Interpretação de Gênesis 39
Gênesis 39
Gênesis 39 conta a história de José e suas experiências no Egito. É um capítulo significativo do Livro de Gênesis e contém vários temas e lições importantes. Aqui está uma interpretação de Gênesis 39:
1. O Caráter de José: Gênesis 39 começa com José sendo vendido como escravo no Egito por seus irmãos ciumentos. Apesar desta experiência traumática, o caráter de Joseph permanece forte e íntegro. Ele é descrito como um jovem que encontra favor aos olhos do Senhor, e esse favor é evidente em sua vida. Este capítulo destaca a importância de manter a integridade e a fé mesmo em circunstâncias difíceis.
2. Tentação e Moralidade: No Egito, José é comprado por Potifar, um oficial egípcio, e torna-se o chefe de sua família. Contudo, José enfrenta um dilema moral quando a esposa de Potifar tenta seduzi-lo. A recusa de José em sucumbir a esta tentação sublinha a importância da integridade moral e da fidelidade. Ele resiste aos avanços da esposa de Potifar, dizendo que não pode pecar contra Deus. Isto mostra que a fé de José em Deus é um princípio orientador em sua vida.
3. Acusação injusta e prisão: Apesar da fidelidade e conduta moral de José, ele se vê falsamente acusado de tentar seduzir a esposa de Potifar. Isso resulta em sua prisão. Esta reviravolta destaca o tema da injustiça e do sofrimento dos inocentes. A prisão injusta de José prepara o cenário para eventos futuros na história.
4. A Providência de Deus: Ao longo do capítulo, fica evidente que a mão de Deus está guiando a vida de José. Mesmo em meio a circunstâncias difíceis e injustiças, Joseph continua a encontrar o favor daqueles que o rodeiam, incluindo o diretor da prisão. Isto ilustra o tema da providência divina, sugerindo que Deus está trabalhando nos bastidores para cumprir um propósito maior na vida de José.
5. Perdão e Redenção: Enquanto estava na prisão, José interpreta os sonhos de dois companheiros de prisão, o copeiro-chefe e o padeiro-chefe. Esses sonhos eventualmente levam à libertação de José e a uma oportunidade de interpretar os sonhos do Faraó, que desempenha um papel crucial na salvação do Egito e na eventual ascensão de José ao poder. Isso prenuncia temas de perdão e redenção, à medida que José perdoa seus irmãos pela traição e, por fim, salva sua família da fome.
Gênesis 39 é um capítulo da narrativa bíblica que destaca a importância da integridade moral, da fidelidade e da confiança em Deus, mesmo diante da adversidade e da injustiça. Também sublinha o tema da providência divina, mostrando que Deus pode usar até as circunstâncias mais desafiadoras para cumprir os Seus propósitos maiores. O capítulo prepara o cenário para a história mais ampla da jornada de José da escravidão a uma posição de poder e sua reconciliação final com sua família.
Interpretação
39:1-6b. José foi levado ao Egito. Quando José assumiu suas tarefas na casa de Potifar, era escravo e estrangeiro. Primeiro, veio a ser um servidor pessoal do oficial do egípcio. Quando Potifar descobriu que ele era ativo, expedito e digno de confiança, e viu que o Senhor era com ele (v. 3), colocou-o sobre todas as suas propriedades como superintendente com os mais amplos poderes. Em sua nova posição, José era responsável por cada detalhe da direção da casa, com uma única exceção: na qualidade de estrangeiro, não podia supervisionar o preparo das refeições (cons. 43:32).39:6c. José era invulgarmente atraente. Tinha saído de sua mãe, Raquel, da qual se disse: “Raquel era formosa de porte e de semblante”, isto é, “formas agradáveis” e “rosto agradável” (cons. 29:17) Além disso, José irradiava uma piedade doce e limpa que o tornava ainda mais atraente.
