
Interpretação de Êxodo 32
Êxodo 32
A Transgressão
da Aliança e a Sua Restauração. 32:1 - 34:35.
O povo de
Israel achou difícil andar pela fé mesmo durante os quarenta dias em que seu líder
visível esteve ausente. Exigiu que Arão produzisse um sinal tangível da presença
de Deus. É incerto se foi transgredido o primeiro mandamento, um repúdio de
Jeová como Deus, ou o segundo, a feitura de uma imagem que representasse Jeová.
Em qualquer dos casos, foi uma transgressão clara e deliberada da aliança à
qual se submeteram tão ousadamente algumas semanas antes, uma aliança selada
com sangue.
Israel Exige um Deus. 32:1-6.
“Não queriam
mais continuar sem que um Deus fosse diante deles; mas a fé sobre a qual seu
desejo se fundamentava era muito pervertida, não apenas o apegar-se ao que era
visível, mas também a impaciência e a incredulidade de um coração natural que não
foi permeado pelo poder do Deus vivo, e imagina-se abandonado por Ele sempre
que a Sua ajuda não é visível e à disposição imediata” (KD).
32:1. Deuses. A palavra Elohim, embora no
plural, geralmente traduz-se por Deus, embora possa e tenha sido traduzida para
deuses também. No presente exemplo é difícil saber como traduzir, e os
comentadores se dividem porque, conforme acima mencionado, não sabemos
exatamente o que estava na mente do povo. Tardava. Literalmente,
envergonhar, isto é, não voltando.
32:4. São estes... os teus deuses. Ou,
Este seja o teu Deus. Trabalhou. Os ídolos de antigamente
costumavam ser feitos, revestindo a estrutura de madeira com placas de ouro e
prata (Is. 40:19, 20; 44: 12-17; Jr. 10:1-9). É pouco provável que Arão tenha
fundido um animal de ouro sólido. Bezerro. O Apis egípcio e o Baal fenício
eram ambos representados como touros, uma representação comum da força e da
fertilidade entre os povos daquele tempo. Fosse qual fosse o impulso original
dos israelitas, a feitura da imagem foi o primeiro passo para um carrinho
escorregadio, o qual levava para a final identificação de Jeová com os deuses
das outras nações (cons. Is. 40; Jr. 10).
32:6. Levantou-se
para divertir-se. A
idolatria era acompanhada de danças sensuais e lascivas as quais faziam parte
do culto à fertilidade.
O Pecado de Israel Revelado a Moisés por Deus. 32:7-14.
32:7. O teu povo. Com estas palavras Deus parecia estar
deserdando Israel. A frase podia ser usada (como KD sugere) porque eles eram os
transgressores de uma aliança na qual Moisés fora o mediador, sendo por isso
particularmente seus.
32:10. De ti
farei. “Deus coloca o destino da nação na mão de
Moisés, para que se lembre de seu oficio medianeiro, e se mostre digno da sua
vocação. Esta condescendência de Deus, que colocou a preservação ou destruição
de Israel nas mãos de Moisés, veio junto com uma promessa que deu lugar a à
mais completa liberdade de decisão... uma grande prova para Moisés, se ele
quisesse desistir de seu próprio povo, carregado como estava de culpa, como preço
de sua própria exaltação. E Moisés passou no teste. A preservação de Israel lhe
foi mais cara que a honra de se tomar o cabeça e o fundador de um novo reino de
Deus” (KD).
32:11. Moisés rogou por Israel nesta oração de
intercessão porque era o seu povo; por causa do grande livramento que Deus já
tinha operado; e para que os egípcios não zombassem, mal-interpretando os
motivos da destruição; e finalmente, ele reivindicou a promessa feita aos pais.
32:14. Então se
arrependeu o Senhor. “Diz-se
de Deus que Ele se 'arrependeu' não porque realmente mude Seus propósitos, mas
porque Ele o faz aparentemente, quando, em conseqüência de uma mudança no caráter
e conduta dos homens, fica obrigado a fazer uma mudança correspondente nos propósitos
anunciados e adotar para com eles uma nova atitude” (Cambridge Bible).
Keil e Delitzsch mencionam “a profunda ideia espiritual do arrependimento de
Deus, como uma antropopatia da dor que sofre o amor de Deus por causa da
destruição de Suas criaturas”.
Moisés Retorna ao Acampamento. 32:15-24.
