estavam gravadas os nomes das doze tribos de Israel, seis em cada pedra. Assim simbolicamente o sacerdote levava sobre os seus ombros a responsabilidade de todo Israel como seu representante diante de Deus. As cores e o material da estola sacerdotal (v. 6) correspondem às cores e tecido do santuário, identificando assim o santuário e o ministro. Em lugar dos querubins, entretanto, a estola sacerdotal era toda bordado com fino fio de ouro entretecido com as outras cores (v. 8). Cinto de obra esmerada. Faixa habilmente tecida (ASV, RSV).

28:10. Segundo a ordem do seu nascimento. Na ordem das idades dos seus ancestrais, os filhos de Jacó.

28:11. Engastadas ao redor. Engastes (ASV), engastes de filigrana de ouro (RSV).

O Peitoral. 28:15-29.
O peitoral ou “bolso” do juízo, era uma sacola do mesmo tecido da estola sacerdotal. Era feito de um só pedaço de tecido, dobrado para formar um bolso, de nove polegadas por nove. Sobre este bolso, engastadas em ouro, doze pedras preciosas, quatro carreiras de três cada, sobre as quais estavam gravados os nomes das doze tribos. O bobo era preso à estola sacerdotal por meio de duas correntes de ouro, que se prendiam em argolas de ouro nas pontas superiores do bobo e as prendiam às ombreiras da estola sacerdotal (vs. 22-25). Através de outras argolas dos cantos de cima, o bobo era preso ao cinto da estola sacerdotal por meio de fitas azuis (vs. 26-28).

Quando o sumo sacerdote ministrava o santuário, levava consigo as responsabilidades e as necessidades do seu povo não apenas no local de sua força, os ombros, mas também sobre o seu coração, para que com sabedoria e compaixão ele pudesse ser seu mediador diante de Jeová (v. 29).

A identidade de algumas das pedras do peitoral (vs. 17-20) é muito incerta. E uma vez que os primeiros tradutores da Bíblia também estavam incertos quanto à identificação, suas traduções são bastante inconsistentes. A identificação abaixo representa um consenso de opiniões de autoridades modernas.

28:17. Sárdio. Possivelmente cornalina ou jaspe vermelho. Topázio. Uma pedra amarela ou verde, possivelmente crisólito. Carbúnculo. Esmeralda ou cristal de rocha.

28:18. Esmeralda. Uma pedra vermelha, obviamente não é uma esmeralda; ou rubi ou granada. Safira. Antes lápis lazuli que safira. Diamante. Ou cristal ou sardônica. Não há evidências de que o diamante fosse conhecido dos antigos.

28:19. Jacinto. Uma estratificada pedra vermelha e branca, ou quartzo. Ágata. Devidamente nomeada, uma pedra vermelha opaca. Ametista. A mesma pedra lilás que chamamos por este nome.

28:20. Berilo. Ela mesma ou calcedônia; possivelmente jaspe amarelo. Ônix. O mesmo ônix da atualidade. Jaspe. Berilo ou jaspe verde.

28:27. A orientação para se fixar a parte inferior do peitoral não está clara, mas provavelmente é como ficou acima explicado. Moffatt traduz: na parte inferior do avental, perto da juntura das ombreiras e acima da fita artística.

O Urim e o Tumim. 28:30.
As palavras hebraicas significam luzes e perfeições. A LXX traduz para revelação e verdade. “O que o Urim e o Purim era realmente, não se pode determinar com certeza, nem dos nomes propriamente ditos, nem de quaisquer outras circunstâncias relacionadas com eles. Talvez fossem um certo meio concedido pelo Senhor ao Seu povo para se garantir a iluminação, sempre que a congregação dela precisasse para orientação de seus atos; e por meio do qual os direitos de Israel, quando postos em dúvida ou em perigo, fossem restaurados, e... este veículo ligava-se com a vestimenta oficial do sumo sacerdote, embora seu caráter preciso não possa ser melhor determinado” (KD; cons. Nm. 27:21; 1 Sm. 28:6; Ed. 2:63).

Sobrepeliz da Estola Sacerdotal. 28:31-35.
Era tecida de um só pedaço, com orifícios para os braços, sem mangas. Vestia-se pela cabeça e provavelmente chegava até os joelhos. À volta da barra da saia pequenas campainhas douradas alternavam-se com romãs de lã torcida. As romãs têm sido consideradas como símbolo da Palavra de Deus, uma fruta doce e refrescante, e as campainhas como o som desta Palavra (cons. Sir (ou Eclesiástico) 45:9 ). Será debruada..., como a abertura de uma saia de malha (v. 32). O debrum era para evitar que a beirada se rasgasse.

28:35. Para que não morra. Simples sacerdotes não tinham permissão de entrar no Santo dos Santos, a presença imediata de Jeová. “Este privilégio era restrito ao representante de toda a congregação... e até mesmo ele só podia fazê-lo quando usasse o manto da palavra de Deus, na qualidade do portador do testemunho divino sobre o qual se baseava a comunhão da aliança com o Senhor” (KD).

O Turbante. 28:36-38.
A mitra do sumo sacerdote era um turbante de fino linho branco (v. 39), na frente do qual estava afixado, por meio de uma fita azul, uma placa de ouro sobre a qual estavam gravadas as palavras. “Santidade a Jeová”. Assim o oficio e a pessoa do sumo sacerdote eram destacados por Deus diante do povo, até que viesse Aquele que é Santo (cons. Hb. 7:26).

28:37. Mitra. O termo usado pela E.R.A, e E.R.C. é enganoso, uma vez que o turbante não tinha nenhuma semelhança com o moderno conceito de mitra. Assemelhava-se mais ao turbante comumente usado no Oriente.

28:38. Para que Arão leve a iniquidade. O sumo sacerdote foi exaltado à posição de mediador expiador de toda a nação; e com o seu oficio associava-se a intercessão expiatória.

A Túnica. 28:39.
A túnica ou casaco era tecida de linho em padrão quadriculado e era usada junto ao como, sob a sobrepeliz da estola sacerdotal. De acordo com Josefo (Antiq. III, 7.2), a túnica ia até os pés e tinha mangas justas. Era presa ao como com uma faixa de rico colorido ou cinto bordado igual às tapeçarias do santuário.

Roupas dos Sacerdotes Comuns. 28:40-43.
Embora fossem descritos como sendo “para glória e beleza”, eram vestimentas muito simples. Havia uma túnica igual à que vestia o sumo sacerdote, mas de colorido simples, amarrada com uma faixa que não tem maiores descrições. Sobre a cabeça havia uma boina, que era ou uma faixa de linho à volta da cabeça, ou, mais provavelmente, um boné sem pala. Por baixo da túnica os sacerdotes usavam calções ou ceroulas de linho. É preciso lembrar que o linho era caro e muito procurado naquele tempo, e até as peças menos importantes da vestimenta dos sacerdotes era feita desse fino material. Por meio dessas vestimentas, os sacerdotes escolhidos por Jeová, destacavam-se oficialmente como Seus representantes. Deixar de usá-las quando se aproximassem do Tabernáculo (v. 43), fazendo-o na sua própria virtude e direitos pessoais, era provocar o juízo e a morte.

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