39:7-13. A esposa de Potifar não resistiu à tentação de conquistar José. Ao que parece nada tinha com o que ocupar a sua mente e nenhum princípio que a tolhesse na hora da tentação. Para José, que vivia sempre em comunhão com o Deus santo, pecar com aquela mulher estava completamente fora de questão. Seria pecar contra Deus e desonestidade contra o homem que confiava nele tão irrestritamente. Embora a tentação tenha vindo com encanto sutil, súbito e forte, a vitória de José estava garantida.
39:14-20. Frustrada, a tentadora transformou-se em difamadora. Tomada de rancor ela acusou José falsamente de tentativas indecentes, esperando despertar a simpatia dos outros servos e enraivecer o seu marido o bastante para que matasse o jovem. As evidências circunstanciais eram fortemente incriminadoras. Potifar foi tomado de ira. Contudo, apesar da seriedade da acusação, ele evidentemente tinha alguma dúvida sobre a culpa de José, pois não o matou. Em vez disso, enviou-o para o cárcere (a “Casa Redonda”). Esta cadeia era provavelmente uma torre ou masmorra onde os prisioneiros ligados à vida oficial eram mantidos. O hebraico sohar, cárcere, pode ser uma tentativa de traduzir uma palavra egípcia.
Na estória egípcia, Conto dos Dois Irmãos, há um paralelo interessante com a experiência de José. Nesta estória um homem casado morava na mesma casa com o seu irmão. A esposa do primeiro acusou o irmão mais moço de atitudes impróprias. O marido, embora zangado, procurou descobrir a verdade. Ao descobrir que a esposa era culpada, o marido a executou. Esta estória data do tempo de Seti II, isto é, cerca de 1180 A.C.
39:21-23. A vida na cadeia não era agradável, mas a narrativa declara que o Senhor, porém, era com José. Como isto fazia diferença! Ele se sentia confortado e fortalecido.
Notas Adicionais:
39:2–6 Ver vv. 20–23. Embora a situação de José tenha mudado drasticamente, o relacionamento de Deus com ele permaneceu o mesmo.
39:2 O SENHOR era com José. Veja nota em 26:3. Este fato, mencionado várias vezes aqui (vv. 3,21,23), também é enfatizado por Estêvão (At 7:9-10).
39:5 O Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. Como Deus abençoou Labão por causa de Jacó (30:27). A descendência de Abraão continua a ser uma bênção para as nações (ver 12:2–3 e nota).
39:6 deixou tudo o que tinha aos cuidados de José. Como Labão havia confiado seus rebanhos aos cuidados de Jacó (30:31-34). José tinha total responsabilidade pelo bem-estar da casa de Potifar, pois mais tarde ele teria total responsabilidade na prisão (vv. 22-23) e mais tarde ainda em todo o Egito (41:41). Este israelita sempre passou a ter o bem-estar de seu “mundo” em suas mãos - mas sempre pela bênção e controle de Deus, nunca por sua própria inteligência, como seu pai Jacó havia tentado por tanto tempo.
39:7 percebeu. Olhou com desejo. A frase é usada no mesmo sentido em acadiano na Seção 25 do Código de Hammurapi (ver tabela).
39:9 pecar contra Deus. Todo pecado é contra Deus, antes de mais nada (ver Sl 51:4 e nota).
39:10 embora ela falasse com José dia após dia, ele recusou. Sansão sucumbiu duas vezes sob pressão semelhante (Jdg 14:17; 16:16-17).
39:14 este hebraico. Ver v. 17; veja também nota em 14:13.
39:14,17 este hebraico... Aquele escravo hebreu. Veja nota em 14:13. A esposa de Potifar muda vários detalhes de sua história para se adequar ao seu público. Quando ela fala com seus servos, ela não chama José de escravo (v. 14), mas chama seu marido (v. 17). Quando ela fala com seus servos, ela diz que José foi trazido “para zombar de nós” (v. 14). Mas quando ela fala com o marido, ela o acusa de trazer José “para zombar de mim” (v. 17).
39:20 lugar onde os prisioneiros do rei foram confinados. Embora compreensivelmente zangado (v. 19), Potifar colocou José na “casa do capitão da guarda” (40:3) — certamente não era a pior prisão disponível.
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