32:19. A visão real da espalhafatosa transgressão
afetou Moisés mais fortemente do que o aviso pôde fazê-lo. Cheio de indignação,
jogou no chão as tábuas de pedra, as tábuas cujas ordens já tinham sido
transgredidas pelos corações e atitudes de Israel.
32:20. A parte interna da imagem que era feita
de madeira, foi queimada, o metal pulverizado, e o pó do carvão com o ouro foi
jogado na água. O povo foi humilhado bebendo o seu próprio pecado.
Castigo dos Idólatras. 32:25-29.
Os levitas
podiam estar envolvidos no pecado dos demais, mas se estavam, houve vergonha e
arrependimento imediato e a prontidão de sua parte de abandonar a sua idolatria
para voltaram a Jeová. A teimosa persistência dos outros no seu pecado
tornou-se clara por sua falta de vontade em responder ao chamado, Quem é do
Senhor? (v. 26).
32:25. À solta. Literalmente, isto é, livre de qualquer
restrição e obediência a Deus.
32:27. Passai e
tornai a passar pelo arraial. Varram o campo de ponta á ponta (Moffatt). “Como em qualquer outra dizimação, a seleção
tinha de ser determinada por sorte ou escolha acidental, por isso Moisés deixou
que a situação fosse determinada pelo acaso, em relação a quem deveria cair
debaixo da espada dos levitas, sabendo muito bem que até mesmo o chamado acaso
estaria sob a orientação de Deus . . . A atitude submissa do povo em geral pode
ser explicada parcialmente por causa do respeito que tinham por Moisés, a quem
Deus tão poderosa e maravilhosamente autorizara como Seu servo diante de toda a
nação, e parcialmente por causa do desânimo e do medo tão naturais a uma consciência
culpada” (KD).
32:29.
Consagrai-vos. . . cada um contra o seu filho. Vocês se dispuseram. . . cada um à custa de seu filho
(RSV). “Na causa do Senhor, ninguém deve
poupar nem mesmo o seu mais achegado parente, mas deve negar filho ou irmão por
amor do Senhor” (KD; cons. Dt. 33:9; Mt. 10:37, 38).
A Intercessão de Moisés pelo Pecado de Israel. 32:30-35.
32:30. Porventura,
farei propiciarão. Expiação
pelo pecado era uma coisa muito maior do que até o próprio Moisés entendia. Só
o Cordeiro de Deus podia tirar o pecado do mundo.
32:32. Risca-me... do livro que escreveste. “Excluir da comunhão com o Deus vivo, ou do reino daqueles que vivem
diante de Deus, para entregá-lo à morte. Como verdadeiro mediador do seu povo,
Moisés estava pronto a arriscar sua própria vida pelo livramento da nação, e não
permanecer ele mesmo diante de Deus, se Jeová não perdoasse ao povo o seu
pecado” (KD; cons. Rm. 9:3). “Não é fácil estimar a medida do amor que havia em
Moisés e em Paulo; os estreitos limites do nosso raciocínio não podem compreendê-lo,
como a criancinha não consegue compreender a coragem dos heróis de guerra”
(Bengel, Gnomon of the N.T.).
32:33. Todo aquele
que pecar. Nem mesmo o
sacrifício de Moisés podia tirar o pecado.
32:34. “Moisés obtivera a preservação do povo e
a sua entrada na terra prometida, sob a proteção de Deus, por meio de sua
intercessão, e desviara da nação a ab-rogação da aliança; mas o relacionamento
da aliança que existira antes, não foi restaurado em sua integridade. Embora a
graça possa modificar e abrandar a ira, ela não pode desfigurar a justiça do
Deus santo” (KD).
Índice: Êxodo 1 e 2 Êxodo 3 Êxodo 4 Êxodo 5 Êxodo 6 Êxodo 7 Êxodo 8 Êxodo 9 Êxodo 10 Êxodo 11 Êxodo 12 Êxodo 13 Êxodo 14 Êxodo 15 Êxodo 16 Êxodo 17 Êxodo 18 Êxodo 19 Êxodo 20 Êxodo 21 Êxodo 22 Êxodo 23 Êxodo 24 Êxodo 25 Êxodo 26 Êxodo 27 Êxodo 28 Êxodo 29 Êxodo 30 Êxodo 31 Êxodo 32 Êxodo 33 Êxodo 34 Êxodo 35 Êxodo 36 Êxodo 37 Êxodo 38 Êxodo 39 Êxodo 40
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