Interpretação de Gênesis 8

Gênesis 8

Gênesis 8 continua o relato do Grande Dilúvio e suas consequências. Este capítulo enfoca a recessão das águas do dilúvio, as ações de Noé e a aliança de Deus com ele. Aqui estão alguns temas-chave e interpretações de Gênesis 8:

1. Fim do Dilúvio: Gênesis 8 começa com Deus lembrando-se de Noé e fazendo com que as águas do dilúvio recuassem. A noção de Deus “se lembrando” de Noé ressalta a fidelidade de Deus à Sua aliança e ao Seu cuidado pelos justos. O fim do dilúvio é um ponto de viragem na narrativa, significando que o julgamento de Deus chegou ao fim.

2. O Corvo e a Pomba: Noé envia um corvo e depois uma pomba para determinar se as águas baixaram. A pomba volta com uma folha de oliveira, indicando que a terra está novamente habitável. A utilização destas aves é simbólica, representando a pomba em particular a paz e a esperança, pois eventualmente não regressa, sugerindo que a devastação da inundação está a chegar ao fim.

3. Saída da Arca: Noé e sua família, junto com os animais, finalmente deixam a arca depois que as águas baixaram totalmente. Este evento simboliza um novo começo e a preservação da vida por Deus, apesar da destruição do dilúvio. É um paralelo com a narrativa da criação em Gênesis 1, onde Deus tira vida do caos e das águas.

4. Sacrifício e Aroma: Ao sair da arca, Noé oferece um holocausto a Deus, e o texto observa que Deus fica satisfeito com o aroma. Este ato de adoração e sacrifício representa a gratidão de Noé e o reconhecimento da libertação de Deus. Prenuncia a importância dos sacrifícios na prática religiosa judaica e cristã posterior.

5. A Aliança de Deus com Noé: Deus estabelece uma aliança com Noé, seus descendentes e todas as criaturas vivas, prometendo nunca mais destruir a terra com um dilúvio. Ele coloca o arco-íris no céu como sinal desta aliança. Esta aliança é significativa porque marca o compromisso de Deus com a Sua criação e o Seu relacionamento com a humanidade.

6. Temas Teológicos: Gênesis 8 enfatiza vários temas teológicos, incluindo a fidelidade de Deus às Suas promessas, Sua soberania sobre a criação e o julgamento, a ideia de renovação e um novo começo, e a importância da adoração e da gratidão em resposta à libertação de Deus.

7. Comissão Renovada: Após o dilúvio, Deus renova a Sua comissão à humanidade para “ser frutífera e multiplicar-se e encher a terra” (Gênesis 8:17). Isto ecoa a comissão original dada a Adão e Eva em Gênesis 1:28 e enfatiza o papel da humanidade na administração da criação de Deus.

As interpretações de Gênesis 8 geralmente giram em torno dos temas da fidelidade, renovação e aliança de Deus. Alguns veem a história como um relato histórico, enquanto outros a interpretam de forma simbólica ou alegórica, enfatizando as lições espirituais e teológicas que ela transmite. No geral, Gênesis 8 é um capítulo crucial na narrativa bíblica, marcando o fim de um evento cataclísmico e o início de uma nova fase no relacionamento entre Deus e a humanidade.

Interpretação

8:4. As montanhas de Ararate. Depois de 150 dias, a arca repousou sobre um dos picos de uma alta cordilheira na Armênia. Urartu, palavra acadiana cognata de Ararate, usada em antigos documentos para designar a Armênia. A montanha atualmente chamada Ararate tem 5.204,92 ms.

A história do dilúvio babilônico, que faz parte da Épica Gilgamesh, conta que o seu herói, tal como o Noé bíblico, construiu uma arca, introduziu nela espécimes do reino animal e, depois do dilúvio ancorou no Monte Nisir, a leste do rio Tigre.

20. Levantou Noé um altar (mizbêah) ao Senhor. Quando Noé saiu para a claridade do novo dia, a coisa mais natural que tinha a fazer foi encontrar um local de terreno elevado para edificar um mizbêah. Foi o primeiro altar edificado sobre a terra purificada. Noé reconheceu o fim do trágico juízo e o despontar de um novo dia de esperanças e promessas. Edificar o altar foi sua maneira de expressar seu louvor e ação de graças a Jeová.

Ele ofereceu holocaustos (‘ôlâ). A palavra holocaustos deriva-se do verbo eileih, “subir”. A sugestão aqui é que, quando o sacrifício é consumido, a fumaça sobe a Deus, levando, em certo sentido, a gratidão e a adoração do ofertante. Foi um sacrifício verdadeiramente propiciatório (cons. II Sm. 24:25), oferecido em sincera adoração, partindo de profunda gratidão. E assim o Deus eterno foi agradado. Noé encontrou favor diante dEle.